São Paulo, domingo, 11 de fevereiro de 2007

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O vôo da Índia

A ECONOMIA indiana vem apresentando acentuado dinamismo. Nos 12 meses encerrados em setembro, expandiu-se 9,2%. Nos últimos quatro anos, registrou taxa média de crescimento superior a 8%.
O plano governamental até 2011-12 persegue uma meta de crescimento médio anual de 9%. A multiplicação dos empregos e da renda, mediante um processo de crescimento econômico acelerado, é crucial na estratégia do segundo país mais populoso do mundo, onde cerca de 260 milhões de pessoas -um quarto do total- continuam vivendo com menos de US$ 1 por dia.
No âmbito externo, a Índia passou de um superávit de 4% do PIB no primeiro semestre de 2004 a um déficit de 3% no terceiro trimestre de 2006. Essa mudança ainda não traz grande risco diante das reservas internacionais (US$ 180 bilhões) e da pequena dívida externa do país.
O setor público apresenta déficit orçamentário estimado em 6,2% do PIB, e a dívida estatal alcança 80% do PIB. Por ora, os controles sobre as saídas de capital estrangeiro ajudam a estabilizar as contas públicas e a moderar os juros domésticos. Com essa gestão das variáveis domésticas, e apesar da dependência energética -85% do petróleo indiano é importado-, a Índia consegue sustentar elevadas taxas de crescimento.
A dúvida conjuntural que paira sobre a exuberante performance da Índia é a inflação. Com o aquecimento econômico, os preços no atacado superaram um pouco a meta de 5,5% ao ano. Para combater essa tendência, o Banco Central elevou a taxa de juros básica.
Ainda que esteja superaquecida, a economia indiana continua constando das listas dos principais analistas internacionais como candidata a potência global em médio prazo. O Brasil é que está ficando para trás.


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