São Paulo, segunda-feira, 11 de novembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR

Assassinato dos pais
"O caso de Suzane e de muitos outros que matam familiares, professores, amigos, vizinhos mostra o quão errada está a educação que estamos dando a esses jovens. Com o aumento do número de mães que trabalham fora e o mimo exagerado na tentativa de compensar a ausência, formam-se crianças e adolescentes despreparados para derrotas. A palavra "não" dita no momento certo, é a maior prova de amor que uma pessoa pode oferecer. Vamos usá-la de maneira inteligente e formar pessoas que consigam aceitar a negação como algo natural que faz parte da vida."
Satiko Motoie Simmio (São Paulo, SP)

"Toda vez que acontece um crime envolvendo jovens da classe média, como esse cometido contra o casal Von Richthofen, procuro aqueles defensores da pena de morte e não os encontro. Por que será? Seria o constrangimento? Seja como for, é compreensível que essas pessoas não saiam de suas tocas junto com seus discursos reacionários, pois uma das coisas mais difíceis é olharmos para o nosso umbigo."
Mateus Beleza Rocha (Belo Horizonte, MG)

"O crime na família germânico-paulistana extrapolou o que pensávamos ser inatingível, mesmo após o índio Galdino, a menina assassinada em discussão de trânsito em São Paulo e o garçom de Porto Seguro. Drogas? Loucura? Esquizofrenia? Depressão? Não me venham com isso. Quem é louco rasga dinheiro. Só pensaram no dinheiro. Só. Esse crime extrapolou todos os demais, mas ainda pode haver outro pior, se não se punir com celeridade e exemplarmente. Trata-se da mais absoluta perda de todos os valores humanos."
João Diogenes Caldas Salviano
(Recife, PE)

Toque de recolher
"Gostaria de saber em quem acreditar: no governador [Geraldo Alckmin", que assevera que "não existe toque de recolher em São Paulo", ou nas pessoas que relataram em detalhes as pressões sofridas para não abrirem seus estabelecimentos na região central da cidade. Infelizmente, declarações do tipo "a polícia vai para cima dos bandidos" não têm o condão de reduzir a criminalidade. Creio que está mais do que na hora de o sr. governador deixar as frases de efeito e empreender uma corajosa e profunda reforma na segurança pública, especialmente nas arcaicas estruturas organizacionais das corporações policiais."
Luiz Roberto Carchedi, coronel da reserva, ex-comandante do Corpo de Bombeiros de São Paulo (Boituva, SP)

ONG oficial
"Interessante o texto "FHC pede a empresários ajuda para ONG" (Brasil, pág. A13, 7/11). Num país em que a desigualdade social é imensa, após oito anos de governo, o presidente pede e consegue ajuda de empresários de peso para financiar sua ONG, que irá organizar palestras, cursos e -o mais impressionante- financiar viagens de FHC ao exterior. As ONGs devem ser criadas com objetivos ambientais, sociais, educacionais, artísticos, entre outros."
Edson Pocidonio da Silva (Atibaia, SP)

Apoio ao presidente
"Fico lendo o que escrevem os doutos articulistas e os recém-eleitos salvadores da pátria sobre a herança da era FHC e não consigo evitar alguma revolta. Sei que a memória é curta. Porém, olhando esses oito anos, comparando com a mediocridade do que vi antes, rememorando as crises asiática, da Rússia, do México, da Argentina, olhando as dificuldades que FHC enfrentou no Congresso, olhando o desempenho do presidente no cenário internacional, observando a verdadeira aula de democracia em uma transição transparente, não consigo concordar com os que atribuem aos últimos anos todas as desgraças do Brasil. Não há como negar que ultrapassamos talvez os oito anos mais conturbados da economia mundial e que foi uma grande sorte o Brasil ter no comando um estadista da estatura de FHC."
Evaldo Grigoletto (Araras, SP)

Latifúndio produtivo
"O brilhante deputado federal e presidente do PT, José Dirceu, em encontro com representantes do MST, fez uma declaração que considero um deslize infeliz. Ele afirmou o seguinte: "Não existe latifúndio produtivo. Latifúndio é sempre improdutivo. A propriedade latifundiária no Brasil pode e deve ser desapropriada". Não há dúvidas de que latifúndios improdutivos devam ser desapropriados. Mas e quanto aos latifúndios produtivos de empresas agroindustriais e de grandes produtores? Esses também estão sujeitos, mesmo que eficientes? Senhor deputado, por favor, não desarrume um dos setores mais competentes da economia brasileira. Que a reforma agrária seja feita, sim, nos latifúndios improdutivos, e não nos produtivos."
Waldir B. Fernandes Jr, doutorando em economia agrícola (Gainesville, Flórida, EUA)

Qualidade agrícola
"Os europeus revisaram o nível de resíduos de inseticidas em produtos agrícolas. Quando lemos nos jornais que algumas medidas preventivas adotadas por países desenvolvidos visam prejudicar os produtos brasileiros, perguntamos até onde isso tem um fundo de verdade. Aqui no mercado interno consumimos produtos com todos os tipos de contaminação sem que tenhamos proteção. Os produtores e exportadores devem uma resposta para tranquilidade de todos."
Rubens Caldari (Piracicaba, SP)

Lei e madeira
"Ao ser contrário à inclusão do mogno como espécie em extinção, o Ibama mostra sua verdadeira face: protetor dos grandes latifundiários e dos grandes destruidores da Amazônia -exportadores de madeira da mais importante floresta equatorial do planeta, que é brasileira. O pouco de positivo que o Ibama faz só serve para jogar uma cortina de fumaça para esconder suas verdadeiras intenções."
Aldo de Cairo Antonio
(São José dos Campos, SP)
EUA x Iraque
"Creio que a resolução da ONU exigindo que o Iraque seja totalmente desarmado é um absurdo. Não posso acreditar que o Conselho de Segurança da ONU tenha finalmente se curvado aos EUA e à Grã-Bretanha. Desarmar os países seria, em geral, muito positivo e benéfico para a paz mundial. Mas a pergunta que faço é a seguinte: por que o Iraque deve ser desarmado, quando outros países não fazem o mesmo? Por que os EUA e a Grã-Bretanha não começam a reduzir seus arsenais? Esses, sim, são uma verdadeira ameaça à paz mundial."
José Lourenço Cindra (Guaratinguetá, SP)

Novo país
"O Brasil, desde os primórdios do Descobrimento, é dominado por uma elite, que, com o decorrer do tempo, concentrou terras e dinheiro. Isso, aliado à falta de interesse político, faz com que a grande maioria da população permaneça nas mesmas condições de miséria e desamparo que se propagam desde os tempos da colonização. Será que já não é hora de pensarmos um novo Brasil? Um país que seja mais igualitário e não concentre nas mãos de poucos o que é para ser dividido entre todos. Que deixem de nos conhecer como país da miséria e dos traficantes. Esse caminho é difícil, mas possível de ser trilhado."
Rafael Molnar Belluomini (Osasco, SP)

Belezura
"A revitalização dos centros urbanos é, sem dúvida, motivo de aplausos para a Prefeitura de São Paulo e para o governo do Estado. Porém, como paulistana residindo há três anos fora da capital, sempre que visito minha cidade natal, fico muito triste ao ver seu abandono. Pichações, casas sem pintura, num tom cinza poluído. Uma cidade poeirenta, confusa e muito suja. Acreditei que o projeto Belezura tivesse a finalidade de embelezar minha cidade, tão maltratada na sua imagem. Creio que os moradores deveriam, em conjunto com os órgãos públicos, zelar um pouquinho mais por ela."
Ângela Luiza S. Bonacci
(Pindamonhangaba, SP)



Texto Anterior: Mario Garnero: A nova sinfonia do desenvolvimento


Próximo Texto: Erramos
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.