São Paulo, quarta-feira, 10 de julho de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Espírito Santo
"O Espírito Santo também tem lá suas mazelas, mas não chegam a exigir uma intervenção federal (a não ser que seja devido ao pessoal do colarinho-branco). O governo estadual tem-se esforçado e tem obtido êxito em termos de segurança. O que tem acontecido no Espírito Santo não foge à normalidade. Foi implantado um modelar sistema estratégico de vigilância policial, que reduziu drasticamente o índice de criminalidade. Poderia estar melhor? Claro que sim. Mas chegar à intervenção é exagero -se fosse no Rio de Janeiro, até que teria cabimento."
Humberto Schuwartz Soares (Vila Velha, ES)

Merece encômios a conduta do ex-ministro da Justiça Miguel Reale Jr., que se viu afrontado no seu poder quando o procurador-geral da República, em harmonia com Fernando Henrique Cardoso, desistiu da intervenção no Estado do Espírito Santo. A decisão teve conotação política e impede que se combata o crime organizado e que se elimine o tráfico de drogas."
Carlos Henrique Abrão (São Paulo, SP)

"O procurador-geral da República é o chefe do Ministério Público da União, instituição permanente, autônoma, independente e incumbida da defesa da ordem jurídica e institucional do país. Não dá para entender por que o procurador-geral da República foi aconselhar-se com o presidente da República sobre o pedido de intervenção no Estado do Espírito Santo."
Jayme de Almeida Rocha Netto (Campinas, SP)

Poeta do cordel
"Um dos grandes autores da literatura de cordel, além de ser também um dos poetas mais respeitados do país, Patativa do Assaré era um homem inteligente, divertido e companheiro. Um poeta que punha paixão em tudo o que fazia -dos desafios dos cantadores às pelejas, das denúncias de injustiças sociais às histórias pitorescas da vida sertaneja. Em um de seus poemas, ele fala da paixão de ser poeta: "Ser poeta é ter paixão / E sentir da dor o espinho / Ter tudo no coração / E viver sempre sozinho (...)/ Segue o tempo o seu caminho / Um dia vai e outro vem / Roubando assim de pouquinho / A beleza de meu bem / Acho melhor ser amado / Sem possuir um vintém / Do que ser muito abastado / Sem ninguém me querer bem". A partida de Patativa deixa de luto o norte, o sul, o leste e oeste do nosso Brasil. Mas a sua alegria, o seu testemunho de vida, as suas poesias bem-humoradas e a sua paixão pelo Nordeste vão sempre nos inspirar em todos esses caminhos pelos quais segue o tempo: um dia vai e outro vem."
Adriano da Silva Ribeiro (Contagem, MG)

Reforma política
"Foi com decepção que li na Folha de sábado passado (6/7) o programa de governo do presidenciável Lula. O item "reforma política" do programa não contempla a adoção do voto distrital puro ou misto, o que considero -penso que ao lado de muitos outros brasileiros- a forma de escolha política mais representativa e menos sujeita ao poder econômico. Diga-se de passagem que os outros presidenciáveis também não tratam do assunto em seus programas. É uma pena!"
Geraldo Majella Teixeira (Curitiba PR)

Ministério Público
"Há muito venho acompanhando a atuação do Ministério Público em casos de corrupção em órgãos públicos. O que noto é que se faz um tremendo barulho, apura-se o envolvimento de um sem-número de pessoas, coloca-se um ou outro na cadeia e pronto, não se fala mais nada. Isso aconteceu no caso da caixinha dos fiscais da Prefeitura de São Paulo, no escândalo do lixo de Marta Suplicy, no caso Roseana, no caso do Fórum Trabalhista de São Paulo e vai acontecer no caso de Santo André. Será que, a partir de um momento, alguém impede que se continue a ação? Onde está a autoridade do MP?"
Orlando Faccini Junior (São Bernardo do Campo, SP)

Trainee
"Parabéns aos jovens jornalistas que prepararam o caderno Folha Trainee, encartado na edição de ontem do jornal. É disso que nossa categoria precisa: de sangue novo que reconheça e dê vida à dimensão social de nosso trabalho. Esta congratulação é extensiva ao editor, Sérgio Malbergier. Bravo!"
Maria Cristina Siqueira (Rio de Janeiro, RJ)

1932
"A Revolução Constitucionalista de 1932 está fazendo 70 anos. Esse movimento paulista, que custou muitas vidas, deu-nos uma Constituinte nova. Mas esse fato, de tamanha importância, só é comemorado no Estado de São Paulo, onde é feriado. No resto do país, o fato é esquecido. Alguns Estados ainda têm vergonha dessa data, pois não tiveram a coragem de abraçar a causa. Minas Gerais e Rio Grande do Sul a princípio se opunham ao governo de Getúlio Vargas -assim como São Paulo. Os três Estados pediam uma nova Constituição, mas somente os paulistas enfrentaram o Exército getulista. Esse exemplo de coragem e essa vontade de mudança que os paulistas tiveram há 70 anos deveriam ser lembrados com orgulho em toda a nação brasileira. Se essa data fosse respeitada e lembrada por toda a importância que tem, talvez nos dias de hoje tivéssemos em todos os Estados brasileiros grupos de pessoas dispostas a ir à guerra para livrar o Brasil da cambada de safados que estão no poder. Quais brasileiros terão coragem de começar uma mudança?"
Roberto Teixeira (Londrina, PR)

Prefeitura
"No editorial "A aposta de Maluf" (Opinião, pág. A2, 9/7), a Folha diz que "muitos vaticinaram a "morte" do malufismo no Estado de São Paulo depois do melancólico governo de Celso Pitta na capital". Realmente foi triste ver um executivo negro de sucesso, eleito por 3,2 milhões de pessoas, ser atacado diariamente durante quatro anos por chantagistas, fofoqueiros e paus-mandados -que agora estão sendo desmentidos na Justiça. Foi triste ver os partidários desse negro o abandonarem à própria sorte. Mas, com coragem e trabalho, ele resistiu."
André Sales, assessor de imprensa da administração Celso Pitta (São Paulo, SP)

PT
"A reportagem "Lula rejeita e Palocci aceita discutir novo acordo com FMI" (Dinheiro, pág. B7, 9/7) afirma de maneira errônea que existem divergências entre as posições do candidato do PT à presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o coordenador do programa de governo, o prefeito de Ribeirão Preto, Antônio Palocci Filho. Na verdade, há uma diferença muito grande entre o que é afirmado no título e o conteúdo do texto. A reportagem mostra que os dois apresentam a mesma posição. Lula afirma que o PT não vai negociar com o FMI por ser essa uma função do governo. Já Palocci, em sua fala, afirma que "o PT não tem intenção de negociar diretamente com o FMI, até porque isso é função exclusiva do atual governo"."
Antônio Palocci, prefeito de Ribeirão Preto e coordenador do programa de governo do candidato do PT (Ribeirão Preto, SP)

Nota da Redação - Leia abaixo a seção "Erramos".



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