São Paulo, quarta-feira, 12 de julho de 2006

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PAINEL DO LEITOR

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Ensino em SP
"Quem conhece o funcionamento das escolas de ensino fundamental de São Paulo sabe que o sistema de ciclos é inviável. Pressupõe, para que funcione, turmas pequenas e professores com poucas turmas, para que se dê um tratamento individualizado, corrigindo as dificuldades de cada um dos alunos. O ciclo, numa realidade de professores com 600 alunos por semana, é inviável: torna-se mero sistema de aprovação automática. O sistema anterior, de repetência, não resolvia os problemas, mas ao menos existia a motivação de se estudar para não ficar retido. Muitos evitam esse assunto para não serem confundidos com a direita ou por medo de melindrar um totem sagrado como o grande Paulo Freire, que propôs o sistema. Enquanto isso a escola afunda, os alunos não aprendem e seguem assim para o ensino médio. Algo precisa ser feito!"

JAIR DA SILVA SANTOS (São Paulo, SP)

Cotas
"A escolha dos candidatos aprovados nas faculdades é objetiva, não levando em conta nenhum outro critério senão o da pontuação. Independe de cor, raça ou credo do candidato. O grupo que se encontra excluído do ensino superior é o das classes sociais menos favorecidas, e não o deste ou daquele grupo étnico. Impossível partir de uma premissa racista e discriminatória e chegar a uma solução justa e democrática. É uma lei oportunista, excludente, demagógica, arbitrária, racista e inconstitucional. Qual critério objetivo será criado para determinar quem é ou não afro-descendente? Não estaria excluindo os candidatos pobres que não são afro-descendentes? Ao criar uma lei dessas, os políticos, legisladores e o Executivo estão querendo jogar cortina de fumaça sobre a incompetência do poder público em solucionar as questões de ordem social e econômica, como a má qualidade do ensino público, o desemprego, a péssima distribuição de renda e de habitação, o aumento da criminalidade e a carga tributária elevadíssima. Estes sim são os verdadeiros culpados pela exclusão das classes menos favorecidas não só do ensino como do mercado de trabalho."

EDUARDO TAVARES (Santos, SP)

"Só há uma forma de este país tirar proveito da polêmica sobre o Estatuto da Igualdade Racial e sua política de cotas: o debate deve ser conduzido com transparência e os melhores argumentos de cada lado devem ser expostos. Os argumentos contra as ações afirmativas pró-negros, a meu ver, são fracos. Vejam a carta da leitora Raquel Rocha (10/ 7). Ela se diz descendente de "escravos e índios", contrária às cotas, e pergunta: "Qual a diferença da criança carente negra ou branca?" Boa pergunta. Eu, que sou branco, respondo: a diferença está na quantidade. A de crianças negras carentes é indecentemente maior do que a de crianças brancas, apesar de as duas etnias serem praticamente do mesmo número no Brasil."

EDUARDO GUIMARÃES (São Paulo, SP)

Aposentadorias
"Como professor inativo, jamais esperaria ver na vida Lula vetar aumento para aposentados. Que voltas o mundo dá!"

JOSÉ VIRGOLINO DE ALENCAR (João Pessoa, PB)

"Não há dinheiro para o aumento dos aposentados. Agora, para os mensaleiros, sanguessugas e outras espécies em proliferação..."

ROBSON SANT'ANNA (São Paulo, SP)

Elite
"Lendo a notícia sobre a realização da Fashion Run, corrida que será disputada por "vips" no shopping Iguatemi, em São Paulo, podemos notar como vivemos num país com dois "Brasis", em que um lado, rico e exclusivo, pode usufruir de um estilo de vida raro até em cidades de Primeiro Mundo, enquanto o outro, pobre e excluído, arca com a dura realidade do país, sem trabalho, emprego, segurança, saúde e dignidade. As declarações de alguns dos "competidores" que estarão nesse evento -afirmando que se sentem mais confortáveis em correr ao lado de pessoas de "seu nível" em vez de dividir o espaço com "pessoas cuspindo no chão ou de outra classe'- mostram a verdadeira face da elite brasileira: preconceituosa e alienada, que não se importa com o que ocorre nos bastidores da nossa política suja, desde que possa continuar a manter o seu padrão nababesco de vida, enquanto a maior parte da população vive na miséria. Triste o país que possui uma elite dessas."

MARCEL BRUNO SALGUEIRO (São Paulo, SP)

Televisão
"Discordo de Clemente de Almeida Campos ("Painel do Leitor", 11/ 7), que critica o final da personagem Bia Falcão na novela "Belíssima". Tendo em vista a imoralidade geral, especialmente nas elites do Brasil, punir essa vilã de ficção seria um desrespeito à realidade. Com tantos mensaleiros, sanguessugas e outros bandidos à solta, seria utópico punir uma vilã que, afinal, só cometeu alguns homicídios e falcatruas."

CARLOS BRISOLA MARCONDES (Florianópolis, SC)

Poluição
"Hugo Chávez, em artigo no jornal "The Guardian", questiona o excesso de carros nas grandes cidades. Diz que "em 96% dos veículos você só vê uma pessoa, a que está dirigindo. Todo mundo quer ter um carro e dirigir pelas ruas feito um idiota: sozinho no seu carro, queimando litros e litros de combustível, poluindo a atmosfera". Para ele, a culpa é da "propaganda capitalista" com a qual somos bombardeados pela TV desde crianças: "A TV nos mostra que pessoas decentes são bem vestidas e têm carros de luxo". E olha que Chávez é um dos maiores interessados em vender petróleo! No mínimo revelou bom senso, ao menos na questão ambiental."

CONRADO DE PAULO (Bragança Paulista, SP)

Fim da reeleição
"Está havendo uma discussão boba, se devemos manter a reeleição ou aboli-la, passando a ser o mandato presidencial de cinco anos. Ora, por que não seis anos? Cinco é quase o mesmo que quatro e, além disso, nosso calendário eleitoral é bianual, e o período de cinco anos viria tumultuá-lo mais ainda."

PEDRO DE OLIVEIRA COSTA NETO (São Paulo, SP)

Arte em vidro
"Quero registrar a minha satisfação diante da publicação, no caderno Turismo, da matéria sobre o vidro artístico brasileiro. Para mim, que dediquei os últimos 52 anos à valorização desta arte no Brasil, matérias como essa coroam todo o esforço destes anos defendendo o vidro de arte brasileiro, posicionando-o no mesmo nível que aqueles produzidos nos tradicionais centros vidreiros do mundo. Sinto-me honrado em ver meu trabalho apresentado de maneira séria e competente por Silvio Cioffi, profundo conhecedor e colecionador da arte em vidro. Da mesma forma, sinto-me incentivado na continuidade desta tradição de minha família, há mais de 700 anos na ilha de Murano e desde 1965 em terras brasileiras."

MARIO SEGUSO (Poços de Caldas, MG)

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