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VALDO CRUZ
A primeira promessa
BRASÍLIA - Agilidade, definitivamente, não é o forte do governo Luiz
Inácio Lula da Silva. Vejamos o caso
do programa Farmácia Popular, lançado ontem pelo presidente como salvação dos brasileiros doentes.
Nascido muito mais do maravilhoso mundo de Duda Mendonça, foi
uma das promessas marteladas durante a campanha eleitoral de Lula
em 2002. Ajudou o petista a ganhar a
Presidência da República.
Lula tomou posse em janeiro do
ano passado. De lá até aqui, são 524
dias de governo petista. Quase um
ano e meio de administração Lula. E
só agora uma promessa de campanha se materializa.
Sinceramente, é muita lerdeza federal. Num país em estado permanente de emergência, é uma perda de
tempo inimaginável. Ainda mais no
campo da saúde.
Infelizmente, esse estilo lerdo de ser
não é um caso isolado. Repete-se em
outras áreas. O governo Lula, por
exemplo, levou dez meses para unificar os programas sociais, uma medida sugerida durante o governo de
transição, em 2002.
No setor elétrico, algo parecido
acontece. Lula e equipe até que conseguiram aprovar as novas regras da
área, mas até hoje não as regulamentaram. Resultado: um ano e meio de
governo e os investidores não sabem
exatamente quais são as regras para
investir num setor essencial.
É óbvio que o tempo de decisão de
um governo não é o mesmo de uma
empresa, mas demoras como as citadas acima são inaceitáveis. Paralisa e
emperra não só o setor público mas o
próprio país.
Na administração petista, a lerdeza
é fruto de inoperância e de visões antagônicas sobre um projeto de governo. No Farmácia Popular, técnicos
da Saúde duvidam de sua viabilidade. Mas Lula bateu o pé e exigiu seu
lançamento já (sic).
Está na hora de esse governo aparar suas arestas. O interesse particular anda prevalecendo sobre o coletivo no mundo petista.
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