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LUCIANO MENDES DE ALMEIDA
Papa João Paulo 2º, o Bom Pastor
Agradecemos a Deus a vida do
Santo Padre João Paulo 2º. É uma
dádiva para a humanidade. Precisamos tanto de quem oriente o mundo
para a paz e comunique a todos a
mensagem do amor divino. Ao celebrarmos, em 16/10, os seus 25 anos de
pontificado, elevamos a Deus nosso
reconhecimento pelo testemunho e
pelas lições de vida que, constantemente, dele recebemos.
Entre os muitos méritos de seu pontificado, é preciso pôr em relevo a sua
mensagem de globalização da solidariedade e de solicitude pelos excluídos. Neste mundo dividido, violento,
suas lições nos ensinam, à luz do Divino Salvador, a superar por amor todas
as formas de exclusão. É o Bom Pastor
a serviço da unidade e da paz.
Há excluídos dos bens da terra porque se encontram na miséria, passando fome e sofrendo enfermidades. Infelizmente nosso tempo não alcançou
ainda a superação da desigualdade social e das injustiças clamorosas. A palavra constante do Santo Padre reafirma a dignidade de toda pessoa e as
exigências da fraternidade cristã. Sua
pregação profética vem suscitando na
Igreja a consciência maior da prática
da caridade, que deve presidir a transformação da sociedade iníqua e gerar
a partilha fraterna e as políticas públicas da promoção humana em todas as
nações. Insiste na "opção evangélica e
preferencial pelos pobres", como sinal
e prova da universalidade do amor
cristão. Recorda às comunidades cristãs a Doutrina Social da Igreja, que está na base de uma sociedade solidária
que garanta condições dignas de vida
para todos e mútuo auxílio entre as
nações
Há também os excluídos de nossa
amizade, de nossa proximidade, porque pensam e agem de modo diferente do nosso. Existe muita segregação,
distância e rejeição. A pregação do
Santo Padre tem sido de permanente
abertura a todos, na estima e no respeito à diversidade, incentivando o
diálogo, a salvaguarda da liberdade religiosa, a reconciliação entre os povos.
Basta recordar o ensinamento do Papa João Paulo 2º em favor dos migrantes, dos exilados, promovendo a acolhida fraterna e o empenho na compreensão recíproca. Suas encíclicas e
exortações reafirmam os princípios
básicos de convivência humana de superação da violência e construção de
uma humanidade na concórdia e na
paz.
No entanto a forma mais atroz de
exclusão é a que nasce do ódio e da
ofensa. A violência, principalmente
contra o inocente, provoca o rancor e
até o ódio e leva à vingança. O Papa
João Paulo 2º tem sido incansável em
convocar a todos para o perdão das
ofensas e a reconciliação fraterna. Eis a
base mais forte para vencer a exclusão:
o amor, que elimina o ódio e restabelece a estima, o respeito e a paz. A história da humanidade conservará para
sempre os esforços do Santo Padre para o entendimento entre os conflitantes na Terra Santa, para a rejeição da
Guerra do Golfo e do Iraque e para a
busca de soluções pacíficas.
O Papa João Paulo 2º é para a humanidade o fiel representante de Jesus
Cristo, que, sem medir sacrifícios,
anuncia a Boa Nova da Paz, convocando todos para superar a injustiça, a
discriminação e o ódio, pela partilha,
pelo diálogo e pelo perdão.
Ontem, 10/10, ficamos sabendo que
o Prêmio Nobel da Paz não foi concedido ao Santo Padre. Uno-me aos milhões de pobres e perseguidos para
aclamar o Papa João Paulo 2º como o
mais forte e corajoso promotor da paz
em nosso tempo.
Dom Luciano Mendes de Almeida escreve aos
sábados nesta coluna.
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