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PAINEL DO LEITOR
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Presídios
"Não posso dizer que fico admirada com a declaração do ex-governador e candidato Geraldo Alckmin,
pois seria ingenuidade, mas há que
se ressaltar a enorme "cara-de-pau"
do político, embora se tenha de
concordar com parte de suas declarações: "Alckmin nega que presídios
de São Paulo estejam sem controle"
(Brasil, 10/7). Sem dúvida, o controle existe e é eficiente, só que
quem o faz são os criminosos, através do PCC. Agora, sobre o padrão
europeu de segurança, só se for o da
Idade Média, evidenciado pelas fotos publicadas na semana passada."
REGINA CÉLIA BEGA DOS SANTOS (São Paulo, SP)
"Vinicius Mota, em "Governar é
construir presídios" (Opinião, 10/
7), nos traz o retrato do Estado de
São Paulo, fruto de um país que deixou de construir salas de aulas e escolas -solidificando uma educação
de base de nível- e colhe os frutos
desse descaso, tendo hoje de construir cada vez mais presídios."
MARCOS BARBOSA (Casa Branca, SP)
Polícia
Em resposta à carta "Violência",
do leitor Amílcar Veloso ("Painel do
Leitor", 4/7), esclarecemos: a polícia paulista alcança resultados expressivos no combate à criminalidade em todo o Estado. O homicídio
doloso, comparando-se os anos de
2005 e 1999, registrou redução de
43,23% (7.276 casos ante 12.818) no
Estado. Em relação aos covardes
ataques contra agentes penitenciários, o trabalho de inteligência desenvolvido pela polícia desarticula
de forma sistemática as ações da
facção criminosa. Em um fim de semana, 12 integrantes de organizações criminosas foram presos em
flagrante. Também foi apreendida
uma grande quantidade de armamento. E, com o intuito de melhorar a segurança dos agentes penitenciários no Estado, o governo estuda projeto, para enviar à Assembléia Legislativa, que prevê o porte
de armas de fogo para agentes penitenciários, desde que fora de serviço."
MARIA INÊS PAVANI, assessora de Comunicação
do Governo do Estado de S. Paulo (São Paulo, SP)
Autismo
"Sou professora doutora do Departamento de Fonoaudiologia da
Universidade de São Paulo, campus
de Bauru, e desenvolvo trabalhos e
pesquisas com autistas. Fiquei grata e emocionada pelo artigo escrito
por Luiz Fernando Vianna (Opinião, 8/7). Sempre julguei inadequado o uso que muitos políticos e jornalistas fazem do termo "autismo" para se referir às calhordices de nosso atual governo federal. O uso
inadequado de tal termo só faz perpetuar o estigma sobre o "isolamento" dos autistas. Crianças, jovens e adultos autistas só se isolam se não forem adequadamente trabalhados e não receberem uma atuação e estimulação precoces, além de muito amor, carinho e dedicação. Se os políticos
e jornalistas que se referem maldosamente ao autismo usassem seu
tempo para estabelecer políticas
públicas que possibilitassem maior
acesso das pessoas com autismo a
programas de saúde e educação
adequados, estariam sendo mais
úteis ao povo que supostamente dizem representar. Obrigada a Luiz
Fernando Vianna por dar voz a esta
indignação e parafraseio as palavras dele: "Autistas não mentem e
não enganam; já os políticos...'"
SIMONE LOPES-HERRERA (Bauru, SP)
Patrimônio
"É incrível ver a variação do patrimônio dos candidatos nestas
eleições. Enquanto a renda média
do brasileiro se manteve estagnada,
tendo sofrido com o aumento da
carga tributária e dos juros nas alturas, a renda dos candidatos aumentou 50%, 60%, 70%, quando não até
dobrou, como no caso de Lula. Isso
é vergonhoso!"
ROBERTO SARAIVA(São Bernardo do Campo, SP)
Cotas
"A posição da Folha contra as cotas e o Estatuto da Igualdade Racial
mostra a atitude esquizofrênica da
elite branca brasileira. Essa perda
de contato com a realidade faz com
que a Folha tenha um duplo padrão de análise. Basta ler o caderno
Copa 2006 de domingo: "Uma final
- duas Europas". No texto a Folha
classifica racialmente as seleções
da França e da Itália, e até a do Brasil, admitindo a componente raça
como um quesito forte nas relações
sociais das nações. No Brasil, a Folha faz o papel inverso: tenta desqualificar a utilização do conceito
raça/cor nas propostas de ações
afirmativas e firma fileiras com os
setores reacionários contra o estatuto. Esse posicionamento mantém
a elite branca contra a população
negra, excluída da riqueza socialmente produzida no Brasil."
CELSO RIBEIRO DE ALMEIDA (Campinas, SP)
PT
"Em relação à reportagem intitulada "Deputada da "dança da pizza"
perde apoios em seu reduto" (Brasil, 5/7), gostaria de esclarecer:
1) Estranhamente, o jornal não
me procurou para me ouvir sobre o
assunto. Apesar disso, sou citado
no texto duas vezes.
2) Ao contrário do que afirma o
jornal, não estou apoiando nenhum
candidato a deputado federal. Disputo a reeleição e tenho "dobradas"
com vários companheiros.
3) Não há nenhum fundamento
também na afirmação de que há divisão no PT em São José dos Campos em razão de divergências sobre
a prévia para a escolha do candidato ao governo de São Paulo. Estamos todos unidos em torno do nome de Aloizio Mercadante."
CARLINHOS ALMEIDA, deputado estadual pelo PT
(São Paulo, SP)
Ética e TV
"Se o Brasil necessita de um banho de moralidade, as TVs, que são
concessionárias públicas, prestam
desserviço à sociedade ao propagar
a falsa idéia de que a vilania e o
mau-caratismo são válidos. Refiro-me ao fim da novela "Belíssima", em
que a personagem Bia Falcão passa
a idéia de que o crime compensa depois de série de falcatruas e três assassinatos. Se mérito há nessa personagem, foi o de mostrar com clareza os tempos que vivemos neste
país, impregnados de sanguessugas
e mensaleiros, onde a ética há muito foi jogada para escanteio."
CLEMENTE DE ALMEIDA CAMPOS (Niterói, RJ)
Câmara de SP
"A situação vivida nos últimos
dias pelo Executivo Municipal face
à Câmara -tema do editorial "Recuo lamentável" (Opinião, 2/7)-
faz lembrar o ensaio em que Lênin
evoca a necessidade de certos recuos táticos no percurso político:
"Um passo à frente, dois atrás".
O prefeito Kassab mantém, ao revogar o decreto de Serra sobre clubes em terrenos municipais, o mesmo objetivo do ex-prefeito: obrigá-los a ressarcir os cofres públicos
mediante contrapartida proporcional ao valor do imóvel. Um decreto
do prefeito criará uma comissão,
com a participação dos clubes e dos
vereadores, para estudar, em 90
dias, os prazos e modalidades de
contrapartidas. Fomos compelidos
a esse procedimento. Os clubes
particulares, acostumados à apropriação de imóveis públicos mediante contraprestações meramente platônicas, articularam-se com
um grupo de vereadores, à frente
dos quais está o ex-esportista Aurélio Miguel, com a solidariedade do
Centrão e do PT. Suas excelências
recusavam-se a desbloquear a pauta de votações da Câmara, inclusive
ameaçando com enorme prejuízo
funcionários públicos que poderiam perder o adiantamento do 13º
salário. O prefeito contornou esse
obstáculo para seguir em frente no
caminho da moralização das relações entre clubes e prefeitura."
ALOYSIO NUNES FERREIRA FILHO, Secretário de Governo Municipal (São Paulo, SP)
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