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São Paulo, sábado, 11 de outubro de 2003

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LUCIANO MENDES DE ALMEIDA

Papa João Paulo 2º, o Bom Pastor

Agradecemos a Deus a vida do Santo Padre João Paulo 2º. É uma dádiva para a humanidade. Precisamos tanto de quem oriente o mundo para a paz e comunique a todos a mensagem do amor divino. Ao celebrarmos, em 16/10, os seus 25 anos de pontificado, elevamos a Deus nosso reconhecimento pelo testemunho e pelas lições de vida que, constantemente, dele recebemos.
Entre os muitos méritos de seu pontificado, é preciso pôr em relevo a sua mensagem de globalização da solidariedade e de solicitude pelos excluídos. Neste mundo dividido, violento, suas lições nos ensinam, à luz do Divino Salvador, a superar por amor todas as formas de exclusão. É o Bom Pastor a serviço da unidade e da paz.
Há excluídos dos bens da terra porque se encontram na miséria, passando fome e sofrendo enfermidades. Infelizmente nosso tempo não alcançou ainda a superação da desigualdade social e das injustiças clamorosas. A palavra constante do Santo Padre reafirma a dignidade de toda pessoa e as exigências da fraternidade cristã. Sua pregação profética vem suscitando na Igreja a consciência maior da prática da caridade, que deve presidir a transformação da sociedade iníqua e gerar a partilha fraterna e as políticas públicas da promoção humana em todas as nações. Insiste na "opção evangélica e preferencial pelos pobres", como sinal e prova da universalidade do amor cristão. Recorda às comunidades cristãs a Doutrina Social da Igreja, que está na base de uma sociedade solidária que garanta condições dignas de vida para todos e mútuo auxílio entre as nações
Há também os excluídos de nossa amizade, de nossa proximidade, porque pensam e agem de modo diferente do nosso. Existe muita segregação, distância e rejeição. A pregação do Santo Padre tem sido de permanente abertura a todos, na estima e no respeito à diversidade, incentivando o diálogo, a salvaguarda da liberdade religiosa, a reconciliação entre os povos. Basta recordar o ensinamento do Papa João Paulo 2º em favor dos migrantes, dos exilados, promovendo a acolhida fraterna e o empenho na compreensão recíproca. Suas encíclicas e exortações reafirmam os princípios básicos de convivência humana de superação da violência e construção de uma humanidade na concórdia e na paz.
No entanto a forma mais atroz de exclusão é a que nasce do ódio e da ofensa. A violência, principalmente contra o inocente, provoca o rancor e até o ódio e leva à vingança. O Papa João Paulo 2º tem sido incansável em convocar a todos para o perdão das ofensas e a reconciliação fraterna. Eis a base mais forte para vencer a exclusão: o amor, que elimina o ódio e restabelece a estima, o respeito e a paz. A história da humanidade conservará para sempre os esforços do Santo Padre para o entendimento entre os conflitantes na Terra Santa, para a rejeição da Guerra do Golfo e do Iraque e para a busca de soluções pacíficas.
O Papa João Paulo 2º é para a humanidade o fiel representante de Jesus Cristo, que, sem medir sacrifícios, anuncia a Boa Nova da Paz, convocando todos para superar a injustiça, a discriminação e o ódio, pela partilha, pelo diálogo e pelo perdão.
Ontem, 10/10, ficamos sabendo que o Prêmio Nobel da Paz não foi concedido ao Santo Padre. Uno-me aos milhões de pobres e perseguidos para aclamar o Papa João Paulo 2º como o mais forte e corajoso promotor da paz em nosso tempo.


Dom Luciano Mendes de Almeida escreve aos sábados nesta coluna.


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