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PUTIN MAIS FORTE
"Juntos com o presidente" foi
o lema do partido Rússia Unida, de Vladimir Putin, na campanha
para as eleições parlamentares realizadas no fim de semana. E ele foi
atendido: a legenda do presidente
russo obteve expressiva vitória na renovação da Duma -a Câmara Baixa
do Parlamento. A situação de Putin
torna-se ainda mais confortável
quando somados os votos de agremiações aliadas.
O presidente, já bastante popular,
está agora mais à vontade para conquistar a reeleição em março de 2004
e até mesmo para abrir o caminho,
como muitos prevêem, para um terceiro mandato por meio de uma reforma da atual Constituição.
Para alguns analistas, o resultado
eleitoral poderá representar uma
ameaça ao processo de aperfeiçoamento democrático e de aproximação da Rússia em relação ao ocidente. Putin, um homem egresso da espionagem soviética, certamente está
longe de ser um exemplo de democrata -o que parece compatível com
o quadro político-institucional do
país. De forma muito mais dramática do que o Brasil, a Rússia nunca
primou pela democracia -e os obstáculos à sua democratização depois
do socialismo têm sido grandes.
O ceticismo em relação à evolução
do quadro russo foi reforçado pelo
mau desempenho dos partidos pró-Ocidente. Isso aumentou a influência nacionalista e diminuiu ainda
mais o apoio interno para que o presidente venha a adotar políticas identificadas com o capitalismo liberal.
Não obstante, a expectativa é que
Putin irá contemplar na reforma
constitucional mudanças que vêm
sendo requeridas por aliados ocidentais para adequar o país às regras da
economia globalizada. Como se sabe, a Rússia permanece fora da Organização Mundial do Comércio
(OMC) e, embora seja bem cotada
por agências de classificação de risco, ainda é tida por muitos como um
lugar instável para os negócios.
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