São Paulo, sexta-feira, 13 de fevereiro de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Educação
"É revoltante que o secretário estadual da Educação venha novamente a esta Folha para argumentar que a educação se sustenta pelo altruísmo dos professores ("O "Cinema Paradiso" e a volta às aulas", "Tendências/Debates", 9/2). Um funcionário da sua responsabilidade é pago pelos cidadãos para encontrar soluções e recursos para essa área fundamental -porém em estado precário-, e não para propor o voluntariado ou a motivação "poética". Com "altruísmo" e "poesia" (leia-se parnasianismo) não se conquista o profissionalismo que a educação requer nem se exime governo nenhum de investimentos financeiros. Cortesia com o chapéu de voluntários ou de pessoas mal remuneradas e mal formadas é coisa de amadores."
Fernando Braga Franco Talarico, mestrando em história social na USP (São Paulo, SP)

Sem sonho
"Enquanto não houver crescimento econômico, que é estimulado pelo governo ou pelo consumo, mas que só acontece com a população tendo razoável poder aquisitivo ou com pessoas entrando no mercado de trabalho e consumindo, o resto é "bravata". As pesquisas indicam que o povo já esta acordando do tão propalado sonho."
Maria Amélia Apezato Leme (São Paulo, SP)

Biossegurança
"Excelente o editorial "Biossegurança" (Opinião, pág. A2, 8/2), que analisa o risco e o retrocesso implícitos no veto à clonagem para fins reprodutivos incluído na Lei de Biossegurança por pressão de setores evangélicos fundamentalistas. O Senado terá a oportunidade de corrigir essa distorção com base em premissas científicas qualificadas e, mais especialmente, respeitando a laicidade do Estado brasileiro. A nosso ver, a legislação brasileira em relação ao assunto deve ser, sem dúvida, orientada pelo princípio da precaução, o qual é radicalmente distinto da ótica do banimento que prevaleceu na definição aprovada pelos senhores deputados. É fundamental que os senhores senadores tenham acesso a diretrizes adotadas em outros países sobre o tema."
Sonia Corrêa, coordenadora e José Eustáquio Alves, coordenador-adjunto do GT População e Gênero da Associação Brasileira de Estudos de População (Rio de Janeiro, RJ)

Impostos
"A respeito da carta de Lara Liboni publicada na coluna de Luís Nassif em 30/1 (caderno Dinheiro), sobre o decreto de prisão de seu pai, Carlos Roberto Liboni, fazemos algumas considerações. O senhor Liboni e outros cinco diretores da Smar respondem a 13 ações penais, dois inquéritos policiais e um procedimento administrativo criminal por diversos fatos, e não apenas "por não ter recolhido a parte do INSS". Sete ações penais referem-se ao fato de eles terem retido criminosamente a contribuição dos empregados. Outras seis ações processam sonegações do IPI, do IR, da Cofins e do PIS, sendo parte delas feita mediante a utilização de documentos falsos, de escrituração inidônea e de nota fiscal calçada e a criação de empresas fictícias, entre outras fraudes. Apura-se ainda a evasão de divisas e a remessa ilegal de dinheiro ao exterior por meio de contas CC5. Algumas dessas atitudes têm 20 anos. Quase não há bens em nome da empresa, que toma em aluguel os prédios e veículos de que necessita. Apega-se a leitora à geração de empregos e ao desenvolvimento proporcionado pela Smar. Ora, se todos os empresários deste país agissem como o pai da leitora, dobrariam o tamanho de suas empresas, pois nada verteriam para os cofres públicos, mas fariam ruir o Estado brasileiro na manhã seguinte. A postura da Smar, ao contrário do que parece, não traz desenvolvimento, pois se assenta na premissa da banalização do delito, o que não é genuíno "desenvolvimento". Em seu lugar, outra empresa poderia, além de oferecer empregos, contribuir para a Previdência de seus funcionários e para a Fazenda e gerar riqueza não apenas para seus donos mas para a coletividade. Portanto o pai da senhora Lara não está apenas "sendo visto como um criminoso por grande parte dos brasileiros" como também está sendo formalmente acusado de tal por razões bastante substanciais e provadas. Lamentamos o fato de a coluna de Luís Nassif não ter ouvido o Ministério Público acerca dos fatos."
André Luiz Moraes de Menezes e Orlando Martello Júnior, procuradores da República (Ribeirão Preto, SP)

Convocação
"A seção "Contraponto" de 6/2 (Brasil, pág. A4) equivocou-se ao divulgar que fiz pronunciamento criticando o pagamento dos salários aos parlamentares em razão da convocação extraordinária e que, em seguida, pressionado por colegas, teria solicitado a retirada do pronunciamento. Na verdade, somente fiz, no dia 27/1, às 14h16, aparte ao deputado Inocêncio de Oliveira, em que disse que bastaria um ato das mesas da Câmara e do Senado para suprimir ou diminuir o valor dos subsídios. Não houve nenhuma pressão de deputados pela retirada do pronunciamento, que consta do site da Câmara dos Deputados -www.camara.gov.br. Ressalte-se que fui um dos poucos deputados que encaminharam requerimento à Mesa da Câmara (em 30/1) abrindo mão de subsídios e designando instituições filantrópicas para recebê-los diretamente da Câmara."
Mendes Thame, deputado federal pelo PSDB-SP (Brasília, DF)

Nota da Redação - Leia a seção "Erramos", abaixo.

Coração
"O uso da expressão "um só coração" no horário político do PP na televisão, comentado por Nelson de Sá na coluna "No ar" de 11/2 (Brasil, pág. A8), não utiliza aquelas três palavras devido à minissérie de Maria Adelaide Amaral e Alcides Nogueira. Só para lembrar, o coração foi usado como símbolo nas campanhas eleitorais de Paulo Maluf em 1990 (para governador) e em 1992 (para prefeito). Quanto à expressão "um só coração", ela é de uso comum, e não pertence a ninguém. Em 1970, todos os brasileiros cantaram o hino da seleção brasileira, tricampeã mundial, composto por Miguel Gustavo, em cujo último verso está: "Parece que todo o Brasil deu a mão, Todos ligados na mesma emoção, Tudo é um só coração; Todos juntos vamos, Pra frente, Brasil, Brasil, Salve a seleção..."."
Adilson Laranjeira, assessor de imprensa de Paulo Maluf (São Paulo, SP)

Revisão
"Na noite de 9 de fevereiro de 1984, por exigências da implantação de novas tecnologias, com terminais de vídeo ligados a computadores em todas as redações, foi extinto, por desnecessário, o setor de Revisão da Folha. Para mim, um dos profissionais então em atividade nesse local, esses 20 anos têm sido de felizes recordações e de agradecimentos sem medida a essa admirável empresa jornalística, que inseriu neste velho ex-funcionário, hoje com 83 anos de vida, um orgulho desmedido por ter convivido nesse glorioso monumento da alameda Barão de Limeira."
Manoel Ferreira Leite (Ubatuba, SP)


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