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O PREFEITO E AS MÁFIAS
Há indícios de corrupção envolvendo várias esferas da administração
pública de São Paulo, das administrações regionais à Câmara Municipal, de secretarias do Executivo a autarquias, afetando desde o PAS até
serviços como a varrição e coleta de
lixo. Nunca, como hoje, pareceu tão
apropriada à cidade a metáfora um
tanto desgastada do mar de lama.
A gravidade e a extensão das denúncias impõem que as investigações se
processem sem quaisquer restrições.
Menos que isso, nas atuais circunstâncias, será insuficiente para que se
comece a restaurar a legitimidade do
governo municipal perante todos os
paulistanos.
A autoridade moral ou política para
governar fica altamente conspurcada
quando um dos secretários municipais mais próximos do prefeito é
acusado de formação de quadrilha e
quando vereadores de sua base parlamentar, beneficiados pelo loteamento das administrações regionais conduzido pelo próprio Celso Pitta, são
acusados, com base em fortes evidências, de comandar redes de recolhimento de propinas pela cidade.
A atual administração -herdeira, é
bom lembrar, do malufismo- está
conduzindo a maior e mais complexa
cidade do país a uma situação vexatória e humilhante. São Paulo dá um
péssimo exemplo ao país ao mostrar
que não tem hoje representantes públicos moralmente aptos a equacionar e encaminhar soluções à altura
de seus problemas.
Decerto que nem todos os dramas
da cidade são de responsabilidade
exclusiva do governo municipal nem
foram gestados apenas na atual administração. Celso Pitta, no entanto,
foi desde o início de seu governo no
mínimo omisso com a corrupção que
hoje tão fortemente atinge a cidade.
Para que o governo de São Paulo possa recuperar, em seus diversos escalões, a necessária autoridade moral é
imprescindível que as diligências em
curso sejam levadas às suas últimas
consequências.
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