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São Paulo, quarta-feira, 10 de dezembro de 2003

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PUTIN MAIS FORTE

"Juntos com o presidente" foi o lema do partido Rússia Unida, de Vladimir Putin, na campanha para as eleições parlamentares realizadas no fim de semana. E ele foi atendido: a legenda do presidente russo obteve expressiva vitória na renovação da Duma -a Câmara Baixa do Parlamento. A situação de Putin torna-se ainda mais confortável quando somados os votos de agremiações aliadas.
O presidente, já bastante popular, está agora mais à vontade para conquistar a reeleição em março de 2004 e até mesmo para abrir o caminho, como muitos prevêem, para um terceiro mandato por meio de uma reforma da atual Constituição.
Para alguns analistas, o resultado eleitoral poderá representar uma ameaça ao processo de aperfeiçoamento democrático e de aproximação da Rússia em relação ao ocidente. Putin, um homem egresso da espionagem soviética, certamente está longe de ser um exemplo de democrata -o que parece compatível com o quadro político-institucional do país. De forma muito mais dramática do que o Brasil, a Rússia nunca primou pela democracia -e os obstáculos à sua democratização depois do socialismo têm sido grandes.
O ceticismo em relação à evolução do quadro russo foi reforçado pelo mau desempenho dos partidos pró-Ocidente. Isso aumentou a influência nacionalista e diminuiu ainda mais o apoio interno para que o presidente venha a adotar políticas identificadas com o capitalismo liberal.
Não obstante, a expectativa é que Putin irá contemplar na reforma constitucional mudanças que vêm sendo requeridas por aliados ocidentais para adequar o país às regras da economia globalizada. Como se sabe, a Rússia permanece fora da Organização Mundial do Comércio (OMC) e, embora seja bem cotada por agências de classificação de risco, ainda é tida por muitos como um lugar instável para os negócios.


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