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A DANÇA DOS JUROS
Todas as taxas de juros cobradas das pessoas físicas no sistema financeiro aumentaram em janeiro em relação a dezembro. A única exceção foi o cheque especial. A
taxa média nas operações para o consumidor passou de 144,91% para
149,59% ao ano. Também no crédito
a empresas a taxa média anual subiu
em janeiro na comparação com dezembro-foi de 67,65% para
71,55%. Os dados são da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de
Finanças). A Febraban (Federação
Brasileira de Bancos) os contestou,
mas não apresentou seus números.
Seu representante afirmou que estaria em curso apenas uma "desaceleração na trajetória de redução". Ainda que fosse assim, bastaria alguém
dirigir-se a uma instituição financeira para constatar que as taxas para as
mais diversas modalidades de crédito permanecem acintosamente altas,
bem como os "spreads" cobrados.
A decisão do Banco Central de interromper em janeiro os cortes da taxa básica de juros certamente contribuiu para criar um ambiente mais
cauteloso, o que explicaria o aumento das taxas nas operações creditícias
detectado pela Anefac. A questão
agora é saber até que ponto o BC estará inclinado a promover alguma redução dos juros neste mês. De um
modo geral, analistas apostam que
na reunião da semana que vem o Comitê de Política Monetária (Copom)
mais uma vez manterá a Selic em
16,5%, deixando para março a retomada da tendência de queda.
Em que pesem indicadores favoráveis de inflação e a volta do bom humor aos mercados financeiros, graças à sinalização de que os juros continuarão baixos nos EUA, o Copom
deverá aguardar o desenrolar das negociações entre a indústria e o varejo
em torno de aumentos de preços.
Além disso, uma mudança em fevereiro, depois da má repercussão da
freada de janeiro, poderia expor o
BC, tornando ainda mais questionável a decisão anterior. Não obstante,
é exatamente isso que a autoridade
monetária deveria fazer: voltar a cortar os juros, recuperando-se do equívoco anterior e realimentando o ânimo da economia real.
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