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São Paulo, terça-feira, 12 de agosto de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Fundos de pensão
"Parabenizo a Folha pelo editorial "O risco dos fundos" (Opinião, 10/8). Faltou dizer que eles, os fundos de pensão, não criam uma poupança nova, como é apregoado. Na verdade, os fundos para os servidores vão-se capitalizar com a transferência de recursos dos orçamentos estatais, seja por meio da contribuição dos entes estatais, seja por meio da contribuição de seus servidores. Simples transferência de renda! Também não foi dito que é estranho que, com o tamanho da dívida pública, o Estado queira começar a contribuir agora para aposentadorias que poderia deixar para pagar somente daqui a 30 ou 35 anos."
Daguzan Cardoso Dias (São Paulo, SP)

Idéias
"O artigo de ontem do senhor Vinicius Torres Freire ("Ricos, pobres e intelectuais", pág. A2), em que comenta a minha participação em programa da Globo News em 9/8, caracteriza-se por ofensas pessoais e não discute nenhuma das idéias que expressei na ocasião. Revela mais a respeito de seu caráter do que de sua capacidade para participar do debate democrático. Seus critérios bloqueiam seu entendimento sobre o direito que as pessoas têm de mudar de opinião e levam-no a atribuir isso a pequenos interesses. Não reconheço nele autoridade para discutir a minha dignidade pessoal.
José Álvaro Moisés (São Paulo, SP)

 

"Quero cumprimentar Vinicius Torres Freire pelo brilhante artigo "Ricos, pobres e intelectuais". É preciso desmascarar aqueles supostos intelectuais orgânicos que, graças ao dinheiro do povo, conseguiram formar-se na USP e hoje bradam ignomínias conspiratórias contra os movimentos sociais legítimos."
Márcio Augusto Pandolfi (Florianópolis, SC)

Excluídos da Justiça
"O ministro Márcio Thomaz Bastos, no artigo "O 11 de agosto dos nossos sonhos" ("Tendências/Debates", 11/8), enfatizou que "é preciso urgentemente democratizar a Justiça. Trazer para dentro dela milhões de pessoas que estão excluídas". Causou-me espécie a sua omissão ao não relacionar a Defensoria Pública como instituição constitucionalmente destinada a garantir o acesso dos pobres ao Poder Judiciário. Tal omissão é agravada por estar vinculada ao seu ministério a Defensoria Pública da União. No ano passado, a Defensoria Pública do Rio de Janeiro prestou quase 2 milhões de atendimentos."
Marcelo Bustamante (Rio de Janeiro, RJ)

Educação ambiental
"Em vez de o papa pedir que seus fiéis rezem pedindo chuva ("Reino Unido tem recorde de temperatura", Mundo, pág. A10, 11/8), ele deveria exigir que a educação ambiental fosse incluída nos sermões das missas e em outros serviços religiosos da Igreja Católica. Ele deveria pedir aos católicos que plantassem árvores em vez de derrubá-las ou de queimá-las, que evitassem poluir as águas, o ar e a terra e que despoluíssem o que já foi poluído. As conclusões a que os cientistas têm chegado sobre o efeito estufa e sobre as atividades humanas para o planeta deveriam ser conhecidas por todos os católicos. E as outras religiões deveriam fazer o mesmo."
Sandra M. Andrade (Franca, SP)

Risco e pecado
"Na reportagem "Brasil deixa empresas dos EUA pessimistas" (Dinheiro, 10/8), percebe-se que, além de não haver pecado ao sul do equador, também não há risco. Com a leitura dos depoimentos dos investidores, nota-se a profunda decepção de que o lucro -essa obrigação de Pindorama- não esteja ocorrendo como eles esperavam. Enquanto nos EUA anos ruins se alternam com anos bons -e isso é considerado normal-, aqui, não havendo lucro em um exercício, é preciso ou fugir ou arrancar do governo tarifas compensatórias. No caso particular da AES, empresa que investiu na base de pesado endividamento, gostaria de saber onde, nos Estados Unidos, ela ousaria buscar os remédios que ela obtém no Brasil como se fossem um direito adquirido."
José Amaro P. Ramos (São Paulo, SP)

Leis trabalhistas
"O artigo de Fernando Canzian ("EUA liberalizam leis trabalhistas ainda mais", Brasil, pág. A17, 27/7) merece um comentário adicional para que se entenda melhor a situação que o correspondente descreveu. Apesar de os trabalhadores nos Estados Unidos não terem 13º salário nem férias remuneradas garantidos por lei, a maioria deles recebe proventos equivalentes a título de benefícios. Na prática, quase todos os trabalhadores em tempo integral têm direito a férias remuneradas. Como lá o 13º salário não existe, muitas empresas pagam a seus funcionários um bônus de Natal, e a maioria delas se responsabiliza pelo menos em parte pelo pagamento de planos de saúde e por contribuições a planos privados de aposentadoria de seus empregados. Tais benefícios estão sujeitos a negociação e podem variar. Negociar benefícios pode se tornar um processo vantajoso para ambas as partes. Para evitar demissões, é possível negociar redução de benefícios e até de salários em períodos de dificuldades. Muitos sindicatos preferem negociar a redução de benefícios a perder empregos, porque será possível recuperar perdas depois numa conjuntura mais propícia."
Patrick Del Vecchio, cônsul para assuntos trabalhistas do Consulado Geral dos Estados Unidos (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Fernando Canzian - A reportagem tratou do que está garantido por lei aos trabalhadores americanos. Informou ainda que apenas 10% estão representados por sindicatos, que obtêm as melhores negociações. Com a maior taxa de desemprego em quase dez anos, a tendência nos EUA tem sido cortar ainda mais benefícios.

CUT
"Pela terceira vez consecutiva, sou obrigado a desmentir informação veiculada por este jornal. Na edição de 5/8 (Brasil, pág. A6), o jornalista Iuri Dantas disse que 53 entidades sindicais deixaram a CUT para formar a CSP (Central dos Servidores Públicos). Essa informação é mentirosa. Jamais, em tempo algum, nenhuma dessas entidades foi filiada à CUT. Desafio a Folha a publicar a lista dessas entidades e a provar a filiação à central. Embora já tenha alertado sobre o erro, parece que a desinformação, nesse caso, está servindo a outros propósitos. Que o jornal tenha opinião a respeito das iniciativas do governo faz parte da democracia, mas a mentira é inaceitável."
João Felicio, secretário-geral da CUT (São Paulo, SP)

Nota da Redação - Leia a seção "Erramos", abaixo.

Greve
"Na defesa de um projeto de excelência no ensino do jornalismo, atualmente sob ameaça, e empenhados na busca de padrões sempre mais elevados no exercício da profissão, expressamos nosso apoio ao movimento de professores e alunos de jornalismo e rádio e TV da Faculdade Cásper Líbero."
Paulo Henrique Amorim, Jô Soares, Newton Carlos, Hélio Campos Mello, Heródoto Barbeiro, Luiz Gonzaga Belluzzo, Nabil Bonduki, Fernando Pacheco Jordão e mais 84 signatários (São Paulo, SP)


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