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ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES
A promissora agrofloricultura brasileira
O leitor que acompanha esta coluna é testemunha da importância que dou à agricultura. A abundância de terras cultiváveis, de água, de
sol, de engenhosidade e de vontade de
trabalhar dá ao nosso país uma vantagem comparativa que é invejada pela
maior parte das nações do mundo.
Ademais, o Brasil já dispõe de uma
pesquisa agropecuária de alta qualidade e que é responsável pelos altos níveis de produtividade da maioria dos
produtos.
Para atender a demanda mundial
por alimentos, o Brasil tem ainda um
enorme campo para fazer crescer a
sua produção agrícola. A mesma
oportunidade aparece para o fornecimento de fibras e de álcool.
Mas não é só isso. Mais recentemente, o Brasil vem se destacando no campo da agrofloricultura. Com base em
técnicas avançadas de plantio, comercialização e logística, a produção de
flores e plantas ornamentais cresceu
de forma animadora nos últimos
anos, não só em São Paulo, que tem
longa tradição nesse campo, mas em
vários Estados do Nordeste e do Sul. O
clima mais estável do Brasil reduz a
necessidade de estufas sofisticadas e
aumenta suas vantagens comparativas na produção de flores.
A realização da Expoflora, no município de Holambra (SP), ora em andamento, é uma oportunidade para observar os bons ventos que sopram
nessa área. O mercado interno para
flores e plantas vem se ampliando ano
a ano, sendo estimado em aproximadamente R$ 3 bilhões anuais, gerando
cerca de 500 mil postos de trabalho.
Mais animador ainda é saber que o
Brasil vem avançando no mercado externo. Quando comparado com as exportações de alimentos e outros produtos agrícolas, o montante exportado é ainda modesto. Em 2005, espera-se exportar cerca de US$ 30 bilhões.
Mas o crescimento é expressivo: as exportações de flores, plantas e bulbos
cresceram 30% em 2003, 21% em 2004
e deverão aumentar mais 25% em
2005. Com a diminuição das barreiras
sanitárias impostas por alguns países,
podemos chegar a US$ 60 bilhões por
ano. Além do mais, o Brasil já penetra
até mesmo nos países que são exportadores tradicionais nesse campo, como Holanda, Itália e Japão.
O progresso da agrofloricultura merece ser enaltecido. Exportar flores
cortadas e plantas vivas é uma tarefa
de grande complexidade. As rosas, lírios, bromélias e orquídeas brasileiros
são um sucesso no exterior. As tulipas,
que eram privilégio da Holanda, são
exportadas para aquele país pelos produtores do interior de São Paulo e de
outros Estados. A cada feira internacional que o Brasil comparece, os
compradores ficam inebriados com a
beleza de nossas flores e plantas.
Estamos lidando, portanto, com um
campo promissor do lado econômico,
importante do lado social e maravilhoso do lado estético. É animador
constatar que casas, consultórios e escritórios do exterior estão sendo ornamentados com flores brasileiras. É
uma alegria saber que a emoção e o
carinho de quem dá e recebe flores
têm como base as flores do Brasil. A
agrofloricultura é o lado bonito e romântico da nação brasileira ganhando
um grande e promissor mercado.
Antônio Ermírio de Moraes escreve aos domingos nesta coluna.
antonio.ermirio@antonioermirio.com.br
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