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TÍMIDA RECUPERAÇÃO
Após enfrentar uma recessão no primeiro semestre de
2003, a indústria cresceu 5,7% no segundo. Feitas as contas, o crescimento industrial foi de apenas 0,3%
durante 2003 na comparação com
2002 segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Afetado pela queda nas vendas do
comércio, renda contraída e aumento da informalidade e do desemprego, o setor de bens de consumo semi
e não-duráveis (alimentos e vestuário) teve retração de 5,5%. Os bens de
consumo duráveis (automóveis e eletrodomésticos), a despeito da recuperação no segundo semestre, apresentaram contração de 0,5%.
A produção de bens intermediários, apoiada nos setores mais ligados à agroindústria e às exportações,
assim como no crescimento da extração de petróleo e gás natural, aumentou 1,6%. Por sua vez, os bens de
capital -segmento considerado como um termômetro dos investimentos- registraram expansão de 1%,
com destaque para o comportamento da indústria mecânica (9%).
Esses dados parecem sinalizar que
a indústria e o agronegócio modernizaram em parte seus equipamentos,
apesar da retração do mercado interno. Os setores ligados à exportação,
especialmente as mineradoras e a
agroindústria, foram os principais
demandantes de bens de capital em
2003. A exportação de máquinas industriais cresceu 35% no ano passado, mas seu valor foi 50% inferior ao
das máquinas importadas.
Dessa forma, a tímida retomada
ocorrida no final de 2003 foi apoiada
nas exportações e no crédito, que
ajudou a ampliar o consumo de bens
duráveis. O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, órgão ligado ao Ministério do Planejamento)
projeta uma expansão industrial de
4,2% para este ano.
Para assegurar esse desempenho,
será preciso contar com uma economia internacional dinâmica e com a
retomada dos cortes na taxa de juros,
para que seja possível estimular o investimento, o emprego e o consumo.
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