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ATAQUE MORTÍFERO
O ataque israelense à faixa de
Gaza que deixou pelos menos
15 palestinos mortos e mais de cem
feridos seria, por si só, um fato grave,
que exigiria investigações. Nenhum
Estado responsável, mesmo numa
situação de guerra, pode disparar um
míssil contra um grupo de supostos
terroristas em áreas densamente povoadas por civis. Mas o premiê de Israel, Ariel Sharon, conseguiu extrapolar quando qualificou a ação como
sucesso e afirmou que pretende continuar com esse tipo de incursão.
Não se pretende contestar o direito
de Israel de defender-se dos ataques
terroristas. É preciso reconhecer que
Israel tem o direito de levar seus soldados até as cidades palestinas, pois
é nelas que os militantes dos grupos
terroristas se escondem, misturando-se à população civil. É exatamente
por isso que as tropas israelenses
precisam mostrar uma contenção
exemplar. A menos que queiram
igualar-se aos terroristas que caçam,
devem evitar ao máximo as ações que
possam provocar baixas civis.
Por maiores que tenham sido os
avanços na tecnologia bélica, é absolutamente insensato lançar um míssil contra áreas povoadas por civis,
mesmo que o alvo primário do ataque fosse um grupo de militantes do
grupo extremista Hamas. É quase
inevitável que uma investida desse
gênero provoque baixas entre inocentes, inclusive crianças.
E Ariel Sharon, ao louvar esse tipo
de ação, provoca para a imagem dos
israelenses um dano considerável.
Quando Sharon chama de sucesso
uma operação tão mortífera, parece
agir deliberadamente de modo a tornar impossível a retomada das conversações de paz.
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