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ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES
Mais eficiência e menos gastos
POR MAIS que se proteste, o
governo brasileiro não pára
de crescer e, com isso, aumentam as despesas de maneira estonteante. Incluem-se os governos federal, estadual e municipal.
Tudo estaria bem se as despesas
ocorressem no campo dos investimentos produtivos, que geram empregos e renda. Infelizmente, as
despesas que mais crescem são as
com gastos correntes, em especial
com o funcionalismo.
Vejam o caso dos municípios.
Em 1991, eram 4.491 municípios.
Em 2005, aumentaram para 5.564,
a maioria inviável. Surgiram nesse
período 1.073 novos prefeitos, Câmaras de vereadores e toda a administração de apoio. Os funcionários
municipais, que eram 2,5 milhões,
passaram para 4,5 milhões ("O Governo na Contramão", "Revista da
Indústria", Fiesp, julho de 2007).
Um estudo citado na publicação
acima revela que o Brasil é campeão no esbanjamento. A média
das despesas públicas no mundo,
contando os países mais desenvolvidos, é de 16,6% do PIB. No Brasil,
é mais de 20% do PIB, e com serviços precários.
Não bastasse esse descalabro, o
Congresso Nacional está ultimando a criação de mais seis Estados
no Brasil: Carajás, Tapajós (no Pará), Mato Grosso do Norte (Mato
Grosso), São Francisco (Bahia),
Maranhão do Sul (Maranhão) e
Gurguéia (Piauí). Imaginem o que
isso significará em termos de despesas. Cada um deles terá de abrigar enormes máquinas nos três Poderes -Executivo, Legislativo e
Judiciário. Só para a instalação, estima-se um gasto de R$ 11,4 bilhões, a cargo da União.
Numa hora em que o país precisa
aumentar a sua capacidade de investir, especialmente em infra-estrutura, educação, saúde e segurança, os políticos querem criar para si novas oportunidades de carreira. Se aprovados, os novos Estados abrirão dezenas de vagas de deputado federal e de senador, sem
contar os milhares de servidores
municipais.
Isso não se justifica. A criação de
novos Estados não se encaixa em
nenhuma escala de prioridade que
se baseie em um mínimo de bom
senso. O governo brasileiro já está
superdimensionado. As máquinas
governamentais arrancam da sociedade cerca de 38% de tudo o que
é produzido, limitando, assim, a capacidade de investir da iniciativa
privada.
Estamos no meio de um círculo
vicioso. O setor privado investe
pouco porque paga muito imposto,
e o governo não investe porque
gasta muito com o custeio da sua
administração.
De que forma vamos poder sustentar o crescimento que todos desejam e que os brasileiros tanto almejam? Chega. Vamos parar com
isso.
antonio.ermirio@antonioermirio.com.br
ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES escreve aos domingos nesta coluna.
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