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VALDO CRUZ
Que tal três?
BRASÍLIA - Uma idéia ainda embrionária, defendida por parte da cúpula
do PMDB, é que o partido tenha direito a três ministérios no governo
Luiz Inácio Lula da Silva, e não apenas a dois, como vêm falando.
Os defensores de um espaço maior
na Esplanada dos Ministérios dizem
que, com três pastas, todas as alas do
PMDB estariam contempladas. Com
isso, o apoio em bloco do partido ao
governo estaria garantido.
A divisão ficaria mais ou menos assim: um ministério para o PMDB da
Câmara, outro para o do Senado e
um terceiro para um representante
de governadores peemedebistas.
Como o PMDB é um partido com
várias alas, sabe-se lá se, mesmo com
três ministros, todas elas se sentiriam
representadas. Mas com certeza isso
facilitaria a "união" do PMDB, saciando o apetite da legenda por cargos.
Essa pode ser a modelagem que será apresentada ao presidente Lula
quando chegar a hora da reforma
ministerial, no final de outubro.
Uma outra ala do partido, porém,
não a vê com bons olhos. Prefere a
que vem se cristalizando, de dois peemedebistas no governo. Apresentar
um terceiro nome poderia passar a
imagem de que o partido, agora, quer
pressionar Lula.
Mas é exatamente isso que deseja.
Só que os defensores do terceiro ministério têm até bons argumentos.
São 22 senadores e 77 deputados,
uma bancada suficiente para garantir uma maioria "estável" ao governo
Lula, e não "episódica", caso todos
eles votem unidos.
Em votação em bloco no PMDB, na
verdade, ninguém acredita. Mas a
idéia seria "minimizar as dissidências" e caminhar para ser o partido
preferencial numa aliança com o PT.
Primeiro, nas eleições municipais.
Depois, na reeleição de Lula.
O problema será convencer a cúpula petista a dar mais espaço aos peemedebistas. Ela sabe da necessidade
de ter a sigla no ministério, mas alguns de seus integrantes tapam o nariz quando citam alguns nomes do
PMDB. Agora, convenhamos, se dois
podem entrar, por que não três?
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