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FERNANDO RODRIGUES
Quase empate
BRASÍLIA - O jogo ainda está no começo do primeiro tempo, e o medo já
está quase empatando com a esperança. Essa é a leitura possível do recuo e do eventual recuo do recuo que
o governo Lula está para protagonizar na reforma da Previdência.
Mesmo que voltem atrás, vários líderes governistas já apareceram em
público para defender o conceito da
integralidade -a aposentadoria
igual ao último salário recebido na
ativa, tanto para os servidores públicos atuais como para os futuros.
O argumento básico é que as novas
condições exigidas seriam suficientes
para que o modelo se torne financeiramente viável. Como se o problema
da reforma da Previdência fosse apenas fiscal, e não de equidade.
Um cacique petista pragmático resume assim a crise: "Meu conceito de
justiça social é só um conceito se não
tivermos 308 votos no plenário para
aprovar a emenda constitucional".
É verdade. Mas, se o governo Lula
foi eleito para acomodar interesses e
buscar algum equilíbrio fiscal para as
aposentadorias, melhor seria se tivessem escolhido presidente o antigo ministro-chefe da Casa Civil Pedro Parente -um técnico mais bem preparado do que metade dos integrantes
da administração petista.
No fundo, no fundo, quem mais
acertou no diagnostico foi o presidente da comissão especial que analisa a
reforma da Previdência, o deputado
federal Roberto Brant (PFL-MG). Para ele, não existe convicção ideológica absoluta de muitos líderes governistas sobre a necessidade de certas
mudanças.
Sem firmeza conceitual, qualquer
desculpa serve para encontrar atalhos. Por exemplo, espalhar que o Poder Judiciário retaliaria se o governo
não cedesse. Como poderão os juízes
conceder liminares, por exemplo, se a
reforma acabar com a aposentadoria
integral para futuros magistrados? Se
ainda não existem, como poderão esses "juízes" protestar?
Eis uma questão lógica -estágio
ainda não atingido no "new PT".
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