São Paulo, sábado, 10 de abril de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Ao Deus-dará
""Lula pede que Deus ajude desempregados" -está na Folha de ontem (Brasil, pág. A5). Num atestado explícito de impotência e desânimo, Lula lava as mãos e pede a ajuda de Deus para os desempregados, numa confissão clara de que nada pode fazer em prol deles. Anteriormente, prometera a geração de 10 milhões de empregos. Não conseguiu criar nada, agora apela a Deus. E como vão ficar os desempregados? Vão reivindicar a quem? Eles próprios, e por conta própria, já vinham fazendo esse apelo a Deus, sem a intermediação presidencial; com ela, devem ter êxito? Agora é esperar que Deus faça alguma coisa por eles, pois de Lula nada mais esperam. Ele terceirizou a esperança."
Jackson Vitoriano de Ulhoa (Rio de Janeiro, RJ)

Cotas
"Partindo do pressuposto de que o mais importante para a sociedade é destacar o que nos une, e não o que nos diferencia, juntamente com os critérios de necessidade e trabalho (e não do mérito e posição social), nada mais justo do que reconhecer que medidas que tragam os negros para mais próximo da igualdade devem ser apoiadas. A questão maior é, sem dúvida, a pobreza. Mas, enquanto não a resolvemos, o jeito é ir apoiando medidas "assistencialistas", como o Fome Zero e programas correlatos, que acabam sendo uma contrapartida à redução dos recursos para a Seguridade Social e ao aumento do desemprego."
Leovi Antonio Pinto Carisio (Belo Horizonte, MG)

Salário mínimo
"O texto do prof. Paul Singer "Salário mínimo, a oportunidade" ("Tendências/ Debates", pág. A3, 9/4) está absolutamente correto do ponto de vista teórico. Do ponto de vista prático, da microeconomia, o prof. Singer sabe das enormes dificuldades dos empresários e do setor público para conceder um reajuste maior vinculado à correção do salário mínimo. Conversei, recentemente, com três empresários: o primeiro demitiu oito trabalhadores de um total de dez; o segundo empresário demitiu 30 de um total de 40; e o terceiro estava fechando seu negócio após ter de vender parte do seu patrimônio para pagar os trabalhadores, os juros e o que devia aos bancos. Nesse contexto de crise, as propostas precisam ser mais contundentes, inovadoras e eficazes. Parece que o governo Lula não consegue pensar além da política de juros e dos indicadores macroeconômicos."
Francisco Claduio Tavares (Mogi das Cruzes, SP)

A volta da Pantera
"Ridícula a cena do secretário de Segurança Pública do Estado do Rio, Anthony Garotinho, ao lado do suposto assassino do casal Staheli. Se fosse de fato o assassino o caseiro acusado, o secretário estaria se aproveitando do brutal homicídio do casal americano para se promover. Garotinho é candidato declarado à Presidência. A cena foi divulgada para o mundo inteiro, já que o morto, além de estrangeiro, é alto executivo da Shell no Brasil. Depois vem a notícia de que o acusado não seria o assassino do casal e teve a sua prisão relaxada. Acho que o mico pago pelo secretário é mais um para a sua galeria. Mas o mais lamentável é que a imagem do nosso secretário vai ser associada à do Brasil. Garotinho encarna a versão tupiniquim do inspetor Clouseau, o detetive trapalhão francês vivido pelo saudoso Peter Sellers, que nas telas fez gargalhar platéias do mundo inteiro."
Emanuel Cancella (Rio de Janeiro, RJ)

Devastação
"Sobre o desmatamento da Amazônia, a continuar nesse ritmo, em breve teremos que retirar o verde de nossa bandeira. Já não teremos floresta a que representar."
Gerson Adair Dutra Bocardo (Lençóis Paulista, SP)

Fanatismo
"Num momento em que ninguém mais suporta o fundamentalismo religioso, bem como todas as outras manifestações humanas de loucura, precisamos entender, de uma vez por todas, que Jesus não foi morto por judeus ou por romanos, e sim pelo homem. Foi o fanatismo que matou Jesus da forma tão incomparavelmente cruel que conhecemos. E essa praga psíquica infecta a todos os povos que habitam este mundo de Deus. E o pior é que os fanáticos, desgraçadamente, às vezes chegam ao poder. Assim como não foram judeus ou romanos que mataram Jesus, também não são americanos ou israelenses que trucidam muçulmanos e são por eles trucidados. Há Bushes, Sharons e Saddams de qualquer nacionalidade, credo ou raça. Se a humanidade parar de achar que alguns povos são melhores ou piores que outros, finalmente haverá paz. Vamos combater o fanatismo, não as pessoas. Elas são apenas vítimas dele."
Eduardo Guimarães (São Paulo, SP)

Obras em São Paulo
"Enchentes, congestionamentos, obras sem planejamento etc. Durante os três primeiros anos de seu mandato, a prefeita de São Paulo pouco fez a não ser criar novos impostos. Agora, às vésperas das eleições, ela e sua equipe estão tentando mostrar algum serviço, mas aí aparece a incompetência. Por exemplo, a av. São Gabriel passa por reformas há mais de seis meses e não conseguiram ainda terminar os primeiros 500 m. Resultado: caos geral. Positivamente a Marta Suplicy é o nosso João Pedro Stedile! Ela quer infernizar nossa vida!"
Fúlvio A. Salmaso (São Paulo, SP)
 

"Parece incrível. O Fórum Mundial de Educação teve uma cobertura medíocre por parte Folha. Em compensação, na segunda-feira, dia 5, colocaram como reportagem de capa do caderno Cotidiano o fato de que o trânsito pioraria com as obras na Cidade Jardim. Será que é erro de foco ou perseguição à administração da cidade?"
Marco Antonio Conti (São Paulo, SP)

Educação e esportes
"Tenho total certeza de que o sucesso da simpática e falante gauchinha Daiane dos Santos vai contribuir para um boom de ginastas olímpicas no Brasil. Nossos jovens precisam muito de educação e esportes, para que jamais cheguem perto daquilo que não presta. Nos violentos dias de hoje, a juventude brasileira deve ser orientada enfática e constantemente pelos seus pais e mestres para que estude e pratique algum tipo de esporte, o que vai trazer o preenchimento saudável do tempo, com lucro futuro para toda a família. Daiane é um belo exemplo disso."
Fernando Al-Egypto (Rio de Janeiro, RJ)

Tocha
"O barão de Coubertin deve estar se remoendo no túmulo, pois um dos maiores atletas do Brasil, jogador do poderoso Real Madri, Ronaldo, o "Fenômeno", recusa-se a participar de um evento tão importante como a condução da tocha olímpica para não se prejudicar financeiramente. Neste mundo globalizado, os ideais olímpicos já não valem mais nada. Só valem mesmo o dinheiro e a fama. É uma pena, "Fenômeno"."
Valdir Pessoa Rosa (São Paulo, SP)


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