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MENOS COMPULSÓRIO
Aprovada a reforma da Previdência em primeiro turno na
Câmara, as autoridades monetárias
anunciaram a redução do nível dos
depósitos que as instituições bancárias são obrigadas a fazer no Banco
Central. O compulsório incide sobre
o montante dos depósitos à vista, a
prazo e de poupança feitos em bancos. O BC alterou de 60% para 45% a
taxa para o recolhimento não-remunerado sobre depósitos à vista.
A medida, esperada desde antes da
última reunião mensal do Comitê de
Política Monetária (Copom), acabou
postergada, mesmo contando com a
simpatia do ministro da Fazenda,
Antonio Palocci Filho. Ao que parece, o BC preocupou-se em condicionar a redução ao êxito obtido na votação da Previdência, como a oferecer
um prêmio à sociedade pelo cumprimento dos trâmites da reforma.
A recompensa é bem-vinda, uma
vez que sinaliza menos aperto monetário, devolvendo ao sistema financeiro uma soma em torno de R$ 8,2
bilhões, segundo as previsões oficiais. A consequência prática da medida promete ser uma pequena redução nas taxas cobradas no crédito.
Deverão ser atingidos especialmente
os valores cobrados de pessoas físicas -que estão entre os mais elevados, entre outros motivos, pela pouca margem de negociação entre tomadores e bancos. No crédito para
empresas, segmento com mais capacidade de barganha, os efeitos deverão ser pouco significativos.
A decisão do BC, contudo, mesmo
tardia, é auspiciosa, por confirmar a
tendência de afrouxamento das restrições monetárias. Preocupa, no entanto, o ritmo com que vem sendo
reduzida a taxa Selic. Mesmo que
possa considerar mais recomendável
promover quedas graduais dos juros, o BC tem atuado de forma extremamente comedida, parecendo ignorar os enfáticos indicadores de recuo da inflação e o grave quadro de
recessão instalado na indústria.
Nesse sentido, espera-se que a mudança no compulsório não seja utilizada como pretexto para evitar diminuição mais acentuada da taxa básica no próximo encontro do Copom.
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