São Paulo, terça-feira, 10 de dezembro de 2002

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CHANCE PARA MUDAR

O presidente George W. Bush promove rearranjo de sua equipe econômica. O executivo de uma companhia ferroviária John Snow foi nomeado secretário do Tesouro dos Estados Unidos. O ex-executivo do banco Goldman Sachs Stephen Friedman deve ser indicado para o Conselho Econômico Nacional. Falta ainda a definição do novo presidente da Securities and Exchange Commission (a agência de regulação do mercado de capitais).
A mudança da equipe é uma excelente oportunidade para reconsiderar as políticas adotadas. A principal iniciativa econômica do governo Bush foi o megacorte de impostos de US$ 1,3 trilhão, aprovado em meados de 2001. De acordo com a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), o déficit do setor público norte-americano passou de apenas 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2001 para 3,1% em 2002.
O governo prepara um novo pacote fiscal, envolvendo mais reduções tributárias, estimadas entre US$ 250 bilhões e US$ 300 bilhões. Pretende estender as isenções fiscais para os lucros distribuídos pelas corporações. Espera-se que essas decisões possam estimular o mercado acionário e o investimento produtivo. A crise de confiança do mercado de capitais e a queda nos investimentos continuam sendo os principais obstáculos enfrentados pela economia americana.
A taxa de juros básica foi reduzida para 1,25% ao ano. A baixa taxa de juros e o elevado déficit fiscal impõem limites às decisões das autoridades econômicas. Diante disso, a nova equipe talvez devesse promover a reforma da administração corporativa, dos mecanismos de contabilidade e de auditoria, para fortalecer o mercado de capitais; estimular a reforma do sistema financeiro internacional e do Fundo Monetário Internacional; conduzir o envolvimento dos EUA na assistência mundial ao desenvolvimento econômico e social nos países de renda baixa. Sem prosperidade na economia americana e na economia global, o governo Bush corre também o risco de soçobrar.


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