São Paulo, sábado, 12 de novembro de 2005

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PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br


Jantar
"Em relação ao texto "Em jantar com PMDB, Dilma "queima" rival" (Brasil, pág. A5, 11/11), a Casa Civil da Presidência da República esclarece: 1. Os jornalistas que assinam a notícia não buscaram a comprovação da veracidade das declarações atribuídas à ministra Dilma Rousseff sobre o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, fato não compatível com a credibilidade da Folha; 2. No jantar com os senadores, na residência do senador Ney Suassuna, a ministra ouviu, de fato, críticas e reclamações dos senadores sobre a liberação de recursos orçamentários provenientes de emendas de parlamentares e limitou-se tão-somente a anotá-las para levá-las à discussão no fórum adequado, o ambiente interno do governo; 3. A Casa Civil da Presidência da República não crê que haja interesse por parte da sociedade brasileira em falsas informações que tenham por objetivo apenas fomentar a discórdia."
Aguinaldo Nogueira, assessoria de imprensa da Casa Civil da Presidência da República (Brasília, DF)

 

"Sou obrigado, por dever à verdade, a dizer que as referências e citações de opiniões atribuídas a mim na reportagem "Em jantar com PMDB, Dilma "queima" rival" são absolutamente inverídicas. Sei o cuidado com que a Folha processa suas informações, mas os corretos e respeitados jornalistas que fizeram a reportagem foram vítimas de um informante inconfiável a serviço de algum objetivo que não está claro. No jantar em casa do senador Ney Suassuna com a ministra Dilma Rousseff, não fiz qualquer referência ao ministro Palocci nem à liberação de recursos para o Maranhão. Limitei-me a pedir atenção do governo às relações institucionais entre o Poder Executivo e o Legislativo, tensas no episódio do veto e posterior Adin ao STF contra decisão do Congresso, e expressei minha solidariedade à reação do senador Renan Calheiros contra essas medidas. Também, sendo absolutamente fiel à verdade, não ouvi da ministra Dilma Rousseff qualquer crítica ao ministro da Fazenda."
José Sarney, senador PMDB-AP (Brasília, DF)

Resposta dos jornalistas Kennedy Alencar e Pedro Dias Leite - As informações foram relatadas por três senadores que participaram do jantar.

 

"A confiança das informações prestadas por uma fonte é fundamental para o bom trabalho jornalístico. Lamentavelmente, em se tratando de política, o relato de um fato deve ser sempre checado com mais de um interlocutor a fim de que não ocorram distorções -por interesses políticos ou por falta de informações- que venham prejudicar terceiros ou agravar ainda mais uma situação de conflito. Creio que a má informação prestada por uma fonte deva ser a única explicação para a reportagem "Em jantar com o PMDB, Dilma "queima" rival", assinada pelo nobre jornalista Kennedy Alencar. Gostaria de esclarecer que, ao contrário do que foi relatado, a ministra Dilma Rousseff não deu nenhuma das declarações constantes na reportagem durante jantar em minha residência ocorrido na última quarta-feira (9/11). Surpreenderam-me também afirmações a mim atribuídas, em especial a de que "o ministro da Fazenda é a síntese de todos os problemas (sic)", uma vez que não mantive qualquer contato com o jornalista a respeito desse assunto. Aproveito a oportunidade para restabelecer aqui a verdade dos fatos, relatando o que aconteceu ao longo das duas horas em que a ministra esteve em minha residência. Nos primeiros 30 minutos, ela discorreu sobre os projetos do governo nas áreas de infra-estrutura, destacando região por região. Em seguida, ouviu em silêncio todos os reclamos da bancada peemedebista, principalmente quanto à não liberação das emendas orçamentárias, sem tecer qualquer comentário ao colega Antonio Palocci, conforme as reportagens veiculadas pelos principais jornais do país a respeito do assunto, em especial aquelas assinadas pelos jornalistas Daniel Pereira, do "Jornal do Brasil", e
Lídia Medeiros, de "O Globo"." Ney Suassuna, senador pelo PMDB-PB (Brasília, DF)

Resposta dos jornalistas Kennedy Alencar e Pedro Dias Leite - A afirmação que surpreendeu "em especial" o senador foi gravada na quinta-feira quando ele deixou o Palácio do Planalto após encontro com Palocci.

Masp
"Como arquiteto e presidente da diretoria do Masp, manifesto minha surpresa e discordância com o texto "Urbanismo" ("Painel do Leitor", 2/11), da conselheira representante do IAB no Conpresp. A arquiteta inicia sua missiva contestando os termos do editorial "Veto à Torre" (Opinião, 27/10) com a citação "de um dos princípios básicos da preservação do patrimônio, claramente disposto no artigo 6º da Carta de Veneza, de 1964" e sobre o qual interpreta que "decorre a regulamentação das áreas envoltórias", menções essas dispensáveis, pois qualquer arquiteto e os dirigentes do Masp, certamente, conhecem e concordam com tais princípios. O que os dirigentes do Masp desconhecem é a razão pela qual a arquiteta, na função de conselheira relatora do processo, formulou o parecer contrário que embasou a decisão do Conpresp sem levar em consideração a posição da entidade da qual é representante (Instituto de Arquitetos do Brasil -IAB) e os apoios de seu presidente e de seis de seus ex-presidentes, bem como as manifestações favoráveis recebidas de ex-presidentes do Iphan, do Condephaat, da Asbea, de professores de arquitetura e, ainda, de presidentes da Associação Paulista Viva e de diversas outras entidades de grande representatividade, inclusive no âmbito nacional. Os apoios que o Masp continua recebendo de tão importantes profissionais, preocupados com a preservação do patrimônio de nossa cidade, reforçam minha convicção de que a posição adotada pela arquiteta e conselheira do Conpresp, certamente, é de natureza subjetiva, e não técnica, sendo, portanto descabida a sua afirmação ("em três reuniões com o presidente do Masp, nas quais expus meus argumentos, os quais, tenho certeza, foram compreendidos, embora divergentes dos interesses do Masp'). Em relação ao editorial "Veto à torre", entendo que ficou retratado o acontecido quando afirmado em sua conclusão: "Mas não gostar de um projeto ou ver com reservas seus proponentes não é justificativa legítima para vetá-lo". A intenção da presente não é polemizar com qualquer pessoa ou entidade sobre o tema, mas chamar a atenção sobre a importância do crescimento do Masp, entidade atemporal que não merece ser punida em função de pontos de vista expressados por ocupantes de cargos com poder de veto, pois, afinal, todos nós exercemos funções transitórias."
Julio Neves, arquiteto e presidente da diretoria do Masp (São Paulo, SP)

Beijo
"As cartas dos senhores Juscelino Dornelas Pereira e Sidônio Trivellato ("Painel do Leitor", 10/11) são o que mais perto se pode classificar de preconceito gratuito e irracional. A mesma Globo que mostra mulheres peladas balançando os seios no Carnaval mostra alcoólatras, personagens cheirando cocaína, traficando drogas e assassinas matando a rodo. Com certeza esses programas não mereceram desses senhores ataques tão contundentes quanto o beijo entre dois homens. Imoral é ter em Uberaba um prefeito como Anderson Adauto. Nojentas são as CPIs e as últimas decisões do STJ. O tal beijo iria, com certeza, minimizar muito o preconceito que existe contra os jovens gays."
Cláudio Ferreira Rocha (Belo Horizonte, MG)


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