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Parabéns, d. Serafim
LUCIANO MENDES DE ALMEIDA
O cardeal-arcebispo de Belo Horizonte, d. Serafim Fernandes de Araújo, acaba de celebrar, a 12 de março, as
bodas de ouro de sacerdócio. Em breve, a 8 de maio, completará 40 anos de
ordenação episcopal.
Desde cedo sentiu o chamado de
Deus, que lhe concedera a graça de viver numa família unida e numerosa.
Aos 12 anos, com a bênção dos pais,
partia de Itamarandiba para o seminário de Diamantina. Bom aluno, foi
enviado a Roma para os estudos de
teologia e depois, em direito canônico. Na cidade eterna, em 1949, recebia
a ordenação sacerdotal na basílica de
S. João de Latrão.
De volta ao Brasil, após os primeiros
anos em Gouveia e depois como pároco em Curvelo, veio para a capital mineira nomeado, com apenas 34 anos,
em 1959, bispo auxiliar de d. João Resende Costa, com quem estabeleceu,
desde o início, a mais estreita comunhão e amizade.
Sua vida ficou intensamente ligada à
educação: 20 anos reitor da PUC e
membro do então Conselho Federal
de Educação, tornou-se, bem cedo,
respeitado pela sua competência e dinamismo. Outro campo de apostolado ao qual tem se dedicado é o da comunhão social, em programas diários
de rádio, em que orienta, informa e
anima milhares de fiéis.
Em 1986, sucede a d. João Resende
como arcebispo de Belo Horizonte.
Sua solicitude pastoral estendeu-se ao
Brasil e à igreja inteira, quando eleito
vice-presidente da CNBB de 1991 a
1995 e membro do Pontifício Conselho para Comunicação Social e do
Pontifício Conselho para América Latina.
Na manhã de 18/1/98, a notícia alvissareira percorreu a capital mineira e o
Brasil: d. Serafim é escolhido pelo papa João Paulo 2º para o Colégio Cardinalício. Em Roma, na investidura a 21
de fevereiro, estavam presentes 9 de
seus 13 irmãos e uma caravana de parentes e amigos expressando a alegria
do povo. Era festa para todos e especialmente para Minas Gerais. Sorrindo e abençoando os que vieram acolhê-lo no aeroporto de Pampulha dizia, com simplicidade: "Toda a gente
da Arquidiocese se sente um pouco
cardeal".
Entre os muitos méritos da notável
liderança religiosa e do zelo de d. Serafim está o projeto pastoral "Construir a Esperança", lançado em 1992,
com o propósito de promover uma
igreja mais participativa, missionária
e misericordiosa. Nestes anos, as comunidades da Arquidiocese crescem
num clima de entusiasmo e esperança
que serve de incentivo para todo o
Brasil.
Permitam-me externar minha gratidão pessoal a d. Serafim. São inúmeros seus gestos de amizade ao longo
dos anos da convivência nos trabalhos
da CNBB e, em especial, depois de minha vinda, em 1988, para a Arquidiocese de Mariana.
No entanto, há um fato que liga ainda mais estreitamente nossas vidas. A
23/2/90 sofri grave acidente automobilístico na estrada de Itabirito. Dom
Serafim foi o primeiro a socorrer-me e
ao padre meu companheiro, movimentando médicos e hospitais nos
dias de Carnaval. Permaneceu sempre
a meu lado. Acolheu-me e a minha irmã durante os longos meses da convalescença em sua própria casa. Cuidava de tudo. Sua palavra me deu coragem e muito me ajudou a recuperar
as forças e a saúde.
É fácil compreender hoje a minha
alegria, agradecendo a Deus a vida de
d. Serafim e celebrando a seu lado a
festa de seu sacerdócio em união com
a arquidiocese e muitos amigos que
lhe manifestam, com tanto carinho e
estima, a merecida gratidão.
Obrigado, meu caro d. Serafim!
D. Luciano Mendes de Almeida escreve aos sábados
nesta coluna.
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