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Apoio aos palestinos
Às vésperas do fim de seu mandato, o governo Lula decidiu emitir uma nota de apoio ao estabelecimento do Estado palestino segundo as fronteiras vigentes até
1967, quando Israel ocupou a faixa de Gaza e a Cisjordânia.
Apesar da reação de insatisfação de Tel Aviv, não há novidade
na declaração brasileira, nem ela
chega a ter efeitos práticos.
Desde pelo menos 1988, quando a Assembleia-Geral das Nações
Unidas reconheceu a proclamação do Estado palestino nesses
termos, essa tem sido a posição do
Brasil e de mais de uma centena
de outros países.
A manifestação do Itamaraty
atende a um pedido da Autoridade Nacional Palestina. Insatisfeitos com as tentativas recentes de
retomada das negociações de paz
com Israel, os palestinos iniciaram uma campanha para obter
apoio internacional e tentar pressionar os israelenses para que se
retirem dos territórios ocupados.
A iniciativa brasileira é, quando
muito, simbólica. Os EUA, principais parceiros políticos dos israelenses, têm feito esforços frustrados para que as tratativas de paz
sejam retomadas na região.
A liderança palestina apenas
aceita sentar à mesa de negociação se Israel suspender a implantação de colonos judeus na área
conquistada em 1967, inclusive Jerusalém Oriental. Têm sido infrutíferas, entretanto, as tentativas
da diplomacia norte-americana
para persuadir Israel a aceitar um
novo congelamento das obras.
Ainda assim, por mais inócua
que seja a manifestação brasileira,
é imperativo que não se acumulem declarações que possam ser
entendidas como um alinhamento com um dos lados em disputa.
Assim como é razoável que as
negociações tenham como referência limites territoriais reconhecidos internacionalmente, também compete a Israel o direito de
se defender contra ataques e grupos extremistas.
O Itamaraty não deveria permitir que pairassem dúvidas sobre
sua compreensão desse fato. Isenção e equidistância em relação às
partes precisam balizar a diplomacia brasileira nos conflitos do
Oriente Médio.
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