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PERSPECTIVA EUROPÉIA
O Banco Central Europeu
(BCE) manteve sua taxa de juros básica em 2% ao ano pelo 26º
mês consecutivo. Como as projeções
para a inflação situam-se em torno
de 2,1%, a taxa de juros real permanece praticamente nula. A economia
européia, no entanto, tem apresentado baixo dinamismo. Os países da
zona do euro cresceram apenas 0,5%
no primeiro trimestre, impulsionados pelas exportações e pela demanda das famílias. A taxa de desemprego tem persistido em torno de 8,8%,
o que não sinaliza uma inversão consistente da tendência de baixo crescimento da região.
A boa notícia é a desvalorização de
11% do euro em relação ao dólar, durante os primeiros seis meses do
ano, o que poderá fomentar as exportações, dinamizando a economia. O grau de confiança dos empresários dos 12 países da região subiu
em junho pela primeira vez em nove
meses e o índice da produção industrial se elevou levemente em abril.
Entre os fatores de risco, além de
ameaças terroristas, altamente imponderáveis, permanece o preço do
petróleo. O barril do produto ultrapassou os US$ 60,00, valor que deflacionado pelo índice de preços ao
produtor dos EUA está no mesmo
patamar de preços do segundo choque do petróleo, de 1980-81.
A alta do petróleo está associada a
vários fatores: aumento da demanda
da China e de outros países asiáticos,
capacidade de refino próximo do limite de produção, conflitos políticos
em regiões produtoras (eleição conservadora no Irã, mobilização popular na Bolívia, radicalização do presidente Hugo Chávez etc.). Há também movimentos especulativos de
grandes fundos de investimento,
diante das baixas taxas de juros de
longo prazo nos países ricos.
O aumento nos preços do petróleo
pode conter o crescimento europeu
no curto prazo, mas pode também
estimular a exploração de novas fontes de energia e mesmo de reservas
petrolíferas com custos de produção
acima de US$ 40 por barril.
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