São Paulo, Sábado, 10 de Julho de 1999
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PAINEL DO LEITOR
Dinheiro e salário de plástico

"Não acredito ser boa a idéia do Banco Central de lançar cédulas de plástico. O meu salário, por exemplo, "plastificado" pelo governo há mais de cinco anos, sofreu séria deterioração nesse período."
Alvaro Bernal de Almeida (João Pessoa, PB)

Ford na Bahia

"Foi com surpresa e revolta que observei a campanha da Folha contra a instalação da Ford na Bahia. O engraçado é que o BNDES financiou a Peugeot no Rio, a Renault no Paraná, a GM no Rio Grande do Sul, a Fiat em Minas e também a Chrysler e a Audi no Paraná, e o jornal não reclamou. Vocês são preconceituosos em relação à Bahia e ao Nordeste. Respeitem o nosso Estado."
Edelcique Machado Serra (Salvador, BA)

Contrabando

"Na edição da Folha de ontem, no caderno Esporte, publicou-se reportagem intitulada "Tetra teve vôo da muamba", onde se repete a versão, desmentida na época, de que eu teria autorizado, como ministro da Fazenda, o desembaraço das bagagens e compras feitas nos EUA pela delegação da CBF que voltava da conquista do tetra, sem pagar imposto de importação. Acrescenta a notícia: "A intervenção de Ricupero aconteceu depois que Teixeira (o presidente da CBF) telefonou para o então ministro da Casa Civil, Henrique Hargreaves".
Esclareci na ocasião que, de fato, telefonei ao aeroporto do Galeão na noite de 19/7/94 a fim de saber o que estava acontecendo com a seleção. Quando finalmente, por volta das 23h55, consegui falar com o funcionário Belson Martins Puresa, chefe da Seção da Bagagem Acompanhada da Alfândega, que se encontrava na pista, ao lado da aeronave da Varig, o referido funcionário esclareceu-me que ele já havia liberado as bagagens devido à situação que se criara e que não pudera controlar.
O sr. Puresa reiterou esse depoimento na comissão de sindicância constituída pela portaria nº 432, de 22/7/94. Em seu relatório, datado de 3/8 do mesmo ano, a comissão concluiu não ter havido de minha parte ou de nenhuma outra autoridade federal "ordem, sugestão ou solicitação aos auditores fiscais da Receita Federal que se encontravam no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro ou a qualquer funcionário da alfândega nesse aeroporto para que efetuassem a liberação da bagagem dos passageiros desembarcados no vôo RG-1035, da Varig, na noite de 19 de julho de 1994, ou se abstivessem de cobrar tributos por acaso devidos".
Nessas condições, gostaria de pedir as providências necessárias para retificar a notícia, sem fundamento no que me diz respeito, publicando esta carta ou colhendo meu depoimento em entrevista. Faço esse pedido não só para restabelecer a verdade dos fatos, mas também porque a versão incorreta publicada pode acarretar-me prejuízo em várias ações populares que foram na ocasião impetradas por pessoas que se louvaram no noticiário dos jornais."
Rubens Ricupero, secretário-geral da UNCTAD -Conferência sobre Comércio e Desenvolvimento das Nações Unidas- e ex-ministro da Fazenda (Genebra, Suíça)

Polêmica

"Com referência à carta do professor Aziz Ab'Sáber, no "Painel do Leitor" de 8/7, só tenho um comentário: ele deveria ler o que escrevi antes de se manifestar."
José Aníbal, secretário de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Novo DDD

"A implantação da nova sistemática de discagem direta à distância foi precipitada e incompetente. Alega-se que agora teremos "concorrência" entre as operadoras. Que concorrência é essa que beneficia a Embratel, que é a única que opera em todo o Brasil?"
Ary Braga Pacheco Filho (Brasília, DF)

"Se a Embratel fosse ainda uma estatal, a mídia toda estaria alardeando que os problemas constituíam mais um argumento a favor das privatizações, pois, havendo concorrência, esses problemas não mais ocorreriam... E agora, o que os veículos de comunicação têm a dizer? Só falta sugerirem a estatização..."
Gladis Massini-Cagliari (Araraquara, SP)

UNE

"Li o editorial "Década perdida na UNE" (pág. 1-2, Opinião, 6/7). Sou estudante de jornalismo e busquei no "Manual da Redação" da Folha uma referência para justificar a opinião do jornal. A Folha "se propõe a realizar um jornalismo crítico, apartidário e pluralista (...), sustenta a democracia representativa (...) transparência com a opinião pública".
No editorial a "democracia representativa" que a Folha advoga parece excluir o PC do B por ser um "micro partido de notória desimportância". A Folha parece chamar para si a verdade. Dizer a estudantes, sindicalistas e movimentos sociais como se comportar, se organizar e quem escolher para dirigir suas entidades.
A Folha é o quê? A guardiã da ordem, da moral, das regras, do politicamente correto e do modelo ideal de democracia, de cidadania, de participação social e de idéias? Logo será transformada em partido político. Assim poderá levar suas idéias ao Congresso da UNE, ao Congresso Nacional e à sociedade. Só que nesse momento não poderá camuflar seu sectarismo ou sua intolerância sob o conceito de um jornalismo "crítico, apartidário e pluralista"."
Antônio Apolinário Rebelo Figueiredo (Brasília, DF)

"Sou universitário, li as reportagens da Folha sobre o 46º congresso da UNE e percebi que tudo foi discutido, desde MST até CPI contra o presidente, exceto a situação do ensino nas universidades. A ligação política dessa organização (que aliás nunca me representou) ofusca a verdadeira função que deveria ter uma União de Estudantes: nos representar lutando por um ensino melhor e melhores condições nas universidades."
Augusto Enrico Cuginotti (São Paulo, SP)

Orquestra

"Ao ler texto do sr. Irineu Franco Perpétuo na Ilustrada de 3/7, não pudemos permanecer em silêncio.
O artigo em questão faz um exercício de futurologia muito infeliz quanto às apresentações programadas para o 30º Festival de Campos do Jordão. Inacreditavelmente, o suposto crítico musical lança o seguinte alerta aos leitores: não percam seu tempo assistindo ao concerto da Orquestra Sinfônica Municipal, que será realizado no dia 18/7, no festival.
Sempre que um grupo de artistas se apresenta, fica, naturalmente, sujeito a críticas, mesmo que se trate de uma corporação de renome como é o caso da citada orquestra. O que é inadmissível é que os artistas sejam sumariamente julgados e condenados sem, ao menos, terem se apresentado. Tanto os músicos quanto seu maestro preparador têm se dedicado seriamente a manter um bom nível técnico de execução e equilíbrio sonoro nos concertos apresentados."
Guilherme Krüger Neto, presidente da Associação da Orquestra Sinfônica Municipal (São Paulo, SP)
Resposta do jornalista Irineu Franco Perpétuo - Não há "exercício de futurologia" no texto, uma vez que a Orquestra Sinfônica Municipal repetirá, em Campos do Jordão, programa apresentado no Teatro Municipal de São Paulo em 18 e 20 de junho.


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