 São Paulo, segunda-feira, 12 de agosto de 2002 |
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PAINEL DO LEITOR Planos de saúde "Está claramente demonstrada a má performance da maioria dos planos de saúde a propósito das tarefas médico-assistenciais que se propõem a executar. Isso é lamentável, porque abrangem muitos usuários, e eles, quase generalizadamente, demonstram insatisfação. Além disso, pagam salários minúsculos a médicos credenciados. Contudo, a despeito dessas circunstâncias, estão custeando clubes e jogadores profissionais. Trata-se de propaganda que requer elevados dispêndios. Tal impropriedade retrata conduta inaceitável, merecedora de atenção por parte do Ministério Público, hoje patriótico órgão interessado em coibir irregularidades prejudiciais a nossa sofrida comunidade." Vicente Amato Neto (São Paulo, SP) Partidos demais "A Câmara chegou a apreciar emenda constitucional que se destinava a eliminar os partidos políticos que não conseguissem o mínimo de 5% dos votos válidos das eleições de deputados federais. Como a emenda não foi aprovada e estamos em plena campanha eleitoral, aquela medida só poderá ser aplicada nas próximas eleições de 2006, desde que haja boa vontade dos congressistas que agora forem eleitos. Com isso, vamos continuar convivendo com partidos políticos que, em sua maioria, são de pouca expressão eleitoral." João Manuel da Silva Picado (Santos, SP) Responsabilidade fiscal "Gostaria de chamar a atenção para um fato que vem preocupando todos os candidatos ao Executivo: a Lei de Responsabilidade Fiscal. O problema não está na lei, mas em como cumpri-la. O ensino da contabilidade pública em nossas faculdades é simplesmente ridículo. A literatura sobre o assunto é escassa e se encontra desatualizada. O salário que se paga ao contador público não atrai ninguém a seguir a carreira. A primeira solução seria treinar contadores que gostassem de seguir a carreira pública. Outra solução seria desenvolver programas de computador (como o do Imposto de Renda) que ajudassem as prefeituras a controlar suas despesas orçamentárias." Franz Josef Hildinger (Praia Grande, SP) Educação "Enquanto professores e alunos continuam sendo ameaçados, agredidos e assassinados nas escolas, o governo de São Paulo tenta disfarçar a realidade. Recentemente, o secretário estadual da Educação, professor Gabriel Chalita, divulgou uma pesquisa, cujos resultados indicam que a violência nas escolas teria sido reduzida em 57,2%, entre maio e junho. Conseguir uma redução tão drástica nos índices de violência seria um feito inédito, digno de todos os elogios. Só que a "pesquisa" não obedeceu a qualquer metodologia científica. Nós, professores, sabemos que só uma política educacional correta pode derrotar a violência." Carlos Ramiro de Castro, presidente da Apeoesp (sindicato dos professores do ensino oficial - São Paulo, SP) "É inadmissível que se faça propaganda de distribuição de uniformes pela Prefeitura de São Paulo, gastando-se dinheiro público. Deixemos a propaganda para quando estiver sobrando verbas para jogar fora e não houver eleições." Leila Leitão (São Paulo, SP) Acordo com FMI "Da maneira como é colocado pelo governo e pelos economistas dos principais bancos, o mais novo (e, diga-se, bem-vindo) empréstimo concedido ao Brasil pelo FMI parece tratar-se de uma doação, de um ato filantrópico por parte do órgão. Os economistas ouvidos pela Folha tratam do desembolso com termos tais como "ajuda", "liberação de recursos", "dinheiro novo", sem analisar o impacto dos altíssimos juros decorrentes, que deverão ser pagos com o suor dos nossos rostos. Não vi análises sobre os efeitos da entrada dessa montanha de dólares para a economia brasileira em médio e longo prazos. Essa "visão curta" ensina muito do porquê de nosso país se encontrar nesta situação lastimável, com uma relação dívida-PIB que ultrapassa os 54%." Danilo Di Giorgi (São Paulo, SP) Pequenas empresas "Por que a preocupação somente com o setor automobilístico, abaixando o IPI dos carros, e com os bancos, a quem é permitida uma cobrança exorbitante de juros? As micro, pequenas e médias empresas, que são as que mais empregam, estão penando para se manterem devido à escorchante cobrança de impostos e outras imposições." Sérgio Leonello (São Paulo, SP) Dispensa de soldados "Quanto custa preparar um soldado? Resposta: R$ 380,00 mensais. Qual o custo para a manutenção de presos nas cadeias? Resposta: no mínimo R$ 3.000,00 por mês. Solução do governo: dispensa jovens soldados por economia. O que espera o governo brasileiro dispensando jovens soldados que recebiam um soldo de R$ 200,00 por mês? Aumentar o número de desempregados? Oferecer oportunidade para o crescimento do número de bandidos?" Paschoal Misorelli (São Paulo, SP) Saudade da força "Triste. É realmente muito triste abrir o jornal e ver alguém se manifestando pela volta dos "anos de chumbo", como a senhora Suzana Magalhães, dizendo que naquele tempo "nossos governantes eram "cabras-machos" ("Painel do Leitor", 5/8, pág. A3). Ou mesmo o sr. Cláudio Faria Leite, pregando que é lícito a polícia atuar na ilegalidade ("Painel do Leitor", 5/8, pág. A3). Mas, felizmente, aqui ainda é uma democracia: cada um pode pensar o que quiser e expressar seus pensamentos à vontade." Aristóteles de Aleluia Júnior (Rio de Janeiro, RJ) UFRJ às escuras "Efusivamente, parabenizo o editorial da Folha "Universidade sem luz" (Opinião, 7/8, pág. A2). A relação altamente curiosa entre o iluminismo e a falta de energia foi um brilhante achado. Por outro lado, mostra-se a face mais cruel das privatizações: em vez de analisar-se a questão e pensar nas consequências,a energia é cortada no campus da UFRJ, incluindo os hospitais. Na minha humilde opinião, isso já não é política ou simples questão administrativa: é crime, pois hospital é serviço essencial." Celio Levyman (São Paulo, SP) Movimento ambiental "Nas décadas de 60 e 70, o movimento ambientalista brasileiro possuía centenas de organizações não-governamentais superativas (só no Rio Grande do Sul eram mais de cem). Aquelas entidades ocupavam amplos espaços, diariamente, na mídia. De lá para cá, os problemas ambientais aumentaram em progressão geométrica, enquanto as entidades ambientalistas foram diminuindo ou morreram de inanição. Não houve reposição das lideranças? Não há mais motivação? Talvez esta provocação sirva para reavivar os debates em torno do tema." James Pizarro (Santa Maria, RS) Sabedoria oriental "As reportagens sobre a China (Turismo, 5/8) são uma obra-prima educativa, pois relatam a história de um verdadeiro "continente" em extensão territorial, extensão em sabedoria, princípios éticos, arte milenar, conceito e respeito. Respeito que não há no ocidente, onde o idoso é apenas velho, e onde se esquece que esse "velho" é uma fonte de sabedoria e experiência. Temos muito a aprender, e a China é uma escola, uma verdadeira escola." Reginaldo Cabral Calil (Ituverava, SP) Texto Anterior: João Herrmann Neto: Espelho, espelho meu Próximo Texto: Erramos Índice |
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