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CLÓVIS ROSSI
Não é Suíça, mas melhorou
SÃO PAULO - O governador reeleito de Alagoas, Ronaldo Lessa (PSB),
tem razão: a derrota de Fernando
Collor, já no primeiro turno, é uma
medida profilática adotada pelo eleitorado, mas não significa que Alagoas tenha virado uma Suíça.
O Brasil tampouco virou uma Suíça
depois das eleições de domingo, mas
deu, sim, motivos para o entusiasmo
expresso no "Painel do Leitor" de ontem por Homero Benedicto Ottoni
Neto, Kendi Sakamoto, Rogério
Mendonça de Andrade e Mauro Cezar Rodrigues.
Examinemos três Estados, justamente os mais importantes.
São Paulo mostra uma dupla mudança. Primeiro, parece ter cravado a
estaca de madeira definitiva no peito
dos remanescentes de um jeito de fazer política arraigado no Estado, que
só variava de nome (janismo, adhemarismo, malufismo, quercismo).
Segundo, começa a entronizar uma
nova geração no poder. Saem de cena
(ou saíram, por morte) os nomes ligados a 1964 (contra ou a favor) e chegam os que eram então jovens demais para ter o regime militar como
divisor de águas.
Geraldo Alckmin e José Genoino representam essa mudança. Eu sei que
Genoino também é homem de 1964
(contra, claro), mas toda a sua vivência pós-luta armada fora no Parlamento até agora. Oferece-se, pela primeira vez, como gestor. É, pois, novidade também.
Minas Gerais estava órfã de um líder de dimensão nacional desde a
morte de Tancredo Neves. Itamar
Franco foi presidente, é verdade, mas
murchou -por inapetência ou por
excesso de hesitação. Aécio Neves pode preencher o vazio, se governar direito, além de também representar
mudança geracional.
O Rio é mais complicado, porque a
nova geração (os Garotinho, marido
e mulher) é herdeira da tradição populista. Mas desaparece um dos eixos
principais (Leonel Brizola) em torno
do qual girava a política eleitoral carioca (contra e a favor).
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