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PAINEL DO LEITOR
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CPMF
"A incoerência dos políticos brasileiros, de todos os partidos, assusta. Em abril de 2002, o senador tucano Arthur Virgílio Neto declarava: "O atraso na aprovação da emenda que prorroga a CPMF abre buraco inaceitável nas contas públicas
brasileiras. E, portanto, não havia
mais do que três hipóteses para sanar o problema: aumentar alíquotas, cortar investimentos ou combinar os dois amargos remédios. Daí a
opção pelo aumento das alíquotas
do IOF, que talvez por si só não seja
suficiente para cobrir o inteiro do
déficit. Pessoalmente não considero a CPMF o imposto ideal. Afinal
ele se dá em cascata, apesar de, no
seu aspecto positivo, tributar também pessoas e atividades informais
-e até ilícitas. Afirmo, com toda
convicção, que o mais nocivo de tudo, todavia, é o rombo de R$ 400
milhões que cada semana de adiamento da aprovação da CPMF acarreta para as contas públicas".
E conclui: "Governar, muitas vezes, é escolher entre o desagradável
e o desastroso".
Pergunto: quem foi mesmo que
declarou "esqueçam o que eu disse
ou escrevi"?
Se garimparmos declarações de
petistas quando eram oposição, encontraremos incoerências semelhantes."
GABRIEL G. COTTINI (Juiz de Fora, MG)
Educação
"Muito bom o texto de Rudá Ricci
de ontem ("Estratégia educacional
brasileira", "Tendências/Debates").
Desde os anos 90, a discussão sobre o papel do ensino universitário
no Brasil caminha para o lado errado. A universidade desempenha um
papel muito específico nas sociedades, principalmente num país pobre como o Brasil.
Aqui na Alemanha, o ensino técnico é forte e existe em diversos níveis, desde os mais básicos (padeiro,
por exemplo) até os mais complexos (como metalurgia). Um ensino
técnico assim seria muito mais efetivo para o aumento da produtividade do trabalho do que as universidades de segunda categoria. Mas
não vejo quase ninguém discutir isso no Brasil. Universidades públicas, estudantes e governos só falam
em universidade.
O governo Lula tem uma visão errada sobre educação. O conceito básico do Prouni -universidade para
todos- é equivocado. Por definição, universidade não é para todos
-e não deve ser."
JORGE HARGRAVE (Freiburg, Alemanha)
"Soa vazia e superficial a proposta de uma "estratégia educacional
brasileira" quando não se tem em
conta um amplo entendimento sobre a situação da educação no país.
Rudá Ricci arregimenta argumentos falseando a história.
1) Diz que, com a criação da USP,
nasceu um "pensamento científico
com vocação ao poder", mas se esquece de que foi a própria elite paulista, até então ocupante do poder,
que a criou.
2) Despreza o fato de que a inversão da "realidade universitária" não
se deu só nos anos 90, mas teve seu
início nos 60. Pior: refere-se ao
crescimento do ensino privado como se fosse um dado "natural", o que
lhe permite concluir que a queda da
qualidade se deve à desordem do
processo de crescimento e à ingerência política, que teria perturbado o "bom" ensino privado.
3) O mais grave, por fim, é advogar a simplória relação entre aumento na demanda por EJA (educação de jovens e adultos), acompanhada de uma queda na demanda
pelo ensino regular, e a "crescente"
oferta de postos de trabalho. No
fundo, cria-se um mote para defender a controversa "diferenciação"
das modalidades de ensino, que
mantém viva a lógica que regeu a
criação da USP nos anos 30: ensino
de qualidades diferenciadas (ditas
"vocações') para camadas diferenciadas da população (leia-se: ensino
de pior qualidade para as camadas
mais pobres).
Trata-se, portanto, de falsa estratégia educacional: em vez de projetar o futuro, com objetivos bem definidos, apenas justifica o presente,
tornando nosso passado educacional mais vivo do que nunca."
LALO WATANABE MINTO, doutorando em educação
pela Faculdade de Educação da Unicamp e membro do Instituto Brasileiro de Estudos Contemporâneos (Campinas, SP)
Promotor e motoqueiro
"Discordo do leitor Claudinei Ribeiro ("Painel do Leitor", 9/1).
Se o motoqueiro tivesse matado o
promotor Pedro Pereira, ele não seria de forma nenhuma um pobre
coitado. Ele receberia a carinhosa
alcunha de "correria" em artigos de
jornal, contaria com a inabalável
proteção dos defensores dos "direitos humanos" e também com a infame instituição da progressão de pena (isso se fosse preso).
Já o promotor, se tivesse sido
morto, seria apenas mais um número nas estatísticas da violência. E
seria execrado publicamente por
"intelectuais" e músicos "alternativos" por ousar ter um carro, um relógio, uma carreira."
ANA LUIZA DALTRO (São Paulo, SP)
Boas-festas
A Folha agradece e retribui os
votos de boas-festas recebidos de:
Tiago Cintra Essado, promotor
de Justiça (Ribeirão Preto, SP); Auri Stela Menna Barreto Gasparini, primeira-dama e presidente do
Fundo Social de Solidariedade (Ribeirão Preto, SP); Figueiredo Filho, assessor de imprensa da
Unaerp (Ribeirão Preto, SP); Juliana Damus, vereadora pelo PV-SP
(Araraquara, SP); João Alves de
Souza Filho (Manaus, AM); Sergio
de Meira Coelho (Botucatu, SP);
Federação das Indústrias do Rio
de Janeiro (Rio de Janeiro, RJ);
Expresso de Prata (Bauru, SP);
Nova Mercante (São Paulo, SP);
Niemeyer Assessoria de Comunicação (São Paulo, SP); Câmara
Municipal de Bebedouro (Bebedouro, SP); Centro de Reprodução Humana Professor Franco
Júnior (Ribeirão Preto, SP); OHL
(São Paulo, SP).
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