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Renan
"O presidente do Senado, Renan
Calheiros, na sua tentativa desesperada de manter-se no cargo, se vangloria de ter recebido um telefonema elogioso do presidente Lula, como se isso fosse sinal de prestígio e
solidariedade.
Coitado. Todos os amigos do peito de Lula, que não tem compromisso com ninguém, também receberam o seu telefonema. É só perguntar a José Dirceu, Antonio Palocci, João Paulo Cunha, Waldir Pires etc., que foram brindados com
esse mimo antes de serem defenestrados dos seu cargos.
Acredito que esse tipo de afago
funcione como um beijo da morte."
LUIZ THADEU NUNES E SILVA (São Luís, MA)
"Renan Calheiros, presidente do
Senado, está morto.
Nos quase três meses da crise que
se abateu sobre ele, os brasileiros já
viram do que esse senhor é capaz
quando o negócio é gado. Conseguiu vender seu plantel por um preço que ninguém até hoje vendeu. E,
ultimamente, atacou de agricultor,
devendo se tornar em breve o maior
produtor de laranjas do Brasil.
Resta saber quanto fôlego a mais
ele terá e quantas denúncias poderão aparecer envolvendo esse "estadista brasileiro" que está envergonhando o país com suas artimanhas
só para não perder a boquinha."
IZABEL AVALLONE (São Paulo, SP)
Mulher contemporânea
"Faz parte de nossa cultura ocidental judaico-cristã as estereotipagens generalizantes. É o que
ocorre ainda ao vincularmos sensualidade forte com prostituição.
Esse fenômeno sociológico, embora esteja diminuindo, ainda tem nos
dias de hoje profundas raízes em
nosso subconsciente.
E é o que estamos vendo na novela "Paraíso Tropical", com as duas
belas personagens "Bebel" e "Betina",
que, explicitando suas exuberantes
sensualidades, mantêm o tabu preconceituoso nas cabeças e mentes
da sociedade.
Ainda bem que as novíssimas e
bem informadas gerações estão
dando um "chega pra lá" nessa forma de ver a saudável sensualidade
da mulher contemporânea."
JOSÉ DE ANCHIETA NOBRE DE ALMEIDA
(Rio de Janeiro, RJ)
Aborto
"A leitora Fernanda Costa ("Painel do Leitor", 10/8) apresentou sua
opinião em relação ao texto de Aníbal Faúndes de 7/8, enfocando o direito do embrião em detrimento ao
direito de escolha das mulheres.
A necessidade, o desejo e a saúde
da mulher se sobrepõem a qualquer
conjunto de células que possuem
uma provável possibilidade de se
tornar um ser humano. Durante a
gravidez ou no parto, quando se
apresenta um risco de vida para a
gestante, a opção, segundo as leis vigentes, é salvar a vida da mulher, o
que comprova que existe, sim, uma
escala de valores.
A descriminalização do aborto é
uma questão de saúde e de justiça
social, além de preservar a possibilidade de escolha de todas a mulheres, pois desmorona a pretensão de
impor um pensamento único, digno
dos regimes totalitários.
As que são contrárias ao aborto
que não o pratiquem. Mas que deixem às demais o sagrado direito de
exercitar a prerrogativa de uma opção em consonância com seus princípios singulares, com seu foro íntimo e com suas aspirações."
ANETE ARAUJO GUEDES (Belo Horizonte, MG)
Foro privilegiado
"Atitude típica de velhas raposas,
o governador Aécio Neves aparece
como um Pôncio Pilatos na questão
do foro privilegiado apresentada no
Parlamento mineiro: não foi capaz
de impor-se sobre sua bancada, majoritária na Assembléia Legislativa,
liberando-a, entre paredes, para
aprovar o vergonhoso projeto.
Tudo isso para mostrar-se "democrático" perante a opinião pública mineira (o que certamente conseguiu).
E aí está, infelizmente, um possível futuro presidente deste país."
CLOVIS RAMALHO MACIEL (Sete Lagoas, MG)
Bancos
"É obvio que não sou nenhum gênio do mercado financeiro, apenas
um cliente e um mero cidadão brasileiro. Gostaria que me explicassem então como o meu banco, um
dos dois que anunciaram lucros recordes, pode me cobrar a taxa para
empréstimo pessoal de 4,65% ao
mês, 89,90% ao ano -ou, se utilizar
o cheque especial, 7,91% ao mês, ou
149,31 % ao ano-, se a taxa Selic está por volta de 11,43% ao ano?
De que adianta baixarem a taxa
Selic se a que nos interessa e nos é
cobrada apresenta essa variação?
Talvez eu não tenha inteligência
suficiente para entender esse mecanismo, mas de uma coisa tenho
certeza: não há melhor lugar para
um banqueiro prosperar do que
neste país de miseráveis em que eu
vivo. Parabéns, Lula, isso é que é
combater a desigualdade."
FABIO LUIZ SILVEIRA (São Paulo, SP)
Metrô
"O mais incrível na obra do Metrô
é que todas as afirmações de dirigentes, de especialistas e de técnicos são de que as "surpresas" são esperadas. O novo buraco é causado
pela instabilidade do solo, pelo processo construtivo, pelos equipamentos usados, pela pressa na obra
etc. Tudo reiterando o primeiro buraco-desastre da linha amarela.
Assim, está provado que existe
um conhecimento prévio das possibilidades de desastres. Então não
dá para entender o verdadeiro arrastão de erros trazidos de um caso
para o outro.
Está claro que faltam ações e a
aplicação de técnicas preventivas
sobejamente conhecidas.
É uma inversão de metodologias,
algo maluco."
RAYMUNDO DE PASCHOAL , arquiteto (São Paulo,
SP)
Recompensa
"Criou-se, como costumeiro,
mais um imbróglio desnecessário
com respeito à recompensa oferecida pelos Estados Unidos pela prisão
do traficante colombiano pela Polícia Federal.
Ora, caso a recompensa seja aceita, isso não deve ser encarado como
um ato imoral, como disse em entrevista à Folha o ex-ministro da
Justiça José Carlos Dias -principalmente diante de tanta imoralidade praticada nos últimos anos
por sucessivos governos, que não se
empenharam efetivamente em erradicar o crime organizado em nosso país.
Entendo que a Polícia Federal,
que vem trabalhando com profissionalismo de forma exemplar e
imparcial, mereça ser recompensada. Se não for na forma de receber
diretamente a referida importância
-US$ 5 milhões-, que o Tesouro a
receba e a repasse, sobretudo com a
devida transparência, às instituições que cuidam da recuperação de
pessoas dependentes de drogas. E
que destine parte à modernização
da própria PF.
Diante do caos da (in)segurança,
certamente a opinião pública
aplaudirá tal medida."
JOÃO CARLOS GONÇALVES PEREIRA (Lins, SP)
Supersimples
"Sou contador há 20 anos e mais
uma vez vejo o governo, em sua propaganda, dizer que vai beneficiar as
micro e as pequenas empresas com
essa nova lei, que, na verdade, pune
o microempresário.
Os prestadores de serviços foram
novamente alvo do governo, que
restringiu a isenção patronal dos
encargos do INSS a poucas atividades, deixando a maioria com um belo aumento dos encargos sobre a folha de pagamento -encargos esses
que estavam isentos sob a vigência
do antigo Simples.
Fico admirado de ver entidades
contábeis apoiarem uma lei que aumentou a carga tributária e os encargos sociais."
CLAUDIO J. P. FERREIRA (São José dos Campos, SP)
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