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ELIANE CANTANHÊDE
No tapa
BRASÍLIA - A polarização Serra-Alckmin alastrou-se pelas assessorias
e pela imprensa, chegou ao meio a
meio e criou a seguinte situação: o
partido tem de anunciar seu candidato nesta semana, mas não tem esse
candidato. O prazo é terça. Será?
Na sexta passada, em meio às reuniões do triunvirato FHC-Tasso-Aécio com os dois, a versão do dia inteiro foi a de que tudo estava se definindo na direção de Alckmin. Já à noite,
veio a contra-ofensiva dos serristas,
dizendo o oposto.
As cartas estão dadas e não há mais
surpresas que alterem os prós e contra de cada um. É decidir com o que
está na mesa e garantir que o perdedor efetivamente se empenhe na
campanha -condição fundamental
para enfrentar o favorito Lula.
O trunfo de Serra é a maior densidade eleitoral e até política. O de
Alckmin, a surpreendente determinação, fator sempre importante. Serra jamais deveria admitir a disputa
ao Bandeirantes. Passa hesitação.
Como dado de reflexão, os parceiros. Apesar das declarações contidas,
a cúpula pefelista é toda pró-Serra,
porque quer ganhar e o considera
mais competitivo. A exceção é ACM,
pela sua disputa caseira com o serrista roxo Jutahy Magalhães.
No PMDB, quando se fala em "peemedebistas tucanos", leia-se "serristas", porque não os há "alckmistas".
Ou seja: se der Serra, o partido mantém uma divisão latente, potencial,
para reforçar o time tucano mais
adiante. Se der Alckmin, o PSDB estará empurrando o PMDB para o colo de Lula. Aliás, os governistas, ou
lulistas, estão na dianteira e já estão
numa boa com o serrista Geddel.
Serra e Alckmin vão ter uma segundo rodada de conversas até amanhã,
enquanto Aécio e Tasso contatam governadores, parlamentares, líderes
regionais. Mas o problema está justamente aí: vão todos ouvir o que estão
carecas de saber. O imbróglio foi longe demais e não há mais chance de
definir critérios. Ou seja: vai ser no
tapa. E Tasso é quem vai dar.
@ - elianec@uol.com.br
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