São Paulo, quarta-feira, 11 de maio de 2005

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PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br

Infraero
"A nota "Plano de vôo 1" ("Painel", Brasil, pág. A4, 1º/5) erra ao afirmar que "está na Casa Civil" anteprojeto que transforma a Infraero em empresa de economia mista. A consulta ao Sidof (Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais) informa que não há na Casa Civil nenhuma proposta relacionada à Infraero."
Ralph Machado, assessor da Casa Civil da Presidência da República (Brasília, DF)

Resposta da jornalista Vera Magalhães, repórter do "Painel" em Brasília - As notas sobre o anteprojeto que visa transformar a Infraero de empresa pública em empresa de economia mista baseiam-se em documentos chancelados pelos ministérios da Fazenda e da Defesa e endereçados ao presidente da República, além de carta enviada pelo presidente do Sindicato dos Aeroportuários à Secom na qual é mencionada a presença dos referidos documentos na Casa Civil desde março. A Folha tem cópias de todos os documentos.

Saúde
"Em atenção ao texto "Serra vai terceirizar 30 unidades de saúde" (Cotidiano, 9/5), temos alguns pontos a esclarecer. A Secretaria da Saúde está buscando parcerias com a sociedade que possam aprimorar os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), ainda muito distantes da realidade dos nossos cidadãos. Temos nos aproximado de instituições filantrópicas -para que estas se alinhem às políticas públicas de saúde- e nos aproximado também das organizações sociais para que estas consigam repetir com êxito experiências que tragam eficiência e agilidade à gestão. Apoiados no conceito de responsabilidade social, temos nos aproximado de uma série de empresas que, independentemente de vínculos com a área da saúde, têm assumido, com nossa convocação, importante papel para financiar parte da recuperação da rede. Ao tratar de forma indiscriminada a questão da sinergia entre o poder público e a iniciativa privada, a reportagem não reflete o princípio construtivo de nossa iniciativa. As parcerias com as organizações sociais não podem ser interpretadas como terceirização, pois, embora o gerenciamento passe a ser uma responsabilidade da organização, a gestão permanece sendo do Estado, que a acompanha por meio de indicadores de performance e de qualidade, com metas pactuadas. Também gostaria de enfatizar que todas as nossas ações são norteadas por embasamento de caráter jurídico e, para tanto, os setores competentes têm sido permanentemente consultados. Nossas propostas convergem nitidamente para o bem dos cidadãos."
Cláudio Luiz Lottenberg, secretário municipal da Saúde (São Paulo, SP)

Proer rural
"Com a renegociação das dívidas pedida pelos agricultores e encampada pelo ministro da Agricultura ("Ruralistas pedem renegociação de R$ 30 bi", Dinheiro, 9/5), estamos criando o "Proer do Campo" ou ainda dando os mesmos subsídios que tentamos derrubar na Europa e nos EUA."
Marcello Carletti (São Paulo, SP)

Shakespeare e Broadway
"Fiquei constrangido ao ler a réplica de Walcyr Carrasco à crítica de Sérgio Salvia Coelho ("O fantasma do sashimi", Ilustrada, 9/5). Um autor de "longa carreira" se prestar a um papel lamentável e cheio de equívocos como comparar textos cênicos de Shakespeare e de Beckett com musicais enlatados da Broadway...! Uma coisa é trazer um texto aberto a qualquer tipo de leitura. Outra coisa é trazer um espetáculo marcado, pronto, que exige dos "artistas" apenas uma reprodução exata. Pergunto ao inaudito dramaturgo: se a cultura evolui com riscos e com novas experiências, quais são os riscos que "O Fantasma da Ópera" oferece? Talvez o de consumir R$ 5 milhões de dinheiro público para deleite da classe dominante."
Carlos Canhameiro (São Paulo, SP)

Dia seguinte
"Gostaria de manifestar minha satisfação e apoio à Câmara de São José dos Campos (SP), que vetou a distribuição de pílulas do dia seguinte em rede municipal (Cotidiano, 6/5). Espero que seja adotada uma política de educação sexual baseada na dignidade do ser humano e que oriente as mulheres, e não apenas dê uma solução para uma conseqüência."
Camila Cantarino, estudante de enfermagem (Rio de Janeiro, RJ)
 

"A pílula do dia seguinte já está no mercado faz tempo e as mulheres com bom poder aquisitivo vão continuar usufruindo dela. O veto em São José dos Campos vai afetar apenas as mulheres de baixa renda, as que precisam ganhar o medicamento. São elas as mais necessitadas, que não possuem a mínima condição financeira e mental para arcar com uma gravidez indesejada. Quem perde com isso é a sociedade. Uma escolha como essa deveria ser pessoal e singular, e não barrada por decreto, por crença religiosa e pelos moralistas de plantão."
Anete Araújo Guedes (Belo Horizonte,MG)

Emprego
"O governo federal criou 700 novos cargos por mês. Não é nada que se possa estranhar, afinal, o senhor Lula da Silva foi eleito empunhando as bandeiras da ética, da moralidade, do discurso fácil sobre a criação de 10 milhões de empregos, da esperança e de tantas outras promessas que se mostram, após decorrida a metade de seu mandato, como a mais escandalosa das empulhações. Resta-lhe jogar o jogo da reeleição a qualquer custo e a qualquer preço, sendo o aparelhamento do Estado e a farta distribuição de cargos para os militantes um bom cacife."
Carlos Alberto Bellozi (Belo Horizonte, MG)

Papa
"A categoria de um jornal mede-se, entre outros critérios, pela qualidade das pessoas que nele escrevem. Sendo assim, parabenizo a Folha pelo artigo "O novo papa", de dom Javier Echevarría ("Tendências/Debates", 8/5). Uma sociedade constrói-se pela pluralidade de pensamentos e de ideais que nela se expressam. E um jornal será tanto melhor quanto mais espelhar essa realidade. Também nesse ponto só me resta dizer que a Folha foi exemplar."
Rita de Cássia Vieira Gomes, mestranda em direito pela USP (São Paulo, SP)
Forças Armadas
"Em comentário ao texto do leitor Eurico de Andrade Neves Borba, publicado nesta seção em 9/5, cabem algumas perguntas. O leitor era professor de qual disciplina antes de se aposentar? Educação moral e cívica? O que o professor ensinava aos seus alunos? A "bravura" de duque de Caxias, do coronel Moreira César e de Emílio Garrastazu Médici? Os responsáveis por afundar o país no obscurantismo e no medo foram os professores de história e a imprensa? O modelo de desenvolvimento escolar que salvaria o país da ignorância era o MEC-Usaid? O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil?"
Norberto Ribeiro Torres Júnior, professor de história (São Paulo, SP)

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