São Paulo, sábado, 13 de maio de 2006

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UM DIA DE VIDA

O dia do nascimento é o único dia de vida para 2 milhões de crianças. Esse dado estarrecedor consta do 7º relatório anual "Estado do Mundo - Mães", compilado pela organização não-governamental "Save the Children" e divulgado às vésperas do Dia das Mães. De acordo com o estudo, das 10 milhões de crianças de 0 a 5 anos que morrem todo ano, 20% perecem antes de completar 24 horas de vida. Mais 1 milhão morrem até o sétimo dia.
O que torna essa estatística mais trágica é que 70% desses óbitos seriam evitados se medidas simples e baratas como imunizar as mulheres grávidas contra tétano e assisti-las no parto estivessem disponíveis a todas.
O relatório ressalta que, embora tenha havido progresso na redução da mortalidade infantil entre 0 e 5 anos no planeta, pouco se avançou na diminuição dos óbitos de bebês até o primeiro mês de vida, que hoje respondem por 40% do total de mortes de crianças. As principais "causae mortis" nessa faixa são infecções, complicações de parto e baixo peso.
O estudo da ONG mostra que o empenho de governos em melhorar a situação é mais relevante do que os recursos financeiros de que dispõem. A comparação entre os casos do Vietnã e de Angola é emblemático. Ambos possuem renda per capita semelhante, mas, enquanto o primeiro apresenta uma taxa de mortalidade infantil relativamente baixa, o segundo ostenta uma marca mais de quatro vezes maior, chegando a 5 mortes a cada 100 nascimentos.
A diferença é que, enquanto no Vietnã mais da metade das mães têm acesso a métodos contraceptivos e praticamente todas fazem o pré-natal, em Angola menos de 5% praticam a contracepção e menos da metade tem acesso a serviços médicos e assistência qualificada à gestante.


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