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ELIANE CANTANHÊDE
Bola em campo
BRASÍLIA - Lula foi melhor do
que Alckmin no aquecimento do segundo turno, ao partir para o ataque na cara dura: liberou R$ 1,5 bilhão do Orçamento 11 dias depois
de ter bloqueado valor equivalente,
dispensou ministros para fazer
campanha e assumiu o discurso-ameaça de que Alckmin vai acabar
com o Bolsa Família e vender as estatais (como o Banco do Brasil).
Alckmin também entrou no vale-tudo, abraçou-se aos Garotinho e
reacendeu no segundo turno, já no
aquecimento, o clima de "crise" que
varou todo o primeiro tempo, quer
dizer, o primeiro turno.
A diferença é que Lula pisa na bola, mas o efeito pode valer a pena, já
que a máquina é poderosa num jogo
eleitoral. E Alckmin pisa na bola,
mas o efeito é incerto e não sabido.
O primeiro Datafolha do segundo
turno mostra Lula à frente, com
uma dianteira de oito pontos nos
votos válidos. Não é motivo de foguetório para o tucano, mas também não é para o petista. Não é uma
margem confortável. Longe disso.
A campanha, em si, está sendo
deflagrada hoje com o debate da TV
Bandeirantes, num momento nervoso, que vai projetar como serão os
confrontos a partir de agora entre
os dois candidatos. Quem for bem
tende a continuar indo bem.
Até aqui, sabe-se que Lula é mais
quente, envolvente, tem melhor
diálogo com a média da população e
sobretudo com os menos escolarizados. Como se sabe que Alckmin é
frio, distante, professoral -só que
isso tem-lhe sido mais favorável do
que desfavorável em debates.
É hoje, ao vivo e em cores, que se
vai saber na prática qual o jogador
mais preparado, mais ágil, mais
convincente e com maior capacidade de levar seu time à vitória. Sem
desconsiderar as partidas mais
"técnicas" (ou menos sinceras): os
programas de rádio e TV.
Não dá para adivinhar resultados
antes do início da partida, e esse início é hoje. Começam as apostas.
elianec@uol.com.br
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