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FERNANDO RODRIGUES
Os bens em público
BRASÍLIA - Milhares de políticos
registraram na última quarta-feira
suas candidaturas para a eleição de
outubro. Entre outras informações,
forneceram uma lista dos bens que
dizem possuir.
A cada eleição, é a mesma polêmica. Essas declarações de bens prestam para quê? Os políticos mentem
ao informar os seus bens?
Embora a expressão "político
mentiroso" tenha se tornado quase
um pleonasmo, as declarações patrimoniais são um excelente instrumento nas mãos dos eleitores, sejam verdadeiras ou não.
Poucos perceberam, mas a Justiça Eleitoral está para promover
uma quase revolução de transparência nas próximas semanas. Pela
primeira vez, todas as declarações
de bens dos candidatos deverão estar disponíveis para consulta.
Ao entregarem seus registros, os
candidatos foram obrigados neste
ano a fornecer todas as informações
em meio eletrônico. Os 27 TREs
vão processar as informações e enviá-las ao TSE. Em seguida, pelo
menos é o que está anunciado até o
momento, tudo ficará aberto para
exame na internet.
Pode parecer algo mixuruca, porque qualquer um intui que os políticos sonegam bens nas suas declarações. Essa é uma verdade possível.
Ocorre que, desta vez, a eventual
mentira estará exposta à luz do Sol
como nunca.
Os jornais costumam publicar,
quando muito, as declarações dos
candidatos a presidente e a governador de Estado. Deputados estaduais, federais, senadores e seus suplentes ficavam numa confortável
penumbra. Não mais.
Há apenas um risco nesta história: ainda não está claro como e
quando serão colocados todos esses
dados na internet. A palavra final
está com o TSE, que tem recebido
imensa pressão para empurrar o
problema com a barriga.
frodriguesbsb@uol.com.br
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