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São Paulo, quarta-feira, 10 de setembro de 2003

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VALDO CRUZ

Que tal três?

BRASÍLIA - Uma idéia ainda embrionária, defendida por parte da cúpula do PMDB, é que o partido tenha direito a três ministérios no governo Luiz Inácio Lula da Silva, e não apenas a dois, como vêm falando.
Os defensores de um espaço maior na Esplanada dos Ministérios dizem que, com três pastas, todas as alas do PMDB estariam contempladas. Com isso, o apoio em bloco do partido ao governo estaria garantido.
A divisão ficaria mais ou menos assim: um ministério para o PMDB da Câmara, outro para o do Senado e um terceiro para um representante de governadores peemedebistas.
Como o PMDB é um partido com várias alas, sabe-se lá se, mesmo com três ministros, todas elas se sentiriam representadas. Mas com certeza isso facilitaria a "união" do PMDB, saciando o apetite da legenda por cargos.
Essa pode ser a modelagem que será apresentada ao presidente Lula quando chegar a hora da reforma ministerial, no final de outubro.
Uma outra ala do partido, porém, não a vê com bons olhos. Prefere a que vem se cristalizando, de dois peemedebistas no governo. Apresentar um terceiro nome poderia passar a imagem de que o partido, agora, quer pressionar Lula.
Mas é exatamente isso que deseja. Só que os defensores do terceiro ministério têm até bons argumentos. São 22 senadores e 77 deputados, uma bancada suficiente para garantir uma maioria "estável" ao governo Lula, e não "episódica", caso todos eles votem unidos.
Em votação em bloco no PMDB, na verdade, ninguém acredita. Mas a idéia seria "minimizar as dissidências" e caminhar para ser o partido preferencial numa aliança com o PT. Primeiro, nas eleições municipais. Depois, na reeleição de Lula.
O problema será convencer a cúpula petista a dar mais espaço aos peemedebistas. Ela sabe da necessidade de ter a sigla no ministério, mas alguns de seus integrantes tapam o nariz quando citam alguns nomes do PMDB. Agora, convenhamos, se dois podem entrar, por que não três?


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