São Paulo, terça-feira, 08 de março de 2005

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PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br


Comunicações
"Li na coluna "Painel" (Brasil, pág. A4) de 3/3, com muita surpresa, a nota "Maior abandonado", na qual se informa que o ministro Eunício Oliveira fica pedindo aos parlamentares do PMDB "uma forcinha para não ser ejetado do Ministério das Comunicações". Fiquei surpreso, para não dizer indignado, porque em nenhum momento vi ou ouvi o ministro pedir aos deputados do PMDB ou aos deputados da ala oposicionista do PMDB "uma forcinha" para permanecer no cargo. As conversas do ministro Eunício com deputados e senadores do PMDB limitam-se às questões partidárias, e ele tem se empenhado para garantir a manutenção do PMDB na base governista por entender que isso é um fator importante para a governabilidade e para que o presidente Lula consiga promover o desenvolvimento do país. Como seu assessor de imprensa, sou testemunha de seu desprendimento pelo cargo. Em diversas ocasiões, o ministro declarou publicamente, até mesmo a jornalistas, que seu cargo pertence ao presidente da República e que permanecerá como ministro enquanto o presidente Lula entender que sua colaboração é importante para seu plano de governo. Ao sair do governo, Eunício retornará à Câmara dos Deputados para retomar seu mandato de deputado federal pelo PMDB do Ceará. Posso afirmar que a fonte do "Painel" não agiu com a devida seriedade ao informar que o ministro Eunício Oliveira anda pelo Congresso pedindo apoio de "deputados de seu PMDB" para permanecer no cargo."
Jorge Rosa, chefe da assessoria de comunicação social do Ministério das Comunicações (Brasília, DF)

SP Leste
"Gostaríamos de fazer algumas considerações sobre a notícia publicada em 2/3 a respeito do processo seletivo para a contratação de professores para o curso de gestão de políticas públicas da USP Leste ("Docente vê parcialidade em concurso na USP", Cotidiano). 1. O concurso pautou-se por critérios acadêmicos amplamente reconhecidos, avaliando os currículos e a qualificação dos candidatos para as funções para que se apresentaram e, em especial, a sua performance em resposta à argüição dos membros da comissão de seleção; 2. Os candidatos foram avaliados em todas as fases do processo com eqüidade de condições, o que atende aos princípios de impessoalidade, de imparcialidade e de universalidade; 3. Cada membro da comissão de seleção atribuiu sua nota individualmente e, com base nesse procedimento, verificou-se que os quatro candidatos aprovados foram indicados por unanimidade; 4. São injustas e insustentáveis, portanto, as menções feitas à participação das professoras Maria Hermínia Tavares de Almeida e Regina Silva V. M. Pacheco, bem como as críticas aos candidatos, que, por seu mérito exclusivo, conquistaram os postos."
Celso de Rui Beisiegel, presidente da comissão de seleção e José Álvaro Moisés, coordenador do curso de gestão de políticas públicas e membro da comissão de seleção (São Paulo, SP)

Serra do Mar
"Fiquei profundamente abatido ao ler a reportagem "Favelas escalam a serra do Mar e ameaçam parque florestal em SP" (Cotidiano, 6/3). O Parque Estadual da Serra do Mar, que deveria ser uma área protegida e intocada, está sendo literalmente invadido por barracos e por moradias precárias e já conta com cerca de 30 mil habitantes! É a miséria crescendo a olhos vistos, bem debaixo de nossos narizes. E ninguém (eu inclusive) faz absolutamente nada para impedir isso! Que país de cegos, que bando de idiotas somos. Não vamos nem falar no estrago ambiental que isso causará. Vamos falar desses miseráveis que moram em beiras de morro, sem nenhum futuro. Que contribuição essa gente poderá dar ao Brasil? Sem escola, sem atendimento médico, como crescerão esses novos brasileiros?"
Gilberto Assad (São Paulo, SP)

Manicômios
"A carta "Bravura, doçura", de militantes do Movimento de Luta Antimanicomial" ("Painel do Leitor", 6/3), deixa claro o quanto a maioria de seus integrantes são irresponsáveis e desonestos. Irresponsáveis porque emitem opiniões levianas a respeito de hospitais psiquiátricos, tentando seduzir e manipular a opinião pública por meio de discurso poético, porém vazio e desprovido de fundamento científico. Desonestos porque mentem descaradamente, falam como se fossem médicos, distorcem condutas médicas e tentam denegrir a imagem de médicos psiquiatras. Felizmente, a população está cada vez mais esclarecida e reconhece a necessidade médica de internação hospitalar em determinadas fases do tratamento de doenças psiquiátricas graves. As internações são vitais para o paciente, para a sua família e para toda a sociedade. O MLA tem interesses escusos e dissimulados, mas, para a população, o único interesse é o atendimento médico adequado e de qualidade. A luta comum e honesta não deve ser pela destruição dos hospitais psiquiátricos, mas, sim, pela sua modernização."
Ivan Leite Albanese, médico psiquiatra (Sorocaba, SP)

Dia de cão
"Com tanta coisa realmente importante, um deputado estadual coloca em pauta um projeto para que seja escolhida uma data para o "melhor amigo do homem" ("Deputado propõe "Dia do Cachorro", Brasil, 6/3). Só pode ser palhaçada. Ou então ele tem um pet shop, porque, com o dia do cachorro, as compras de presentes para os cães iriam aumentar. As próximas pautas podem ser a criação do dia do gato, a do dia do passarinho, pois, se o cachorro pode ter, por que os outros animais também não podem?"
Gabriela G. Martins (São Paulo, SP)

Regra e exceção
"Devemos promover, sim, comemorações pelo Dia da Mulher, mas só no dia em que os nossos direitos deixarem de ser exceção e se tornarem regra."
Vera Rios (São Paulo, SP)

Gol
"Ler o artigo "O gol fatal", de Pier Paolo Pasolini, publicado originalmente em 1971 e republicado no último domingo no Mais!, foi uma gratificante e prazerosa surpresa. É poético como um drible de Pelé, desconcertante como um passe de Gérson, dois dos heróis da mágica seleção de 1970, decantada pelo cineasta italiano. O artigo é uma jóia da arqueologia jornalística. Parabéns a quem o reencontrou. Parabéns a quem decidiu reeditá-lo."
João Paulo Cunha, deputado federal -PT-SP (Brasília, DF)

Cesariana
"O Brasil amarga a estatística de ser um dos países em que mais se pratica o parto por cesariana. É importante lembrar que esse procedimento deveria ser utilizado apenas em casos de emergência, nos quais há risco para a criança ou para a parturiente. Em se tratando de um procedimento cirúrgico, requer cuidados e cria riscos como em qualquer outra cirurgia. Assim, vi e fiquei alarmado quando, no sábado passado, na novela "Senhora do Destino", se mostrou com bastante ênfase esse procedimento. Resolvi mandar este e-mail porque, anos atrás, a Folha deu destaque à ação de um grupo do Instituto de Saúde da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo que estimulava o parto normal. A meu ver, a novela, que tem altos índices de audiência, errou ao dar aquele foco."
Vital Brasil Xavier da Silva, psicólogo clínico (São Paulo, SP)


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