São Paulo, segunda-feira, 10 de abril de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br


Eleições 2006
"Tucanos e peefelistas não devem ter dormido ontem procurando respostas para os números da última pesquisa do Datafolha. Como pode um presidente ter seu governo estraçalhado eticamente, seus principais colaboradores arrancados um a um e ainda continuar como o preferido da maioria dos brasileiros? Na minha opinião a resposta está na cara dos políticos. Ninguém mais acredita em ninguém. Ética não está mais em jogo, afinal são todos farinha do mesmo saco. Lula está na frente porque ainda não apareceu ninguém com um discurso convincente."
Antonio Toledo César de Paula (Macatuba, SP)
 

"Eliane Cantanhêde é sem dúvida uma das mais sensatas analistas de nosso universo político. Ao seu "Pena pra todo lado" de domingo, peço permissão para acrescentar o que ela certamente já sabe: a escolha de Alckmin como candidato, em detrimento de Serra, está se revelando um grande erro estratégico do PSDB. O que mais pesava contra Serra na sua escolha como candidato à Presidência era seu infeliz juramento de não abandonar a Prefeitura de São Paulo antes de cumprir todo o mandato -o que, de qualquer forma, acabou acontecendo com sua candidatura ao governo do Estado de São Paulo. Que o PSDB, a despeito de algum risco, reveja essa sua decisão, antes que seja tarde demais."
Carlos Eduardo Pompeu (Limeira, SP)
 

"A manchete da Folha de domingo mostra o que tudo o mundo sabia -mas os caciques do PSDB, fazendo o jogo de Aécio para 2010, não deixaram que Serra fosse candidato e vão permitir a vitória de Lula agora para garantir um Aécio imbatível depois. Sou eleitor do PT, votaria no Serra devido à traição do Lula ao programa partidário e aos deslizes cometidos na administração federal nesse período. Agora, não voto no Alckmin. Não dá para confiar em bons mocinhos da direita."
José Humberto Lopes (Ribeirão Preto, SP)

Thomaz Bastos
"Quando surgiram as primeiras evidências do mensalão, foram insistentes os rumores de que teria partido do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, a montagem de uma artimanha que livrasse os envolvidos das malhas da lei, massificando-se a versão de que o dinheiro teria sido usado "apenas" para pagar despesas de campanha, um "corriqueiro" deslize eleitoral. Agora, quando elementos ligados à cúpula do governo Lula foram desmascarados, novamente o ministro Márcio Thomaz Bastos passa a ser citado como mentor de uma trama que visava "salvar a pele" do principal culpado, o ex-ministro Antonio Palocci. Afinal, será que faz parte das funções do Ministro da Justiça a tarefa de ficar prestando "assessoria jurídica" aos governistas envolvidos em maracutaias?"
Júlio Ferreira (Recife, PE)
 

"Ainda que Márcio Thomaz Bastos tenha se limitado a indicar advogado para o ex-ministro Palocci, trata-se de conduta que fere profundamente a ética, já que se sabe que autoridades, sejam federais, sejam estaduais ou municipais, não devem fazer esse tipo de indicação. Aliás, é significativo que todos os "graúdos" estejam sendo defendidos por criminalistas de São Paulo."
Silvio Artur Dias da Silva, professor da Faculdade de Direito da PUC-Campinas (Campinas, SP)

CPMI dos Correios
"Segundo o deputado Osmar Serraglio, o mensalão está provado nas transferências partidárias de parlamentares e nas votações pró-governo. Então os deputados do PT citados na CPMI dos Correios receberam mensalão para votar com o governo? Diferentemente do episódio Ângela Guadagnin, não notei nenhuma indignação da mídia quando das comemorações da vitória da oposição na CPMI. O sorridente sr. relator, que se propunha imparcial, foi carregado triunfalmente nos ombros, de polegar para cima. Além do crédulo senador Suplicy, quem mais acreditava em uma CPMI suprapartidária?"
Roberto da Silva Carneiro (Rio de Janeiro, RJ)

Educação
"Excelente a coluna "É certo uma doméstica ganhar mais do que um professor?" de Gilberto Dimenstein (Cotidiano, 9/4, pág. C10). A sociedade, além de muda, parece obtusa em não ver que a educação das crianças acolhidas pelo sistema público, nesses 40 anos de degradação profissional do professor, contribuiu para a atual desintegração social. Os policiais, que também têm importante função social, tiveram igual tratamento, e sua degradação profissional é responsável pela outra perna do mesmo caos social, que a Febem sintetiza."
Antonio Barretto dos Santos (Rio de Janeiro, RJ)

Psiquiatria
"A Folha em boa hora mostrou a pesquisa relativa à necessidade de auxílio psiquiátrico em curso na FMUSP ("10% da Grande SP precisa de psiquiatra", Cotidiano, pág. C1). O preconceito contra essa importante especialidade é antigo e persiste até hoje: com mais de 20 anos de profissão, ainda atendo pacientes que se recusam a procurar o profissional adequado para tratamento de saúde mental, preferindo o neurologista, que não é "médico de louco", como tantas e tantas vezes ouvimos. E efetivamente não somos preparados para tratar as doenças psiquiátricas: a neurologia trata do cérebro, mas não da mente."
Celio Levyman, médico neurologista (São Paulo, SP)
 

"Se 10% da população da Grande São Paulo precisa de psiquiatra-dado que deve refletir a realidade nacional- e as pessoas equivocadamente acham que só tratamos de loucos, as alternativas que nos restam são: 1 - Incluir os transtornos psiquiátricos na área básica da assistência à saúde; 2 - intervir nas faculdades de medicina para que todo médico saiba tratar tais transtornos -que não carecem de muita ciência, mas de capacidade de acolhimento, o que todo médico deveria ter; 3 - romper o preconceito contra a psiquiatria, não só por parte dos pacientes, mas também dos demais trabalhadores de saúde e da população em geral; 4 - que a Folha participe ativamente de um grande movimento nesse sentido."
José Elias Aiex Neto (Foz do Iguaçu, PR)

Ombudsman
"Gostaria de, ao mesmo tempo, parabenizar a Folha pelo jornalismo crítico, plural e apartidário, e ao seu ombudsman, Marcelo Beraba, que exercerá a função por mais um ano. A iniciativa louvável de criticar o jornal, sob o ponto de vista do leitor, tem distinguido a atuação desse jornal em relação aos seus concorrentes. Prova disso pode ser achada em trecho do texto "Pesquisa de efeitos" do colunista Janio de Freitas (Brasil, 9/4, pág. A5). Comentando que as denúncias de verbas da Nossa Caixa e os vestidos doados à sua esposa não teriam sido suficientes para a queda de Alckmin na pesquisa Datafolha, Janio exemplifica: "Exceto na Folha, esses assuntos não têm recebido destaque maior, contidos pelo antilulismo subjacente em toda a mídia...". Aqui fica clara a atuação independente do jornalismo da Folha, divulgando a informação que interessa aos seus leitores, e não aos donos do poder. Continuem assim."
Roberto Nascimento (Rio Grande da Serra, SP)

Texto Anterior: Vicente Amato Neto e Jacyr Pasternak: Ensinar medicina, hoje

Próximo Texto: Erramos
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.