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São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 2003

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PAINEL DO LEITOR


Espetáculo da decadência
"O secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho, condenou a "glamourização" do PCC pelos órgãos da imprensa. Trata-se de corajosa manifestação, que provavelmente vai levá-lo à crucificação, sob acusações de tentativa de censura -como se hoje não se pudesse censurar mais nada neste Brasil "democrático". Sejamos todos corajosos: vai continuar a "glamourização" de PCC, de ladrões, de traficantes, de assassinos etc? Caso se pare de promovê-los, a tendência será eles "murcharem". Caso se continue a promovê-los, eles sairão fortalecidos e farão escola. A imprensa deveria deixar evidente que o crime não compensa."
Telmo Ghiorzi (Brasília, DF)

Esporte
"Tem razão o senhor Marcelo Campos Pinto, diretor-executivo da Globo Esportes, ao afirmar que o torcedor -que, afinal, é quem sempre paga a conta- deveria ser consultado sobre a forma do Campeonato Brasileiro de 2004 (nota "Dividida", "Painel FC", Esporte, 10/11). Mas o torcedor deveria também ter sido consultado sobre a transferência do horário dos jogos de Série B para as 11h."
Sergio Bertoni (Maringá, PR)

Profecia
"A propósito da carta do senhor Cristiano Rezende Penha ("Painel do Leitor", 9/11), gostaria de lembrar que, para nossa sorte e felicidade geral da nação, a tal da "profecia" não se concretizou graças à opção do PT pelo estelionato eleitoral, pois o partido seguiu o caminho oposto àquele que alardeou nos últimos 20 anos. A senadora Heloísa Helena, os deputados Babá e Luciana Genro e muitos outros -que, por conveniências pessoais, não se manifestam- que o digam."
Sarkis Aprahamian (Jundiaí, SP)

Eucatex
"Esta empresa enviou carta a esse jornal, publicada nesta seção em 8/11, informando que a Eucatex não mantém e nunca manteve, em tempo nenhum, o relacionamento que a reportagem divulga com o Fundo de Pensão da Caixa Econômica Federal. A mesma notícia falsa, motivo da carta enviada e publicada, volta, no entanto, a ser reproduzida na edição de ontem do jornal (quadro "As reportagens e a Operação Anaconda", Brasil, pág. 8). Reafirmo o que disse em minha carta anterior: quem espalhou essa falsa informação não tem como provar a mentira que divulgou. E também lamento, novamente, que ninguém da Folha tenha tentado ouvir a Eucatex sobre o assunto e, muito mais ainda, que o autor da reportagem inserida na edição de ontem não tenha lido nossa carta publicada no último sábado, publicada no jornal onde ele trabalha. Além do mais, o repórter não se preocupou com a veracidade das informações que escreveu, contrariando mais uma vez o "Manual da Redação" desse prestigioso jornal."
Flávio Maluf, presidente da Eucatex (São Paulo, SP)

Idosos
"A trapalhada do Ministério da Previdência em relação aos aposentados bem que poderia servir para que se tomasse consciência de como esses velhinhos são mensalmente explorados e automaticamente expropriados de seus míseros salários pelo mercado farmacêutico. Independentemente do fato de a margem de lucro sobre esses medicamentos ser ou não de 1.000 % a 2.000%, é de fundamental importância que se comece a acreditar na tese de que a maior parte deles, além de superfaturados, não têm mais do que uma função de placebo, isto é, não serve para nada. Não é de hoje que se sabe que a chamada terceira idade é um milionário filão para a indústria da saúde e que a longevidade, em vez de uma legítima conquista pessoal e social, tem sido muito mais um lugar de medicalização compulsória e de sofrimento."
Ezio Flavio Bazzo, doutor em psicologia (Brasília, DF)

Morosidade
"O presidente Lula tem exaustivamente criticado a atuação do Poder Judiciário, principalmente no tocante à sua morosidade. Mas, caso o Judiciário fosse mais ágil, o maior prejudicado seria o próprio governo federal, pois um grande percentual de ações em vigor é contra ele. Para amenizar o problema, a Previdência Social poderia conceder os reajustes que certamente os beneficiários conquistarão na Justiça."
André Rivoro (São Paulo, SP)

Ciência em debate
"Em relação à reportagem "Instituto de Cosmologia cria "racha" no CBPF" (Ciência, 3/11), gostaria de dizer que é difícil saber o momento em que a licença poética de traduzir "International Center for Relativistic Astrophysics" (Icra) como Instituto de Cosmologia, Relatividade e Astrofísica passou a ser levada a sério pela subsecretaria das Unidades de Pesquisa do Ministério da Ciência e Tecnologia. Entretanto o conselho científico do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, reunido em 20/8, ao receber notícias externas sobre o assunto, posicionou-se unanimemente de forma contrária à proposta de criação de novo instituto do MCT na área de cosmologia. Reafirmou, mesmo assim, seu apoio à participação na referida rede virtual do grupo de cosmologia, que sempre teve suas atividades valorizadas pelo CBPF. Contrariamente à notícia veiculada pela Folha em 3/11 e em 4/11, não existe crise interna ou "racha" no CBPF. A produção científica do CBPF é estável e, como a própria Folha apontou em reportagem sobre o sumário do ISI, é dotada de alto índice de citações. Embora a saída de cinco pesquisadores para formar o Icra não alterasse significativamente esse quadro, a subdivisão da ciência em pequenos feudos deve ser vista como um retrocesso. Lastima-se, sobretudo, o "racha" de um dos grupos de excelência do CBPF, pois a cosmologia seguirá seu desenvolvimento nesta instituição. Não há razão objetiva para a criação de um instituto ao lado do CBPF que replique o que se faz no CBPF. É um gasto injustificável. Deve-se notar que existem ainda outras instituições do próprio Ministério da Ciência e Tecnologia, assim como entre as universidades, que já atuam na área do pretendido Icra. A criação de mais um instituto na região centro-sul também não parece atender à política de descentralização do MCT. É, portanto, inteiramente justo que essa medida, irrelevante para os múltiplos problemas por que passa a ciência brasileira, não tenha merecido o apoio do conselho da Sociedade Brasileira de Física, eleito para representar todas as áreas da física."
Alfredo M. Ozorio de Almeida e Ronald Cintra Shellard, Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (Rio de Janeiro, RJ)


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