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VALDO CRUZ
PT do PSDB
BRASÍLIA - Um banqueiro é nomeado para uma Secretaria de Finanças
e Desenvolvimento, fica encarregado
de tocar os principais programas sociais da prefeitura e vai logo dizendo
que não é possível fazer mágica.
Um partido se reúne em Brasília e,
aqui e ali no auditório onde acontece
o encontro, o que mais se ouve é que o
tal do ajuste fiscal é fundamental.
Que tem tanta importância quanto
os programas sociais da agremiação.
Parece ou não o relato de acontecimentos relacionados ao PSDB, o partido do presidente Fernando Henrique Cardoso, acusado pelo PT de ter
abandonado seu programa para
aderir ao neoliberalismo?
Parece, mas não é. Foi a petista
Marta Suplicy quem escolheu João
Sayad para ser seu supersecretário,
com amplos poderes na área social. E
são governadores petistas, como Zeca
do PT (MS), que estão pregando a necessidade do ajuste fiscal.
Agora, imagine só se o Armínio
Fraga fosse chamado por FHC ao Palácio do Planalto e comunicado de
que os principais projetos sociais do
governo seriam de sua responsabilidade. Lembrar ainda as críticas petistas contra o ajuste fiscal de Pedro
Malan nem é necessário.
Está errado o novo caminho do PT?
Não, porque nem tão novo é assim.
Ajuste fiscal já não é novidade em alguns governos petistas e a ojeriza a
empresários e banqueiros estava, há
muito tempo, restrita aos discursos
de campanha eleitoral.
Dizer, por outro lado, que o PT estaria se aproximando do PSDB seria
um exagero. Não é o caso. O governo
FHC sempre esteve mais próximo da
elite e, por muito tempo, nem se preocupou com a área social.
Já os petistas estão ligados desde a
origem de seu partido às classes menos favorecidas e suas experiências
de governo foram marcadas por projetos sociais inovadores.
Mas também é notório que o Partido dos Trabalhadores vai, aos poucos, adotando linhas de governo que
antes criticava. Descobriu que com o
antigo discurso nunca chegaria lá.
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