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Pequenas finanças
O TEMOR quanto à solvência
dos bancos, ingrediente
central da atual crise financeira nos países desenvolvidos, não chegou a prosperar no
Brasil. Conservadoras, as grandes instituições brasileiras ficaram longe de ostentar o nível de
exposição a operações de crédito
arrojadas que derrubou várias de
suas congêneres pelo mundo.
Além disso, ações tempestivas
das autoridades locais nos momentos mais críticos, como a redução do chamado empréstimo
compulsório, impediram a disseminação da desconfiança -fatal
para qualquer sistema bancário.
A trava nos empréstimos que
resultou daquele trauma, contudo, não foi de todo superada. O
problema ainda atinge com muita força a imensa massa de empresas pequenas e médias.
Elas estão, por ora, virtualmente excluídas do mercado de
crédito. De um lado, a brusca
queda da confiança suscitada pela crise global as atinge com mais
vigor do que às grandes empresas. Em paralelo, bancos médios
e pequenos, que tradicionalmente têm como clientela as empresas menores do setor produtivo,
enfrentam dificuldades para
captar recursos e têm menos fôlego para absorver perdas em
suas operações de crédito.
Trata-se de um impasse perigoso, pois o papel desse segmento empresarial na geração de empregos e nos circuitos econômicos regionais é insubstituível.
Merece atenção, por isso, proposta apresentada ao governo
pela Febraban -e divulgada pelo
jornal "Valor"- visando à criação de um fundo, constituído por
recursos públicos e privados, que
garantiria os empréstimos às
empresas de menor porte.
Preocupados em preservar o
emprego, países como a França e
o Reino Unido têm tomado medidas específicas para assegurar
o fluxo de crédito às firmas menores. A proposta em discussão
no Brasil é preliminar, mas não
há dúvida de que será preciso
agir nesse flanco o quanto antes.
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