São Paulo, domingo, 12 de março de 2006

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ELIANE CANTANHÊDE

No tapa

BRASÍLIA - A polarização Serra-Alckmin alastrou-se pelas assessorias e pela imprensa, chegou ao meio a meio e criou a seguinte situação: o partido tem de anunciar seu candidato nesta semana, mas não tem esse candidato. O prazo é terça. Será?
Na sexta passada, em meio às reuniões do triunvirato FHC-Tasso-Aécio com os dois, a versão do dia inteiro foi a de que tudo estava se definindo na direção de Alckmin. Já à noite, veio a contra-ofensiva dos serristas, dizendo o oposto.
As cartas estão dadas e não há mais surpresas que alterem os prós e contra de cada um. É decidir com o que está na mesa e garantir que o perdedor efetivamente se empenhe na campanha -condição fundamental para enfrentar o favorito Lula.
O trunfo de Serra é a maior densidade eleitoral e até política. O de Alckmin, a surpreendente determinação, fator sempre importante. Serra jamais deveria admitir a disputa ao Bandeirantes. Passa hesitação.
Como dado de reflexão, os parceiros. Apesar das declarações contidas, a cúpula pefelista é toda pró-Serra, porque quer ganhar e o considera mais competitivo. A exceção é ACM, pela sua disputa caseira com o serrista roxo Jutahy Magalhães.
No PMDB, quando se fala em "peemedebistas tucanos", leia-se "serristas", porque não os há "alckmistas". Ou seja: se der Serra, o partido mantém uma divisão latente, potencial, para reforçar o time tucano mais adiante. Se der Alckmin, o PSDB estará empurrando o PMDB para o colo de Lula. Aliás, os governistas, ou lulistas, estão na dianteira e já estão numa boa com o serrista Geddel.
Serra e Alckmin vão ter uma segundo rodada de conversas até amanhã, enquanto Aécio e Tasso contatam governadores, parlamentares, líderes regionais. Mas o problema está justamente aí: vão todos ouvir o que estão carecas de saber. O imbróglio foi longe demais e não há mais chance de definir critérios. Ou seja: vai ser no tapa. E Tasso é quem vai dar.


@ - elianec@uol.com.br


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