São Paulo, quarta-feira, 13 de abril de 2005

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PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br


Previdência
"Cumprimento a Folha por ter rompido a barreira imposta pela imprensa "chapa-branca" e ter publicado no caderno Dinheiro de 11/4 a reportagem "Governo desvia verba da Previdência, diz estudo", sobre trabalho da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Previdência Social (Anfip) que mostrou que a Previdência Social, vítima de desvios oficiais, é superavitária. O referido estudo deve ser lido por todos os segmentos da sociedade, pois a previdência pública é a única forma honesta de distribuição de renda no país."
Alfio Gasparin, auditor fiscal aposentado da Previdência Social (São Paulo, SP)

Gente morena
"Li na edição de 11/4 o editorial sobre a extorsão feita por guardadores de carros. Está certo que abusos não devem ser permitidos, mas existe uma elite brasileira que há 505 anos vem espoliando essa gente morena e era de esperar que, algum dia, eles começassem a dar o troco. O buraco é mais embaixo."
Aloisio Moreira (Belo Horizonte, MG)

Crime no Pará
"Como delegado da Polícia Federal designado para assessorar a comissão externa do Senado que acompanhava as investigações sobre a morte da missionária Dorothy Stang em Anapu (PA), esclareço que, diferentemente do que foi publicado no texto "Acusado de mandar matar Dorothy, Bida se entrega" (Brasil, 28/ 3), nem Vitalmiro Bastos de Moura (Bida), preso preventivamente em 27/3 por ter sido apontado como mandante da morte da missionária, nem seu advogado fizeram para mim, como exigência para apresentação do então procurado, pedido de afastamento de representantes do governo paraense ou o afastamento do senador Flexa Ribeiro, que integrava a dita comissão. Esclareço que não prestei tal informação aos meios de comunicação."
Anderson Souza Daura (São Paulo, SP)

Resposta da jornalista Jaqueline Almeida - O delegado Anderson Souza Daura divulgou à imprensa as exigências para a rendição do acusado, entre as quais a restrição em relação ao senador Fernando Flexa Ribeiro (PSDB-PA). Consultado por vários jornalistas, Daura fez várias afirmações sobre o assunto no hall e na escadaria da PF no dia da prisão do fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida.

Prefeitura
"Registramos na edição de 11/4 mais uma carta de leitor atacando o prefeito Serra. Tem o mesmo tom e as mesmas mentiras de muitas cartas que têm sido disparadas sistematicamente a diferentes jornais pelo aparato de informação e contra-informação petista. Em defesa da verdade, reiteramos alguns pontos. 1) Serra nunca prometeu acabar com as taxas de Marta Suplicy. Ele disse que a taxa de lixo será eliminada em 2006, já que a de 2005 está incluída no Orçamento municipal. Quanto à taxa de luz, disse que acabaria com a cobrança nas ruas que não têm iluminação. 2) É mentira dizer que, na área da saúde, tudo continua na mesma. Em apenas 13 semanas, só para dar alguns exemplos, o governo Serra retomou a distribuição de remédios aos postos de saúde, fez dois mutirões para operações de catarata, inaugurou um ambulatório de oftalmologia em Guaianazes -e tem mais três para inaugurar nos próximos dias-, reformou, reequipou e pôs para funcionar de domingo a domingo uma unidade de apoio no Jardim Ângela que estava fechada havia dois anos e, com ajuda do governo estadual, começou a construir o hospital do M'Boi Mirim -aquele mesmo tão prometido e nunca iniciado pela prefeitura do PT. 3) A prefeitura acaba de reiniciar as obras nas escolas de alvenaria que vão, enfim, substituir as escolas de lata. Isso -e mais o início do hospital do M'Boi Mirim- é suficiente para calar mais uma mentira do aparato petista, aquela sobre a "paralisação de obras"."
José Police Neto (Netinho), vereador pelo PSDB (São Paulo, SP)

Chacina e cidadania
"Em 31 de março, a Baixada Fluminense serviu de palco para um velho ator -os grupos de extermínio- e viu um rastro de terror marcado por 30 corpos. Esse não é um fato isolado, e a Abong defende uma agenda com políticas públicas universalistas, articulada a ações de desmonte de redes criminosas e punição severa dos responsáveis. O Estado não pode fazer-se presente apenas nos períodos pré-eleitorais e a sociedade não irá frear os "bondes do terror", vários capitaneados por quem deveria assegurar nossa integridade ou garantir nossa segurança, com pedidos de paz ou exclamações de "basta". A "naturalização" da violência na região por parte dos governantes e da sociedade liga-se a outras banalizações: à da segregação urbano-territorial, à da privação social de direitos civis de cidadania e à da discriminação sexual e racial. Isso forma um caldo fértil para a violência impune, imposta aos que ali vivem. Contudo, movimentos sociais atuam com baixa visibilidade na mídia, fortalecendo a população na exigência do que lhe é de direito. Não querem substituir o Estado ou viver de ações midiáticas. Acreditam, sim, que a cidadania só é edificada sobre a redistribuição de renda e a ausência do medo, bases estas a serem asseguradas pelo poder público, e não por ações bem-intencionadas, porém limitadas, da sociedade civil."
Tatiana Dahmer Pereira e Ricardo Ferreira de Mello, diretores da regional sudeste da Abong -Associação Brasileira de ONGs (Rio de Janeiro, RJ)


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