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VALDO CRUZ
Tartaruga
BRASÍLIA - Quase dois anos depois de forçar a venda do Excel-Econômico para o Banco Bilbao Viscaya, o
Banco Central está para concluir o
processo administrativo sobre a gestão do banqueiro Ezequiel Nasser.
Com ajuda de dinheiro do Proer,
aquele programa de socorro a bancos
em dificuldades financeiras, Nasser
assumiu o comando do Econômico
em 1996. Mais tarde, em agosto de 98,
foi obrigado a vender seu banco.
Nas investigações feitas no Excel-Econômico de Nasser, o BC descobriu
uma série de operações irregulares
montadas para remeter dinheiro para o exterior. O banqueiro nega.
Mas a convicção do BC é tanta que
Ezequiel Nasser, ao final do processo
administrativo, deve receber a pena
máxima: ficar proibido de exercer
cargos em instituições financeiras pelos próximos 20 anos.
O mesmo vai acontecer com o banqueiro Salvatore Cacciola, preso no
Rio. Mais de um ano depois de o BC
ter socorrido o Banco Marka, o processo administrativo que investiga
operações irregulares da instituição
continua em andamento.
Mas também é dado como certo
dentro do BC que o banqueiro Salvatore Cacciola será punido com o afastamento de cargos em instituições financeiras por 20 anos.
As punições, pelo que está sendo levantado, serão mais do que justas. O
que não dá para entender é a demora
do Banco Central. Em todos os casos,
os processos estão se arrastando pelos
escaninhos da instituição.
A lentidão do BC ganha contornos
trágicos no caso do Banco Nacional.
Marcos Magalhães Pinto, um de seus
controladores, foi punido apenas cinco anos depois de o Nacional sofrer
intervenção do Banco Central. É
muito tempo. Uma tartaruga seria
mais rápida.
Acelerar esses processos seria uma
forma de o BC resgatar sua combalida imagem quando o assunto é fiscalização do sistema financeiro.
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