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60 ANOS DEPOIS
A cerimônia que rememorou
o desembarque das forças aliadas na Normandia, ocorrido há 60
anos, ocupou ontem as primeiras
páginas da imprensa mundial e serviu para ressaltar a profunda mudança por que tem passado a Europa nos
últimos tempos.
O continente conflagrado por duas
grandes guerras, posteriormente dividido em áreas de influência dos Estados Unidos e da antiga União Soviética, conseguiu reerguer-se e encontrar um destino de cooperação
para muitos impensável algumas décadas atrás. Que a França e a Alemanha tenham se reunido para liderar a
União Européia é um exemplo notável de como o continente tem superado suas diferenças para construir os
alicerces de uma nova era.
O projeto da UE certamente não seria possível sem o impulso inicial dos
programas de recuperação e de segurança patrocinados pelos EUA no
pós-Guerra. Isso não retira do empreendimento, no entanto, sua extrema complexidade -que tem exigido
de seus artífices um extraordinário
esforço de engenharia política e econômica. Aplainar as diferenças regionais, consolidar procedimentos
uniformes, implantar uma moeda
única, nada disso se faz sem liderança, empenho e firmes compromissos entre os envolvidas.
A UE recentemente recebeu a adesão de dez novos Estados e estendeu
sua presença às regiões outrora fechadas pela "cortina de ferro" -expressão celebrizada pelo premiê britânico Winston Churchill em 1945.
Essa nova configuração cria uma
área econômica com PIB que rivaliza
com o dos EUA e uma população de
cerca de 450 milhões de habitantes.
Há ainda passos a serem dados, como a aprovação de uma Carta comum e a criação de condições para a
definição de uma política externa
unificada, capaz de traduzir no cenário global a grandeza geopolítica e
econômica do bloco. Pelo que já realizou, porém, não se pode duvidar de
que a Europa reúna as condições para superar mais esses desafios.
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