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 São Paulo, domingo, 08 de junho de 2003 |
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PAINEL DO LEITOR Amargos alimentos "O governo FHC caracterizou-se por uma completa condescendência com o sistema financeiro. O governo Lula parece perpetuar essa mesma perniciosa prática, pois seus juros estratosféricos continuam a transferir uma quantidade brutal de renda para o setor financeiro. Enquanto os milionários bancos e seus donos continuam a sugar o país, o pobre povo persiste em engolir seus amargos e mais abundantes alimentos: o desemprego e a falta de renda." Eduardo Henrique de Souza (Guarujá, SP) Transgênicos "Um presidente com 78% de popularidade não precisa ficar fazendo gracinhas. Precisa é pensar antes de endossar, com seu "acompanhamento musical", um discurso de cujo conteúdo não tinha conhecimento prévio. No Dia do Meio Ambiente, a Embrapa e os cientistas do Brasil não mereciam ver apoiado mais um "ecoxiita" que acha que planta que usa menos agrotóxico é pior para a natureza. E, por favor, parem de dizer que todos os ambientalistas são contra os transgênicos. Isso denigre a categoria." Silvia C. R. de Vasconcellos (Jundiaí, SP) "Sou assinante da Folha há mais de 25 anos e senti-me envergonhado ao ver o presidente da República estampado na Primeira Página de um dos maiores -se não o maior- jornais do país com uma cara de idiota e um tambor na mão. Sinto-me muito à vontade para dizer isso, porque nunca votei em Lula nem sou do PT, mas o mínimo que temos de ter com o nosso presidente é respeito. Se elegemos mal ou bem, paciência, mas temos de apostar que o país vai melhorar." Geraldo Reple Sobrinho (São Paulo, SP) Analfabetismo ambiental "Veio o Dia Mundial do Meio Ambiente, mas, devido à degradação do solo, às queimadas, à poluição e às contaminações, não há muito o que comemorar. Junto a isso, vem a divulgação dos índices de analfabetismo no país. São as grandes mazelas da vida moderna industrial: analfabetos funcionais, tecnológicos e ambientais. Sim, o analfabetismo ambiental é o mais difícil de ser erradicado, pois atinge até pessoas com vários anos de escolaridade, que continuam ateando fogo nas folhas secas em seus quintais, não reciclando o lixo e não poupando água nem energia elétrica." Adilson Roberto Gonçalves (Lorena, SP) Previdência "Aguardo com certa ansiedade a votação dos pontos da reforma da Previdência pelos parlamentares. Tenho certeza de que a chance de alcançarmos um sistema previdenciário justo está próxima. Acredito serem fundamentais a tributação dos inativos e a criação de um teto universal entre as categorias privada e pública para que, aos poucos, possamos diminuir as diferenças sociais no Brasil e chamá-lo de um país de todos." Vanderlene Victorino (Barueri, SP) Gastos "Se, como disse o ministro José Dirceu, o Estado "gasta" comigo hoje ("País gasta mais com inativo que com social, diz Dirceu", Brasil, pág. A4, 2/6), é porque "gastei" 33 anos contribuindo para receber a exorbitância de R$ 1.393 de aposentadoria. "Gastei" uma vida inteira (e ainda "gasto') de dedicação em salas de aula, formando cidadãos que, hoje, jovens homens e mulheres, quando me encontram, tratam-me com o carinho, o respeito e a consideração que também o Estado e os senhores que o representam deveriam ter por mim. Gostaria de dizer ao senhor ministro que não sou um "gasto", sou uma pessoa. Gasto, despesa, obscenidade é o que o governo paga aos bancos deste país. E, antes que eu me esqueça (como os que estão no poder fizeram com as suas propostas e promessas), quero dizer que "gastei" também o meu voto com o PT desde a sua fundação. Mas isso nunca mais ocorrerá." Ana Maria Puga Martone (Ribeirão Preto, SP) Drogas lícitas e propaganda "O fato de o Brasil ter se tornado refém do circo da Fórmula 1, impedindo a vigência de leis cujo objetivo é preservar a saúde pública (restrição à propaganda de tabaco), causa consternação, além de ser péssimo exemplo para a afirmação da cidadania. Melhor seria se o país deixasse de fazer parte do roteiro de um esporte mercenário e elitista e passasse a respeitar a sua condição de país soberano. Quanto à liberação plena da propaganda de bebidas alcoólicas, o governo deixa outro lastimável exemplo de subserviência ao poder econômico." Jairo Edward De Luca, professor de direito da Unip (São Paulo, SP) Educação "Reporto-me a carta "Educação", de Sandro Cunha Santos, publicada nesta seção em 6/6, para endossá-la na condição de professor aposentado do magistério estadual paulista. Na passagem de 2002 para 2003, os deputados federais aprovaram um aumento de quase 60% para os 15 salários que recebem por ano. Esses são os representantes do povo que dizem estar preocupados com o nível do ensino público e com a situação dos trabalhadores." Rodolpho Pereira Lima (Bauru, SP) Dominical "Fazia tempo (para o meu gosto, é claro) que eu não via uma edição dominical tão boa como a Folha de domingo passado! E a coluna do ombudsman muito me contentou (intelectual e emocionalmente). Parabéns a ele." Humberto P. Cavalcanti (Recife, PE) Estágios "Visto o número de desempregados no Brasil, gostaria de saber até quando os Poderes Legislativo e Executivo vão permitir que as empresas abusem da contratação de estagiários. Contratados como subempregados e sem nenhum direito, acabam tomando o lugar de pais de família que precisam da vaga. Por que não fazer com que as empresas contratem, por exemplo, no máximo 5% de estagiários sobre o total de empregados? Estamos esperando os 10 milhões de empregos prometidos." Roger Braatz (Porto Alegre, RS) Judiciário "As declarações do recém-empossado presidente do Supremo Tribunal Federal, Maurício Corrêa ("Novo presidente do STF ataca reforma de Lula", Brasil, pág. A6), deixaram claro que o Poder Judiciário precisa mesmo ter um controle externo. É um descaramento ele dizer que está preocupado com a reforma da Previdência porque ela atingiria os juízes. Mostrou claramente, e no pior sentido corporativista, que a sua preocupação maior é com o próprio bolso." Registila L. Beltrame (São Paulo, SP) Texto Anterior: Paulo Sérgio Pinheiro: O STF e o racismo Próximo Texto: Erramos Índice |
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