São Paulo, quinta-feira, 13 de junho de 2002

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PAINEL DO LEITOR

A voz da imprensa
"Tenho certeza de que todos os brasileiros estão indignados com a morte brutal do jornalista Tim Lopes. Perdemos mais um brasileiro, mais um profissional do jornalismo que lutava contra a desigualdade social e a insegurança que assolam o nosso país. Tim foi e sempre será um exemplo de competência e de coragem para todos os profissionais da imprensa que vivenciam o dia-a-dia de um país comandado pelos traficantes. Para nós, futuros jornalistas, resta lutar para que o trabalho de Tim não seja esquecido. Queira Deus que cada um de nós, estudantes, tenhamos um pouco de Tim em nossos trabalhos e em nossos corações e que nunca deixemos calar a voz da imprensa."
Alvaro Cunha (São Paulo, SP)

O PT e o retrato de Dorian Gray
"Em "O Retrato de Dorian Gray", Oscar Wilde conta a história de um homem de vida que é capaz de manter a cara limpa de jovem inocente mesmo depois de praticar as mais cruéis ações. Seus excessos de todo tipo não lhe marcam o rosto, mas vão aparecendo em um retrato dele que é trancado no sótão. Não se sabe em qual sótão o PT guarda o retrato com a verdadeira face que adquiriu ao longo destes anos, mas é bem provável que o retrato seja parecido com os dos ex-prefeitos Maluf e Pitta. Enquanto o PT Dorian Gray aparece na propaganda para mostrar a cara e dizer que está fazendo alguma coisa, o PT do sótão tira dinheiro das obras contra enchentes para reformar o gabinete da prefeita, reduz as verbas para a educação e ainda paga aquela propaganda com dinheiro retirado da saúde. Em vez de um pintor, eles optaram por um marqueteiro, mas a tática é a mesma. Os Dorian Grays petistas continuam se apresentando na mídia com a cara mais limpa do mundo, como se fossem querubins recém-chegados do céu. Enfim, uma belezura só."
José Police Neto, vice-presidente do Diretório Municipal do PSDB de São Paulo (São Paulo, SP)

Esporte e política
"Quem diria? Nossos hermanos estão fora da Copa. Nada mais justo depois de 24 anos do título de 1978, ganho desonestamente por influência do maldito governo ditatorial da época. Aqui se faz, aqui se paga. Esporte e política não combinam."
Newton Ingrácia Júnior (Panorama, SP)

Provão
"No domingo passado, dia 9, estudantes que têm a obtenção do seu diploma nos cursos de pedagogia condicionada ao comparecimento ao provão fizeram um boicote a essa forma de avaliação, entregando a prova em branco. Os estudantes de pedagogia, com esse boicote, afirmam o seu repúdio a um tipo de avaliação que não envolve verdadeiramente os atores que participaram do processo educacional que se pretende avaliar, não dá subsídios às instituições e ao MEC para promover as mudanças necessárias nos cursos, desrespeita a autonomia universitária e ignora as diferenças regionais na medida em que promove um exame unificado."
Maria Candida Di Pierro (São Paulo, SP)

Visão social
"Simplesmente nauseante a entrevista do sr. Álvaro de Souza ("Lula light" não convence, diz empresário", Brasil, pág. A10, 10/6), presidente da Amcham. Estamos fartos de empresários sem visão social e que só querem investir pouco e lucrar de forma exorbitante. Essa foi a fórmula empregada por FHC em seus oito anos de atraso -e deu no que deu. Fora especulação! Fora juros exorbitantes! Fora empresários de mentirinha que não querem correr riscos!"
José Ricardo Fontes Laranjeira (Goiânia, GO)

"Entra ano, sai ano, faça chuva ou faça sol, devido aos outros ou apesar dos outros, o tal do mercado faz o Brasil se ajoelhar. O que está errado? Por que os investimentos externos se esvaem com a rapidez das pesquisas de opinião? Ouso achar que os investimentos aqui realizados não são no setor produtivo -basta notar os índices de desemprego. Se alguém tivesse trabalhado nos últimos oito anos para fixar esse capital no país, hoje ele (o capital) não iria embora como está indo."
Ricardo Ogawa (São Paulo, SP)

Unafisco
"A nota "Outros tempos", publicada em 9/6 na seção "Painel" (Brasil, pág. A4), atribui a um inexistente "sindicato dos funcionários da Receita" uma discussão sobre o preenchimento de cargos na administração da Secretaria da Receita Federal num "eventual governo Lula". A referida nota parece pouco clara e pode dar a entender que o articulista tenha se referido aos auditores fiscais da Receita Federal. Como entidade representante dos auditores, que constituem a maior categoria de servidores da instituição, o Unafisco Sindical estranha que tal nota tenha aparecido numa época em que a categoria encontra-se fortemente mobilizada em prol de seus interesses. Fato semelhante já tinha acontecido durante o ano de 2000."
Paulo Gil Hölck Introíni, presidente do Unafisco Sindical (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Rogério Gentile, editor do "Painel" - Dirigentes da Unafisco Sindical relataram ao "Painel" que a indicação de nomes para cargos de chefia da Secretaria da Receita Federal, em um eventual governo Lula, vem sendo tema das últimas reuniões da diretoria da entidade.

Pela janela
"O povo brasileiro parece que vive dentro de uma casa, mas com os olhos o tempo todo na janela. Assim, sabe muito do que ocorre do lado de fora, mas desconhece o que acontece ao seu lado. E assim os números da violência em outros países chegam aos nossos olhos e ouvidos. Não deveria ser assim, mas é. A coisa acaba sendo tratada como mais um indicador -o dólar subiu, a Bolsa caiu, morreram tantos. Vida e números se confundem. E nós, dentro de nossas casas, mas vendo o mundo pela janela, ficamos assustados, por exemplo, com o que acontece entre judeus e palestinos e quase fazemos de conta que não vemos que dentro da nossa casa, aqui no Brasil, existe uma guerra civil. As estatísticas são assustadoras. Pior do que ela é a certeza de que qualquer pessoa nas grandes cidades já tem pelo menos uma história de violência para contar, como se estivesse mesmo em uma guerra. Mais violenta e sinistra do que tudo isso talvez seja mesmo a hipocrisia de certos candidatos que, em mais um ano de eleição, retornam aos palanques das eternas promessas posando de salvadores da pátria -embora sejam esses mesmos "rambos da mentira" os causadores dos males que levaram a esse estado de coisas. Com certeza, a violência no Brasil é mais caso de política do que de policia. Que é preciso mudar, todos sabemos -alguns dizem, outros acreditam, e poucos fazem algo. Mas, antes de mudar, precisamos ver, entender, separar o joio do trigo e fazer do trigo o pão da vida."
Maria José Pereira da Silva O'Neill, presidente do Instituto Nacional de Prevenção às LER/Dort (São Paulo, SP)



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