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CLAUDIA ANTUNES
O fôlego de Garotinho
RIO DE JANEIRO - O PSDB enfrenta a disputa interna entre mineiros e paulistas, o PFL se recompõe do fiasco
Roseana, o PMDB decide em que locomotiva vai enganchar seu vagão (e
pode passar quatro anos decidindo).
Mas Anthony Garotinho, independentemente do que faça o seu partido, não perde tempo.
Fiel ao estilo acelerado, o ex-governador, terceiro colocado na eleição
presidencial, já botou seu bloco na
rua. Há quatro dias, voltou a ser a
principal atração do programa diário "Na Paz do Senhor de Coração",
da rádio Melodia.
No quadro -interrompido no ano
passado, por ordem da Justiça Eleitoral-, ele conversa com Francisco Silva, dono da rádio e seu ex-secretário
de Habitação. Pede orações para que
Rosinha "possa levantar o Estado,
que ficou numa situação terrível", e
ataca a ex-governadora e atual ministra Benedita da Silva.
Ontem, Garotinho se juntou em
Brasília à cúpula do PSB, que discutia indicações para cargos federais.
Saiu dizendo que não queria nada.
Na rádio, não atacou ninguém. Pediu ajuda dos ouvintes para fazer um
cadastro de todas as denominações
evangélicas do Brasil -num levantamento preliminar, chegou a mil.
Por enquanto, Garotinho evita o
confronto com o Planalto. Nessa frente, está Rosinha. Enquanto o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, também do PSB, diz que não
entrará na Justiça para desbloquear
receitas retidas pela União, Rosinha
já entrou e ganhou liminar no STF.
Apela a Lula, o "trabalhador", para
que "não deixe os funcionários do Estado sem salário".
Rosinha assumiu denunciando a
falência do Rio. No dia 27 de março,
quando ainda era secretária de Ação
Social do Estado, um relatório do Tribunal de Contas alertava para a possibilidade de faltar "dotação orçamentária para honrar" o pagamento
dos funcionários. Garotinho ensinou:
"Todo ano falta. O governador, então, pede suplementação à Assembléia". Em 2002, o artifício não funcionou. Mas ele já assistia à crise da
arquibancada.
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