São Paulo, domingo, 08 de fevereiro de 2009

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Editoriais

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Pequenas finanças

O TEMOR quanto à solvência dos bancos, ingrediente central da atual crise financeira nos países desenvolvidos, não chegou a prosperar no Brasil. Conservadoras, as grandes instituições brasileiras ficaram longe de ostentar o nível de exposição a operações de crédito arrojadas que derrubou várias de suas congêneres pelo mundo.
Além disso, ações tempestivas das autoridades locais nos momentos mais críticos, como a redução do chamado empréstimo compulsório, impediram a disseminação da desconfiança -fatal para qualquer sistema bancário.
A trava nos empréstimos que resultou daquele trauma, contudo, não foi de todo superada. O problema ainda atinge com muita força a imensa massa de empresas pequenas e médias.
Elas estão, por ora, virtualmente excluídas do mercado de crédito. De um lado, a brusca queda da confiança suscitada pela crise global as atinge com mais vigor do que às grandes empresas. Em paralelo, bancos médios e pequenos, que tradicionalmente têm como clientela as empresas menores do setor produtivo, enfrentam dificuldades para captar recursos e têm menos fôlego para absorver perdas em suas operações de crédito.
Trata-se de um impasse perigoso, pois o papel desse segmento empresarial na geração de empregos e nos circuitos econômicos regionais é insubstituível. Merece atenção, por isso, proposta apresentada ao governo pela Febraban -e divulgada pelo jornal "Valor"- visando à criação de um fundo, constituído por recursos públicos e privados, que garantiria os empréstimos às empresas de menor porte.
Preocupados em preservar o emprego, países como a França e o Reino Unido têm tomado medidas específicas para assegurar o fluxo de crédito às firmas menores. A proposta em discussão no Brasil é preliminar, mas não há dúvida de que será preciso agir nesse flanco o quanto antes.


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