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UM DIA DE VIDA
O dia do nascimento é o único
dia de vida para 2 milhões de
crianças. Esse dado estarrecedor
consta do 7º relatório anual "Estado
do Mundo - Mães", compilado pela
organização não-governamental
"Save the Children" e divulgado às
vésperas do Dia das Mães. De acordo
com o estudo, das 10 milhões de
crianças de 0 a 5 anos que morrem
todo ano, 20% perecem antes de
completar 24 horas de vida. Mais 1
milhão morrem até o sétimo dia.
O que torna essa estatística mais
trágica é que 70% desses óbitos seriam evitados se medidas simples e
baratas como imunizar as mulheres
grávidas contra tétano e assisti-las no
parto estivessem disponíveis a todas.
O relatório ressalta que, embora tenha havido progresso na redução da
mortalidade infantil entre 0 e 5 anos
no planeta, pouco se avançou na diminuição dos óbitos de bebês até o
primeiro mês de vida, que hoje respondem por 40% do total de mortes
de crianças. As principais "causae
mortis" nessa faixa são infecções,
complicações de parto e baixo peso.
O estudo da ONG mostra que o
empenho de governos em melhorar
a situação é mais relevante do que os
recursos financeiros de que dispõem. A comparação entre os casos
do Vietnã e de Angola é emblemático. Ambos possuem renda per capita
semelhante, mas, enquanto o primeiro apresenta uma taxa de mortalidade infantil relativamente baixa, o
segundo ostenta uma marca mais de
quatro vezes maior, chegando a 5
mortes a cada 100 nascimentos.
A diferença é que, enquanto no
Vietnã mais da metade das mães têm
acesso a métodos contraceptivos e
praticamente todas fazem o pré-natal, em Angola menos de 5% praticam a contracepção e menos da metade tem acesso a serviços médicos e
assistência qualificada à gestante.
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