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São Paulo, quinta-feira, 11 de setembro de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Alta tecnologia
"Excelente o texto "Alcântara e o servilismo voluntário" ("Tendências/Debates", pág. A3, 31/8), do professor Rogério Cezar de Cerqueira Leite. Em especial após essa tragédia recente no Maranhão, na qual 21 brasileiros perderam suas vidas trabalhando para o programa espacial brasileiro, veio a público um assunto de extrema relevância: o investimento em áreas de alta tecnologia. Como bem ressaltou o professor Rogério Cezar, esse setor não só garante a independência tecnológica, vital para o país, como também contribui grandemente para a tão falada inclusão social por meio da inserção da tecnologia nos meios de produção. Já é passada a hora de o Brasil investir seriamente em programas de tecnologia, a exemplo do programa espacial."
Lucas M. C. Arruda, estudante de engenharia mecânica (Florianópolis, SC)

Energia
"Em relação à reportagem "Luz é mais cara para cliente de privatizada", assinada por Humberto Medina e publicada no caderno Dinheiro (pág. B3, 8/9), gostaríamos de acrescentar alguns pontos para garantir o correto entendimento dos números apresentados. 1. É equivocada a associação de tarifas altas com empresas privatizadas, uma vez que a fixação das tarifas de fornecimento de energia elétrica é feita pela Aneel de acordo com metodologia por ela disponibilizada e em momento nenhum é feita distinção em relação à origem do capital -seja ele privado, seja ele público. 2. A referência à Elektro leva em conta o reajuste tarifário aprovado pela Aneel no dia 27 de agosto. É essencial ressaltar que nem todas as distribuidoras passaram neste ano pelo processo de revisão tarifária. Sendo assim, a comparação publicada não leva em consideração o fato de as tarifas estarem com bases econômicas, não refletindo assim a realidade tarifária. 3. A Elektro não atende a qualquer capital, como diz a reportagem; está, sim, presente em 223 municípios do Estado de São Paulo e em outros cinco municípios do Estado de Mato Grosso do Sul, destacando-se entre os municípios a cidade de Limeira (SP), com cerca de 90 mil unidades consumidoras atendidas."
Luiz Sérgio Assad, diretor de Assuntos Regulatórios e Institucionais (Campinas, SP)

Nota da Redação - A reportagem não informa que a diferença de tarifas é causada por tratamento desigual dado pela Aneel a distribuidoras privadas e estatais. A reportagem também não informa que a Elektro atende a uma capital de Estado. A comparação das tarifas foi feita com base em dados disponíveis até sexta-feira da semana passada.

Reproduções
"Em relação à nota "Proibido proibir" (coluna de Mônica Bergamo, Ilustrada, pág. E2, 9/9), gostaria de dizer que, como jornalista e militante das causas democráticas por toda a vida, jamais associaria o meu nome a uma prática que fosse restritiva ao direito à informação. Às vésperas do Dia da Imprensa, evento ligado à história da Imprensa Nacional, lamento que o colega da Folha que me entrevistou não tenha repassado à coluna todos os esclarecimentos que ofereci de modo a deixar claro que, com o advento da portaria nš 188, é mantido o acesso irrestrito a todas as informações oficiais divulgadas pelos diários oficiais. Afinal, essa é a missão da Imprensa Nacional. A difusão dessas informações é assegurada e estimulada. Mesmo a comercialização é admitida. O que se veda não é a comercialização de dados, mas, sim, a da base de dados. O que a portaria impede é o que sempre foi proibido: a comercialização das informações na formatação original dos jornais, a venda do trabalho de diagramação e de paginação efetuado pela Imprensa Nacional, que representa significativa incorporação de recursos na sua produção e permite a identificação da autenticidade dessas informações. A única novidade, portanto, que requereu a edição da citada portaria é o lançamento da modalidade de assinatura do "Diário Oficial" da União e do "Diário Oficial" da Justiça por meio eletrônico. A grita vem de fato e exclusivamente de empresas especializadas na venda de produtos parecidos. Vêem o risco de perder parte substancial de sua clientela já que a Imprensa Nacional passa a oferecer produto semelhante, com fidedignidade assegurada. Algumas dessas empresas são meros atravessadores. Acessam os diários oficiais na internet, baixam o seu conteúdo e, sem agregar nenhuma contribuição intelectual, vendem-nos a seus clientes. Seus preços, agora, são exorbitantemente mais altos que os praticados pela Imprensa Nacional. Tanto a queixa é só essa que ninguém ouviu falar de alguém que questionasse o fato de os diários oficiais, na versão impressa, serem vendidos. É que o mercado negro nunca considerou lucrativo forjar a sua impressão. A propósito, a página da Imprensa Nacional na internet (www.in.gov.br) continua no ar, divulgando gratuitamente as informações oficiais e as que são publicadas por imposição legal. Com um detalhe: o lançamento das assinaturas por meio eletrônico já está tornando o acesso e a navegação mais rápidos para quem a deseje consultar. Finalmente, como a arrogância não anima a administração da Imprensa Nacional, será publicada uma nova versão da portaria nš 188, que, mantendo os pressupostos da anterior, tentará evitar qualquer distorção de entendimento ou malversação do seu sentido."
Fernando Tolentino de Sousa Vieira, jornalista, diretor geral da Imprensa Nacional (Brasília, DF)

Leitura
"Gostaria de parabenizar o senhor Fábio Bueno Netto pela excelente idéia de incentivar a leitura no Brasil ("Livro ganha versão self-service em SP", Dinheiro, pág. B5, 9/9) De fato, os brasileiros realmente necessitam ler mais. Mas, infelizmente, o alto preço dos livros não permite que eles sejam acessíveis a todos. Portanto a oferta em lugares estratégicos, como no metrô, e a impressão em papel jornal, que diminui o custo da produção, são ótimos incentivos. Os governantes poderiam adotar essa idéia para que nós, estudantes, pudéssemos comprá-los sem comprometer o orçamento familiar -já que os jovens são o escopo das atenções do novo governo."
Michelle Fantin Yakabe (Uberaba, MG)

Cinema
"A cineasta Leni Riefenstahl tem sido duramente criticada por ter posto sua capacidade de cineasta a serviço do nazismo. Os atuais publicitários e marqueteiros fazem campanha para eleger quaisquer candidatos sem se preocupar com as tendências políticas e a moral de seus empregadores. Qual será o veredicto da história para com eles? Mesmo que eles não tenham importância suficiente para que venham a ser avaliados daqui a 20 ou 30 anos, como ficam as suas consciências? Talvez rezar e fazer peregrinações atenue a sensação de culpa e facilite novos contratos."
Carlos Brisola Marcondes (Florianópolis, SC)


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