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INVESTIMENTO EXTERNO
As Nações Unidas divulgaram recentemente seu relatório
anual sobre o comportamento do investimento direto externo (IDE) no
mundo. O relatório confirma que
2002 foi o segundo ano consecutivo
de forte contração desses fluxos dirigidos ao setor produtivo: o volume,
medido em dólares, foi 21% inferior
ao de 2001, ano em que já se havia
constatado queda de 41%.
O Brasil não deixou de sentir os reflexos dessa retração. Também aqui
o fluxo anual de IDE recuou entre os
anos de 2000 e de 2002, caindo praticamente à metade -de quase US$
33 bilhões para US$ 16,5 bilhões.
Em 2003, no entanto, parece estar
surgindo um contraste entre o desempenho global do IDE, que se
mantém estável, e a evolução do fluxo dirigido ao Brasil, em queda. Trata-se de um reflexo, ao que tudo indica, das incertezas que cercaram a
economia no período eleitoral e no
início da nova gestão.
Para 2004, a perspectiva é de alguma expansão do investimento direto
-seja no plano global, seja no volume direcionado ao Brasil. A redução
da incerteza econômica e política, associada a alguma redinamização da
atividade econômica, tende a reforçar a capacidade da economia brasileira de atrair novos fluxos.
Uma ampliação do IDE representa,
a curto prazo, uma perspectiva auspiciosa para as contas externas brasileiras. Cabe lembrar, no entanto,
que, ao receber investimentos externos, o Brasil se compromete com futuras remessas de lucros.
Para o país contar com os recursos
necessários para cumprir esse compromisso, seria prudente estimular o
direcionamento dos investimentos
produtivos para setores que exportem ou promovam substituição de
importações de modo a reforçar a capacidade da economia de gerar dólares. É exatamente o que vêm fazendo, segundo o estudo das Nações
Unidas, algumas das economias
emergentes mais bem-sucedidas na
atração de IDE e na preservação da
solidez de suas contas externas.
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