São Paulo, sábado, 08 de maio de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Um terço
"Em toda a minha vida, nunca pensei que iria concordar tanto com alguém do PFL. Infelizmente, esse dia chegou. O senador Jorge Bornhausen, em seu artigo "Um terço já se foi" ("Tendências/ Debates", 6/5), conseguiu traduzir todo o espírito de frustração e de decepção do povo brasileiro em relação ao governo Lula. Os problemas estão aumentando vertiginosamente e não há nenhum esboço de possíveis soluções. Sinceramente, para o bem do Brasil, espero que eu e o senador estejamos errados."
Flávio Galvão Pereira (Campinas, SP)

 

"Gostaria de saber se a Folha contratou o senhor Jorge Bornhausen como escritor, pois periodicamente ele vem escrevendo para a seção "Tendência/Debates". Só acho que o jornal se esqueceu de pedir-lhe que varie os assuntos, porque ele tem se especializado em criticar o governo do PT. Não é nem necessário ler seus artigos, pois são meras repetições uns dos outros. Não seria melhor aproveitar esse espaço para uma crítica mais criativa em lugar de ocupá-lo com desabafos das dores-de-cotovelo do colunista?"
Paulo Maximo Boschini (Campinas, SP)

Cidades
"O Ministério das Cidades reafirma o equívoco da jornalista Marta Salomon quando insiste em que os investimentos em saneamento do governo federal, em especial o FGTS de 2003, não foram gastos ("Presidente contraria discurso e corta gasto com saneamento", Brasil, 11/4). Para evidenciar o erro, vamos aos fatos. O governo federal fez sua parte liberando R$ 1,7 bilhão de recursos que estão nas contas da Caixa em nome de 12 Estados e dois municípios (Paraíba, Maranhão, Sergipe, Amazonas, Pará, Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo e Paraná e Campinas e Itapevi). O desembolso desses recursos se dá com a licitação e a contratação das obras, o que é responsabilidade de Estados e municípios e não depende do governo federal, como faz crer a jornalista, visando criar uma imagem de ineficiência deste. O desembolso para a contratação e pagamento de obras obedece a prazos e a procedimentos legais que diferem do desembolso para a compra de remédios, de alimentos ou de quaisquer produtos prontos. Freqüentemente esse desembolso toma um ou mais anos. Os prazos mínimos são de lei e independem da vontade de governadores, de prefeitos ou do governo federal. Portanto o presidente Lula não se enganou -como quis a jornalista- quando declarou que já havia liberado R$ 1,7 bilhão para o saneamento em 2003."
Ermínia Maricato, secretária-executiva do Ministério das Cidades (Brasília, DF)

Resposta da jornalista Marta Salomon - A reportagem afirmava que os recursos não foram gastos, como reconhece a própria nota.

Antes e depois
"No mesmo dia em que FHC tachava de "retórica vazia" a política externa brasileira, o Mercosul obtinha concessões sem precedentes da União Européia nas negociações para assinatura de acordo comercial entre os dois blocos, sem contar a vitória obtida na OMC contra a política de subsídios ao algodão praticada pelos EUA. Na verdade, FHC nunca teve projeto para o país e renunciou a exercer minimamente uma política de soberania nacional. Passou oito anos submetendo-se docilmente aos interesses hegemônicos no planeta. Agora vem, com a maior cara-de-pau, desqualificar a política externa do governo Lula, que pode estar errando em muita coisa, mas, com certeza, não pecará por omissão, por preguiça e pelo servilismo que caracterizaram a política externa dos tucano-pefelistas."
Ruy Marcondes Garcia (Campinas, SP)

 

"Comparando o governo anterior de FHC com o atual governo de Lula, o Brasil está melhor ou pior? No governo de FHC, durante 96 meses, o desemprego nunca ultrapassou a casa dos 20%. Agora, em apenas 16 meses, o desemprego já ultrapassou os 20% -só na Grande São Paulo são mais de 2 milhões de desempregados. Os marqueteiros do PT estão fazendo propaganda enganosa, comparando índices dos 96 meses do governo FHC com apenas 16 meses do governo Lula. Por que não comparam os 16 primeiros meses do governo de FHC com os de Lula?"
Edésio Cláudio Verduro (Presidente Prudente, SP)

Saudade caribenha
"Se a liberdade que os EUA pretendem levar à Cuba for igual à que Bush implantou no Iraque ("EUA planejam intervir na sucessão de Fidel", Mundo, pág. A14), logo os cubanos estarão com saudades de Fidel Castro."
Raimundo Andrade Simões (São Vicente, SP)

 

"Fidel Castro vai ter também armas de destruição em massa?"
Murilo Antônio Simões (Curitiba, PR)

Fome Zero e Primeiro Emprego
"Com a substituição de gerentes do INSS, o governo petista demonstra claramente que está pondo em prática os programas Fome Zero e Primeiro Emprego. Pena que é só para peemedebistas. A um só tempo, sacia a fome por cargos e emprega os aliados, atropelando um processo de seleção (que custou muito dinheiro aos cofres públicos) realizado há apenas sete meses entre servidores concursados do órgão. Que tal se todos nós nos filiássemos ao PMDB? Haveria comida e emprego para todos. E a Previdência? Ora, a Previdência..."
Flávio Pires de Campos, presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais da Previdência Social (São Paulo, SP)

Sionismo
"Em 3/5, a Folha publicou artigo do senhor Ellwanger Castan, condenado no Rio Grande do Sul pelo Tribunal de Justiça pelo crime do artigo 20 da lei 8.081, de 1990. O autor ataca várias pessoas, no estilo peculiar ao seu tipo. Se, por um lado, é de nos alegrarmos pela liberdade de expressão de permitir que pessoas cumprindo pena criminal possam se manifestar livremente, por outro é preocupante notar que há indivíduos tão empedernidos que nem a condenação judicial nem a social conseguem mudar a sua conduta. Ellwanger Castan se valeu do mesmo expediente usado para a prática de seu crime -ignorar a realidade- para injuriar o Poder Legislativo -o Supremo Tribunal Federal. A decisão sobre esse habeas corpus é histórica e tem repercussão internacional. Como brasileiro e advogado, senti-me orgulhoso ao ler os votos da maioria."
Luiz Olavo Baptista, professor titular da Faculdade de Direito da USP (São Paulo, SP)

Investidores
"Na Folha de ontem ("O cenário externo está mudando", Dinheiro, pág. B2), Luiz Carlos Mendonça de Barros diz que "os investidores no Brasil (...) procuram manter seus recursos em fundos de investimento com liquidez imediata e prontos para mudar de direção de suas aplicações ao menor sinal de uma crise". Há, aqui, um grande equívoco: tais agentes não são investidores, mas meros aplicadores financeiros, vulgarmente conhecidos por especuladores. Investidor é quem coloca seus recursos em tijolos, em máquinas e em tecnologia, que gera empregos, em concepção de longo prazo, esperando uma boa taxa de retorno, sem histerias com "risco Brasil", "nervosismos" do mercado, "ansiedades" quanto às decisões do Fed etc. Diante da miséria e do desemprego que assolam o país, os investidores precisam ser "acariciados" pelo Estado, e os especuladores devem ser combatidos quase tanto quanto os narcotraficantes."
José Pascoal Vaz (Santos, SP)


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