São Paulo, Terça-feira, 09 de Março de 1999
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PAINEL DO LEITOR

Stanley Kubrick

"Gostaria de parabenizar a Folha pelo caderno especial de ontem, em homenagem a Stanley Kubrick.
Além de ter sido realizado com uma grande agilidade, ele impressiona pela qualidade dos artigos e pela emoção que traz ao enorme contingente de admiradores que o cineasta deixa no Brasil.
O caderno só não contextualizou como foram polêmicos e marcantes os lançamentos dos filmes de Kubrick por aqui, principalmente durante o regime militar.
O exemplo mais gritante aconteceu com "Laranja Mecânica", em que a censura da época obrigou que se colocassem ridículas bolas pretas sobre as partes íntimas dos atores. Como elas ficavam perseguindo os personagens em movimento, aquilo acabou reforçando a mensagem anti-repressiva do filme e desmoralizando ainda mais o regime de exceção que imperava no Brasil.
Uma idéia que nem o genial Stanley Kubrick havia tido para o seu próprio trabalho."
Hubert Alquéres, secretário-adjunto da Secretaria Estadual de Educação (São Paulo, SP)

Surpresa

"Fui tomado de surpresa ontem pela notícia de que o ministro Rodolfo Tourinho (Minas e Energia) sugere a nomeação do sr. Luiz Carlos Mendonça de Barros para a Petrobrás.
Não é esse o cidadão que há poucos dias foi afastado de um ministério (Comunicações) por ter seu nome envolvido em escândalo das privatizações?
Não posso duvidar de sua honestidade, pois não o conheço.
Mas, em nome da credibilidade do governo, seria interessante aguardar que as investigações chegassem ao fim e, uma vez comprovada a sua postura íntegra, de maneira justa o cargo lhe seria oferecido."
Marcos Arruda Vieira (Poços de Caldas, SP)

Bom para os outros

"A reportagem da Folha de 8/3 sobre a "exportação de empregos" pelo Brasil me fez refletir que temos no Brasil um dos maiores geradores de empregos da história.
Certamente FHC teria grandes chances de êxito se se candidatasse, sob a mesma bandeira de combate ao desemprego que carregou nos últimos meses do seu primeiro mandato, ao governo da Argentina, ou de Cingapura, ou de Taiwan, ou dos EUA, ou do Japão..."
Carlos Eduardo Liberati Mantovani (Campinas, SP)

Cinismo

"Ao dizer que "o povo brasileiro tem mais paciência do que eu gostaria que tivesse" ("Frases", 7/3, pág.1-2), o sr. Luiz Inácio Lula da Silva revela um cinismo atroz.
O homem vai, sorrateiro, ao Palácio da Alvorada, faz acordos inconfessáveis (até hoje não explicou o que lá foi fazer, nem mesmo para Leonel Brizola), vende a alma ao tinhoso e depois põe a culpa no povo!
É oportuno lembrar que num de seus últimos rompantes o presidente FHC disse, alto e bom som, que não irão ocorrer manifestações de rua porque ele já teria falado com o Lula."
João Spalloni de Oliveira (Santo André, SP)

Decisão meritória

"Parabéns ao magistrado da 17ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Moacir Pessoa de Araújo, pela condenação do jogador de futebol Edmundo por homicídio culposo e lesão corporal culposa.
Trata-se de decisão meritória, vez que o infeliz Edmundo é um símbolo execrável para a juventude."
Pedro Aurélio de Queiroz Pereira da Silva (São Paulo, SP)

Gafe

"As críticas relacionadas à cultura geral e ao português de Carla Perez, na seção "A gafe da semana" do TV Folha, só podem ser emitidas por pessoas ingênuas ou mal-intencionadas.
Ingênuas por considerarem essas deficiências de caráter pessoal e não um reflexo do sistema educacional brasileiro, que faz com que aqueles que o frequentam saiam sem o conhecimento básico.
Ou mal-intencionadas, pois, por meio das suas críticas, tentam minar a projeção de pessoas que passaram por esse sistema educacional e hoje são cobradas como se ninguém tivesse nada a ver com isso."
Maristela Miranda Barbara (São Paulo, SP)


Pitbull

"Sobre a proposta de esterilização dos cães da raça pitbull, com o intuito de eliminar os "cães assassinos': aprovar um projeto de exterminação de uma raça não é o mesmo que assinar a tão debatida pena de morte?
Quem somos nós para dizermos o que deve e o que não deve viver em nosso planeta?"
Alexandre Alves Costa (Pindamonhangaba, SP)

Sudene

"Aproveitamos a oportunidade para elogiar o trabalho deste jornal e, em especial, do repórter Ari Cipola, que mostrou em duas reportagens a grande importância do Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor) para o desenvolvimento da região.
Enfatizamos que o chamado insucesso do Fundo administrado pela Sudene -cerca de R$ 550 milhões- representa 3,43% dos R$ 16 bilhões investidos ao longo dos últimos 40 anos.
Esse tipo de incentivo do governo federal à iniciativa privada no Nordeste, adicionado aos mecanismos da redução e do reinvestimento do Imposto de Renda, tem se mostrado atrativo fundamental à consolidação do parque industrial e à instalação de pólos agroindustriais no Nordeste, o que tem possibilitado o crescimento do PIB da região em níveis superiores ao do país, desde a década de 60.
Acreditamos ser fundamental o controle social na aplicação dos recursos públicos. Por isso, a Sudene tem acionado a Justiça no sentido de garantir o retorno dos recursos porventura desviados por maus empresários.
Atualmente, 15 ações estão sendo movidas, na cobrança de R$ 210 milhões utilizados de forma irregular. Estão em curso outras medidas no sentido de recuperar o dinheiro público, por meio da realização de leilões dos projetos irregulares."
Luciana Paula Carvalho de Souza Leão, diretora de comunicação institucional da Sudene (Recife, PE)

Indústria da educação

"O país tem enfrentado nestes últimos quatro anos uma crise de grande dimensão econômica, política e social. O governo está preocupado exclusivamente com a estabilização da moeda; e a classe média mais uma vez está tentando sair ilesa desse novo plano econômico.
Diante desses fatos, surgem no Brasil novos empresários que vêm dirigindo, com êxito, suas empresas extremamente lucrativas em plena recessão.
São os novos donos do ensino superior brasileiro. Empresários de instituições de ensino privadas, com finalidades exclusivamente mercantilistas, que graduam acadêmicos em ritmo industrial.
Empresários de visão apreciável, pois contratam recursos humanos de baixa qualidade por preços irrisórios, transferem as despesas de materiais didáticos para os acadêmicos e ainda cobram mensalidades exorbitantes.
Teria o sr. Paulo Renato Souza, ministro da Educação, competência e autoridade para fechar tais instituições de ensino, como fez na Bolívia o sr. Tito Hoz Vila Quiroga, justificando: "São instituições privadas sem vocação acadêmica; só têm vocação mercantil'?"
Telmo Oliveira Bittar (Ituiutaba, MG)


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